Osmando: “População terá 4 anos de sofrimento no governo Von”

Inconformado com os desmandos e problemas que ocorrem com freqüência na gestão do prefeito Alexandre Von (PSDB), o advogado e presidente do diretório regional do PDT em Santarém, Osmando Figueiredo, que também foi secretário de Agricultura no governo passado, declarou que a atual administração pública é contraditória em termos de discurso e de comportamento. Dr. Osmando, durante entrevista exclusiva à nossa reportagem, afirmou que Alexandre Von apenas está utilizando os convênios e recursos deixados pela ex-prefeita Maria do Carmo, mas que da atual gestão não existe sequer um projeto ou obra em andamento. O advogado apontou diversas falhas que ocorrem no Governo Von, como a conspiração de empresas para ganhar licitações e o inchaço da folha salarial de servidores públicos de alto escalão, onde alguns salários ultrapassam R$ 6 mil, por mês. Veja a entrevista na íntegra:

Jornal O Impacto: Como o senhor analisa a administração do prefeito Alexandre Von (PSDB) que já está no segundo ano de mandato?

Osmando Figueiredo: O Governo de Alexandre Von que já entra para o final do primeiro trimestre, do segundo ano, é um governo contraditório tanto no seu discurso quanto no seu comportamento. Também é contraditório na sua gestão. Eu lamento quando digo essas palavras, porque Alexandre foi uma pessoa que esteve no meu partido por 8 anos e, eu o conduzi para ser vice-Prefeito por duas vezes. Eu entendia que na escola que ele passou, o comportamento dele não seria esse. Lembramos que na campanha, o Alexandre falava de saúde, educação e infraestrutura. Ele falava, também, de algumas tendências da administração do Partido dos Trabalhadores, que ele levantava suspeita de corrupção. Nesse ponto, se você verificar hoje a folha de pagamento da Prefeitura e, eu não sei se o Ministério Público Federal (MPF) já fez esse levantamento, que foi para um patamar e um nível de despesa que a administração não suporta. Tem casais formados por homens e mulheres ganhando R$ 6 mil por mês. Só em dezembro do ano passado, a esposa de um cidadão teve diárias para viajar avaliadas em mais de R$ 2 mil. Existem funcionários em um instituto em Brasília, com carro novo à disposição que gera uma despesa de mais de R$ 45 mil por mês.

Jornal O Impacto: Para o senhor, o prefeito Alexandre Von estaria beneficiando algumas pessoas para cumprir compromissos firmados na época da campanha política?

Osmando Figueiredo: Ele disse que não ia fazer política com a Prefeitura, mas o esposo da vice-prefeita recebe hoje R$ 4 mil por mês. Tudo isso ‘sem dar um prego numa barra de sabão’. Se formos para a parte de licitações na Secretaria de Saúde e na Secretaria de Educação, se formou um conluio em empresas que combinam entre si e ganham licitação. Portanto, isso é decepcionante para um cidadão que falava em hombridade e honestidade e, que não compactuava com o comportamento do ex-prefeito Lira Maia. Eu entendo, hoje, que ele era o professor do Maia e não o Maia professor dele!

Jornal O Impacto: Existem outros desmandos na Gestão Von?

Osmando Figueiredo: Quanto a essa gestão é um desastre! Ele fez um acerto político com a Terra Plena, onde para pagar as despesas, ele fez de tudo para tirar a Clean Service da coleta de lixo. Está aí a cidade suja e as pessoas sem ter a coleta de lixo. Nisso existe uma cobrança que ele recebe de forma acentuada de seus parceiros do PSDB de Belém, para que ele pague suas contas de campanha. O fato da Terra Plena vir para cá, não é nada mais nada menos do que isso. Na área de saúde que ele reclamava do Partido dos Trabalhadores, que era um desastre, hoje, é possível ver que o atendimento piorou e não existe investimento porque a Prefeitura está sem capacidade de fazer aquisição nessa área, haja vista as despesas paralelas que a administração tem. Ou seja, eu entendo que é um governo para quatro anos de muito sofrimento para o povo de Santarém. Nós temos que pedir a Deus, para que esses quatro anos terminem rápido. Peço também que Deus ilumine algum político de bom senso com Santarém, para que possa vir depois e arrumar o desmantelamento da gestão da máquina administrativa que foi feita na cidade.

Jornal O Impacto: Em relação aos secretários de governo, o atual gestor está bem assistido?

Osmando Figueiredo: Olha, eu não gostaria de me referir a essa área, porque fui Secretário durante 5 anos. É possível ver em vários setores a incompetência que é quase generalizada, que vai da cultura à saúde pública. Também se estende a educação e infraestrutura. A gente não tem nem como apontar alguma coisa que possa ser tirado proveito e que seja bom para o futuro do Município. Na verdade, está se instalando em Santarém um governo que é para se mostrar e fazer pouco pela gestão pública. Minha grande decepção é que quando o Alexandre pertencia ao meu partido (PDT) no ano 2000, eu o convidei para irmos a Santa Catarina, para participar de um evento denominado “Governar 2000”, onde o Senado patrocinou nossa ida para que pudéssemos enxergar o modelo de gestão. Hoje, o que está aí e o que o Município de Santarém está passando é lamentável. Agora, fora os recursos e os convênios que a ex-prefeita Maria do Carmo deixou, eu gostaria que o Alexandre apontasse uma obra que tem o seu DNA. E que ele possa dizer: “Eu fiz o projeto, consegui o recurso e aqui está”. Ele está comendo marmitas e prato feito que a ex-Prefeita deixou. Portanto, pra mim, isso é uma decepção!

Por: Manoel Cardoso