PF prende ex-diretor da Petrobrás citado na Operação Lava Jato
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 20, no Rio de Janeiro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto da Costa, citado na Operação Lava Jato, deflagrada nessa segunda-feira, 17, para desmontar organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro no montante de R$ 10 bilhões.
Na segunda-feira, durante a operação, a PF fez buscas na casa de Paulo Roberto da Costa e encontrou, em espécie, US$ 180 mil e cerca de R$ 720 mil. Ele também é investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, pela estatal brasileira. Costa foi um dos responsáveis por elaborar o contrato da compra da refinaria.
As investigações mostram relações próximas do ex-executivo com o doleiro Alberto Youssef, também preso na operação e condenado no caso Banestado – evasão para o exterior de US$ 30 bilhões, nos anos 1990.
Segundo a PF, Youssef teria dado em março de 2013 uma Land Rover a Paulo Roberto da Costa. O ex-diretor afirmou que ganhou o veículo por serviços de consultoria prestados e que não há relação com o cargo então ocupado na estatal. Costa disse ter deixado a Petrobrás em abril de 2012.
A operação cumpriu 24 mandados de prisão, além de apreender documentação, veículos, obras de arte e joias em 17 cidades de seis Estados e no Distrito Federal. Entre os presos estava o ex-sócio da Bônus-Banval, Enivaldo Quadrado, condenado por envolvimento no mensalão.
Petrobrás. O Estado apurou que Paulo Roberto da Costa tinha mais poderes do que o diretor da Área Internacional, Néstor Cerveró. Ele foi apontado pela presidente Dilma Rousseff como um dos responsáveis por repassar ao Conselho de Administração da Petrobras um resumo “falho” sobre a operação que balizou o voto dela pela compra da refinaria.
O ex-diretor atuou na estatal por indicação de uma aliança do PP e PMDB, do grupo de José Sarney. Atualmente, ele tem empresas e uma delas aluga navios para a Petrobrás. Para o meio político, a prisão de Paulo Roberto Costa foi considerada um recado que pode ajudar a enterrar a abertura de uma CPI para investigar a estatal.
Fonte: Estadão