Advogado alerta para caos no trânsito

Seis dias depois da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMMT) modificar o trânsito em algumas vias do centro de Santarém, o ex-diretor do Detran na região, advogado Odilson Matos, declarou em entrevista à nossa reportagem que falta muito trabalho para que a grande quantidade de veículos possa fluir sem que haja congestionamentos ou riscos de acidentes.

Desde as primeiras horas de domingo, 29, algumas ruas do centro de Santarém sofreram alteração. Quem trafega no centro da cidade deve ficar atento as alterações no trânsito. Entre as vias que sofreram modificação, a Avenida Barão do Rio Branco virou mão única, entre Borges Leal e a Praça da Matriz, no sentido Bairro/Centro. A Avenida Silvino Pinto também virou mão única no sentido Centro/Bairro.

Para Odilson Matos, falta expandir mais o trânsito e pedir para a parte que administra a trafegabilidade, que além da mudança deve abrir vias, para dar mais acesso na dilatação do fluxo de veículos, porque ele está congestionado no centro da cidade. Ele afirma que se o trânsito for expandido vai dar certo.

“Faltam vias de acesso, porque não adianta mudar a mão das ruas do centro, se não tiver acessibilidade e a boa vontade de se criar novas vias em direção a periferia para que possa dar fluidez ao tráfego”, analisa Odilson Matos.

Isso que está acontecendo agora com as mudanças na área central da cidade, segundo Odilson Matos, é muito semelhante a um projeto que ele deixou pronto quando saiu do Detran no inicio da década de 1990. Tanto é que, de acordo com ele, deu certo quando mudou os sentidos das avenidas Rui Barbosa e São Sebastião e algumas travessas descendo, como a Barão do Rio Branco, na época em que geriu o Detran.

“Isso tem tudo pra dar certo desde que sejam abertas novas vias na periferia em direção as serras do Diamantino e do Piquiatuba e todas pavimentadas, dando condições de tráfego, para fazer com que o trânsito suba, não deixando congestionar no centro”, sugere.

ANEL VIÁRIO PARA O NOVO SHOPPING: Questionado sobre a construção de uma via interligando a grande área da Nova República à rodovia Fernando Guilhon, por conta da inauguração do Rio Tapajós Shopping Center, previsto para setembro deste ano, Odilson Matos falou que essa é uma necessidade que precisa ser solucionada com urgência.

A idéia seria a construção de uma via de saída da rodovia Santarém-Cuiabá, utilizando a já existente Alameda Alecrim, localizada na fronteira dos bairros da Matinha e Cambuquira, hoje bloqueada com dois portões de madeira pela empresa Transportes Bertolini Ltda (TBL), com acesso a Fernando Guilhon, para que moradores do planalto e dos bairros localizados próximos as serras do Diamantino e do Piquiatuba tenham como chegar ao Rio Tapajós Shopping.

Para Odilson Matos, a rua deve ser preparada, porque já existe um shopping, mas o empreendimento da Fernando Guilhon vai ser maior, onde deve haver uma zona de escoamento de veículos para este local.

“Deve ser criado um acesso fácil para que o povo possa freqüentar o shopping. A idéia é muito boa de uma via ligando as rodovias Santarém-Cuiabá e Fernando Guilhon através do bairro da Matinha. A idéia é que seja criada uma via de acesso, de chegada e saída, para dar maior fluidez ao trânsito”, ressalta o advogado.

ACIDENTES NO VIADUTO: Perguntado sobre a falta de sinalização adequada no viaduto principalmente para motociclistas e ciclistas, onde aconteceu um acidente com vitima fatal no último final de semana, Odilson Matos disse que ainda não viu nenhuma sinalização no local.

O local, segundo ele, deve ser munido de boa sinalização, para que seja orientado o povo e até mesmo, por Santarém ser considerada uma cidade turística e cheia de belezas naturais, onde recebe a visita de milhares de pessoas todos os anos. “As pessoas que chegam a Santarém se perdem, porque não existe indicativo pra onde ir”, afirma.

CONGESTIONAMENTOS: Sobre os congestionamentos nas principais ruas do centro de Santarém, Odilson Matos garante que a saída será trabalhar outras vias para que possa subir o fluxo de veículos em direção a periferia da cidade. Para ele, a administração atual deve fazer com que o trânsito suba, até chegar ao pé da serra e, que num futuro não tão longe, o fluxo de veículos possa passar para a zona do planalto santareno.

“A cidade vai crescer sempre e já precisava haver essas mudanças com a Prefeitura abrindo novas vias, com pavimentação e sinalização para subir o trânsito e descongestionar as ruas do centro. Esse é meu ponto de vista e, esse projeto é semelhante a um que deixei quando sai do Detran. Na época eu tinha uma trafegabilidade de 12.600 mil veículos. Hoje, existem trafegando nas ruas de Santarém cerca de 87 mil veículos”, revela Odilson Matos.

Se nada for feito, de acordo com Odilson Matos, não muito longe, o trânsito de Santarém vai virar um caos total. “Daqui a três ou cinco anos, ninguém vai conseguir mais entender o sistema de trafegabilidade na área central da cidade”, alerta do ex-diretor do Detran em Santarém.

FALTA DE ESTACIONAMENTO: Questionado sobre a falta de vagas para estacionar no centro da cidade, Odilson Matos ressalta que tudo isso deve ser criado, principalmente depois que o trânsito começou a ser modificado. Quando se modifica a trafegabilidade, segundo ele, devem ser criadas essas situações, o que deve ser trabalhado pela SMMT.

TRÁFEGO DE ÔNIBUS: Em relação ao tráfego de ônibus nas ruas centrais de Santarém, Odilson Matos falou que o grande número desses veículos também ajuda a elevar os congestionamentos e, que já tem diversos coletivos sem condições de trafegabilidade. Ele conta que na sua época de Detran, um ônibus tinha no máximo 10 anos de trafegabilidade. Porém, hoje, ele acredita que vários veículos que circulam pelas ruas da cidade têm muito mais que 10 anos de uso.

“Esses carros precisam sair de circulação. A lei é clara e diz que um ônibus deve ficar somente até 10 anos trafegando. Devem ser feitas situações para que os coletivos possam fluir de forma melhor. Já deve ser pensando, inclusive, em um corredor somente para ônibus. Já que está subindo a trafegabilidade. Isso deve ajudar a descongestionar o trânsito”, garante Odilson Matos.

Por: Manoel Cardoso