VIATURA 0212 – JÁ TEMOS O AMARILDO PARAENSE!
O eminente jornalista RUY GUERRA na sua coluna de quarta-feira passada, referiu-se a uma triste realidade: diariamente, pelo menos um PM é morto pela bandidagem. Mas ninguém pergunta se ele era bom filho, se era um bom pai, se deixa mulher e quantos filhos, por exemplo. E foi mais além, quando disse que “artistas da Globo não iam em seus velórios”.
Fiquei a concordar com o eminente jornalista de quem sou leitor assíduo há mais de vinte anos. E fiquei a me questionar sobre o relevante serviço que presta esta corporação à sociedade. E atualmente abandonada pelos seus governantes, basta ver as greves dos PMs em todos os estados do País.
Alguns ganham a simpatia e a amizade da população. Outros mais exaltados, dizem que não estão preparados para ir para as ruas e provocam cenas que chocam a nossa sociedade. Como a ocorrida há mais de quinze dias atrás, quando os três policiais que guarneciam a viatura 0212 da Polícia Militar do Estado do Pará, mais precisamente, na Rua General Guarjão, bairro da Campina, Belém, pela parte da manhã, pegaram um cidadão, dizem que era morador de rua, outros dizem que era flanelinha, não importa, era cidadão e ser humano, como todos nós. E promoveram uma sessão de tortura, de agressões de todo tipo, inclusive, até com a porta mala da viatura, além, é claro, dos cassetetes, no cidadão e levaram-no dali. E, o pior. Não apresentaram em nenhuma Seccional, não registraram a ocorrência e, até hoje, já passados mais de quinze dias, não se sabe o destino do cidadão, deram sumiço. Criaram o AMARILDO PARAENSE. Mas, como hoje tem câmera em todos os lugares, foi filmado e a barbárie publicada nos veículos de comunicação, principalmente nas televisões da capital.
Os policiais agressores foram identificados, a punição, ainda não veio porque vai ser apurado, no inquérito, no procedimento administrativo, para ver se houve “violência”. Mas tiraram-nos dos serviços de rua. (bela atitude, quando já faltam homens na rua. E além do mais. Quem vai acompanhar, se realmente estão afastado?).
Pelos trabalhos voluntários que já participei e de entidades a que pertenci, na área de Direitos Humanos, posso dizer sem medo de errar que os excessos praticados por maus policiais, ocorrem todos os dias em todos os lugares. Parece que é a regra geral. E a população vendo esses gestos grotescos de barbárie, não acredita, não confia mais em quem paga para lhe proteger e dar segurança. Mas a realidade vai mais além da violência contra o cidadão, ainda vem a propina e a extorsão, a venda de proteção cobrada por um segmento de policiais, que enlameiam os bons policiais, que prestam um verdadeiro serviço digno à sociedade a quem juraram defender.
Os malfeitores resolvem tê-los como seu inimigo número um. Tanto que não podem mais andar fardados e omitem a sua identificação, porque serão “fritados’ pelos marginais. Eis aí a razão da violência contra policiais.
Quanto ao desaparecimento do cidadão em Belém – o AMARILDO DO PARÁ- como a imprensa da Capital o batizou, fazendo alusão ao pedreiro desaparecido em uma UPP, no Rio de Janeiro, como sempre, só nos resta aguardar a insistente demanda do Promotor de Justiça Militar Américo Brasil que está apressando o andamento do procedimento jurídico para se encontrar pelo menos essa resposta, e punir exemplarmente os responsáveis, pois é do conhecimento da população que outros casos já ocorreram e abafaram, por causa do corporativismo que, infelizmente, existe no meio das tropas de Fontoura.
Um deputado, Edmilson Rodrigues, levantou a voz na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, outras entidades ligadas aos direitos humanos ainda estão caladas. Inclusive a OAB-PARÁ. Fiquei surpreso, com esse silêncio!. Mas creio que irão “engrossar o caldo”. Afora isso e a imprensa da capital, ninguém mais levantou a voz para saber o destino o cidadão. Isso tudo porque foi na capital, mas o que ocorrem nesses imensos rincões da Amazônia e nos garimpos, por exemplo. Precisamos passar a limpo todas essas mazelas não só nas polícias, mas em toda a sociedade. Espero que os políticos que se dizem defensores dos PM participem para melhorar essa mácula dos PMs e pela melhoria da qualidade dos serviços prestados por eles.
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hoje tem o tradicional “Baile das Flores” no FLUMINENSE, com o toque musical de Milton e Milena e o Cantor Amazonense Frank Firenze, imperdível.