“Patrão o trem atrasou / por isso estou chegando agora (samba/carnaval, “O TREM ATRASOU” – 1941) – Paquito, E. Silva e A. Vilarinho – Intérprete: Roberto Paiva).
Incluído por Roberto Paiva em seu disco de estreia na Victor, “O Trem Atrasou” foi o primeiro grande sucesso de sua carreira. Descoberto numa pilha de partituras rejeitadas pela gravadora, o samba chamou a atenção do cantor principalmente pelo tema da letra, que reproduzia uma situação vivida constantemente pelos trabalhadores cariocas: “Patrão o trem atrasou / por isso estou chegando agora / trago aqui o memorando da Central / o trem atrasou meia hora / o senhor não tem razão / pra me mandar embora”.
O próprio Roberto, ao tempo de estudante, quando morava no subúrbio de Riachuelo, teve várias vezes que recorrer a memorandos da Central para justificar atrasos de chegada ao colégio. Além de se destacar no repertório carnavalesco, “O Trem Atrasou” é uma das mais antigas canções de protesto de nossa música, tendo sido regravada por uma especialista do gênero, a cantora Nara Leão, no elepê “Cinco na Bossa”, em 1965.
Após ler esse pequeno fragmento bibliográfico da famosa canção carnavalesca diga-me, caro leitor, houve mudança no transporte coletivo no Brasil? Claro que não! Com o aumento desregrado da população e o crescimento desordenado das cidades permaneceu ao longo dos anos a incompetência do poder público quer federal, estadual e municipal em gerir os transportes coletivos. Daí tiveram que partir para as concessões das linhas.
Mesmo com o aumento das “concessões de linhas urbanas”, previstas na Constituição Brasileira de 1988, não tem surtido efeito, porque estas concessões ainda permanecem na mão de poucos, ao longo dos anos e muitos foram os patrocinadoresdas eleições dos atuais mandatários e aí não tem “peito” para efetuar uma fiscalização séria, rigorosa e obrigar as empresas a prestarem um serviço de qualidade aos usuários, ou seja, a população, ao contribuinte, o eleitor.
Vem aí, muito em breve a campanha, eleitoral e todos os candidatos cantarão a mesma modinha que já cantaram antes: transporte, saúde, segurança e educação. Não vão mudar, os que se eleitos forem, não vão conseguir melhorias para nenhuma das quatro plataformas de trabalho, porque, a princípio a coisa é antiga e está na mão de gente muito poderosa, além de que os recém eleitos estarem preocupados em recuperar e aumentar o seu rico dinheirinho que gastaram na campanha eleitoral além de outras “cositas mas” que só vem à tona com os escândalos.
E no caso específico, a nosso transporte coletivo está, de mal a pior, em todo o território nacional. E Santarém que faz parte desta terra, outrora chamada de Pindorama, hoje,Brasil. É o mesmo caos. Ônibus sucateados, passado o prazo para circulação, sujos, por dentro e por fora, alguns com bancos rasgados, quebrados, com mau cheiro e até pitiú, (Porque alguns usuários pensam que o ônibus é transporte de carga. Não, ele é transporte coletivo, para os passageiros, não para carga). E olhem só tem selo de vistoriado, dando-lhes como aptos para transitarem e transportarem passageiros, pela Secretaria de Transportes do Município de Santarém. Agora imagine, prezado leitor, os que fazem linhas para o planalto. Protege, ó Virgem Santa e com o apoio dos mais novos santos da Igreja Católica: Papão João Paulo II e João XXIII, que estão precisando mostrar serviço, ou seja, mais milagres.
Abrigo para os passageiros?, nem se fala. Os poucos que tem os passageiros não querem nem ficar debaixo, como o que está localizado do bairro do Mararu. Está mais torto que a torre de Pisa na Itália, com a sua queda iminente. 95% das paradas localizadas na zona urbana e na zona rural não tem abrigo para os passageiros aguardarem os ônibus. o mesmo acontece com os alunos do transporte escolar, “os curumins” ficam no sol e na chuva. Este tipo de transporte, também, não vem cumprindo o seu papel a contento. E quanto aos ônibus de outros municípios como Belterra e Mujuí dos Campos, por exemplo, que são linhas intermunicipais, deveriam usar o terminal rodoviário, no Irurá, mas estes, ao “bel prazer” já fizeram os seus terminais, na São Sebastião, em frente ao Colégio Santa Clara, na Moraes Sarmento e Silvino Pinto, com a Rui Barbosa e São Sebastião e não se vê uma “viva alma” da SEMTRANS, nem para fiscalizar ou organizar o trânsito e evitar as filas duplas e etecoetera (etc) ou estão fazendo vista grossa, deixando correr, empurrando com “a barriga” ou é descaso e desrespeito com a população mesmo.
As ruas, ah! Estas mais esburacadas que “tábua de pirulito” (saudades do vendedor e do pirulito com bandeirinha no palito), alguns proprietários de linha de ônibus tem que pagar do seu bolso, melhoria por onde passa a sua linha, para que os veículos possam trafegar e também para não perderem e a concessão. E muitos, não podem nem reclamar porque não estão pagando os seus impostos para com o Município, assim dizem lá pela secretaria de Finanças do Município. Ao lado das ruas temos a falta de sinalização. Placas indicativas, semáforos em esquinas de grande movimentação e faixa cidadã, pintada no asfalto, para esta a Prefeitura não adquire, logo não tem, a tinta apropriada. Só a cal para as sarjetas, mas isto só para as ruas asfaltadas. (segundo me informaram na SEMINFRA). Quanto ao resto da população, só serve para pagar IPTU, taxa de Iluminação Pública, sem ter Luz e os moradores abandonados só são lembrados na hora do voto. Aguardem!
Pois é, caro leitor, nestes setenta e três anos após a composição do samba que serve de título para este texto, nada mudou. O trem está sendo usado como símbolo, dos demais meios de transporte, do descaso com o cidadão trabalhador que até hoje, vai pendurado, no ônibus, para ir e voltar do trabalho, do cursinho, da faculdade. (até hoje, os ônibus do Guamá – Universidade em Belém, vai gente pendurada. Na década de setenta quando lá estudei, já ia). O mesmo ocorre com os estudantes santarenos, principalmente da noite. Mulheres sendo roçadas e apalpadas pelos “sornadores”, malandros e vagabundos. Atualmente, a violência, de toda ordem, campeia, dentro dos veículos. E hoje, como os ônibus demoram e as linhas cresceram, os percursos são mais longos, já estão pedindo ônibus urbanos com banheiro.
E foi pela incompetência dos governos é que se deu espaços para outros tipos de transportes, como as lotações de Santarém no final dos anos sessenta e parte dos anos setenta que surgiram as PICK UPs, de onde eram tirada a tampa traseira da carroceria e com uma cobertura tipo ”Pau de Arara” levavam os passageiros para os bairros que estavam surgindo em Santarém. Naquela época havia apenas três lotações da “cara fina”, trazidas pelo empresário ELMANO – O SAUDOSO CAMPEÃO. Mais tarde foi que apareceram com muita luta as atuais empresas de ônibus urbanos e nos últimos dez anos centenas de “empresas” para o interior do município, principalmente para as comunidades rurais.
Hoje, pela falta de transporte de boa qualidade e pontualidade, entrou o serviço de mototaxi, credenciados ou não. Os daqui e das outras cidades que vem nos barcos e nas balsas. As Vans como transporte alternativo. E o governo municipal do jeito que vai, não vai ter “peito”, nem “coragem”, nem “estrutura”, (diga-se falta de agentes de trânsitos suficientes, tem menos que há dez anos), para tirar da linha, ou mesmo, impedir de trafegar os mototaxistas não credenciados, diariamente entram vários e diversos no mercado. Até porque tem vereadores e a população acha como uma necessidade e apoiam esse segmento e muitos deles receberam a promessa favoráveis do atual prefeito, durante a campanha paraa última eleição. E aí ou daí? Só nos resta, então, ver aumentarem as estatísticas de acidentes de trânsitos, até com óbitos. Estatísticas na maioria das vezes, irreais, fora da realidade, mas ocorrem acidentes, diariamente.
Por fim, apenas uma coisa mudou no transporte urbano. Não tem “o memorando da central”, ou das empresas de ônibus, para o trabalhador que chegar atrasado ao trabalho por culpa do atraso dos coletivos.
Se vivo estivesse, hoje, dia 30 de abril, Carlos Lacerda, completaria cem anos. Ele foi um eminente político, jornalista, fundador da editora Nova Fronteira, ex-governador do antigo estado da Guanabara e modernizou a Praia de Copacabana. Só não realizou o seu sonho, o de ser Presidente do Brasil. Foi cassado pelo AI-5.
Descobri, recentemente, porque a UPA da COHAB ainda não está em funcionamento, nem tem data o prevista para isso. É que o nosso prefeito não quer que os “galerosos” do bairro do Jutaí, Área Verde, Livramento e Urumari façam com ela o que aconteceu com a UPA do complexo do Alemão no Rio de Janeiro, neste final de semana. Tem razão! Bela desculpa!
A pedida certa para os amantes da música romântica é no dia 2 no FLUMINENSE, o Baile de Saudade, com a Banda Stillus (Delson, Caetano e a cantora Diane Freire) a partir das 23 horas. Será uma promoção da Associação dos Ex- alunos do Seminário São Pio X. Não perca! Mesas na Drogaria Americana na Rui Barbosa com a Turiano Meira, com a colaboradora Shirley!