Igreja da Inglaterra aprova permissão para nomeação de mulheres como bispos
A Igreja Anglicana deu nesta segunda-feira mais um passo histórico pela igualdade de gênero, ao autorizar a nomeação de mulheres para o bispado. A decisão se deu por meio de uma votação que durou cinco horas e foi realizada durante o Sínodo Geral desta religião de 60 milhões de fiéis espalhados por mais de 160 países no mundo todo. O encontro ocorre em York, no Norte da Inglaterra.
A Igreja Anglicana é a maior designação cristã do Reino Unido, e o sínodo é uma reunião de membros do clero onde são decididos os rumos da religião. Há 20 anos, foi num desses encontros que se aprovou a ordenação de mulheres como pastoras, estimulando debate semelhante na Igreja Católica, que, embora demonstre sinais de abertura, ainda parece longe de tomar medida semelhante.
C0NSERVADORES DESAPROVAM
O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, disse logo depois da votação que estava muito feliz com o resultado. Contudo, não foram poucas as vozes conservadoras que demonstraram descontentamento com a nova regra, que muda as estruturas de quase 500 anos da Igreja Anglicana.
A votação sobre a nomeação de mulheres para o bispado se dá dois anos depois de uma tentativa frustrada de aprovar a mudança. Na ocasião, não foram atingidos os necessários dois terços de votos entre os membros leigos do sínodo, apesar da aprovação dos bispos e de boa parte do clero. Por apenas seis votos, então, o plano foi rejeitado, o que causou choque e perplexidade entre integrantes da igreja e da sociedade, a ponto de o Parlamento ameaçar invalidar o resultado do sufrágio.
Agora, a votação na Câmara dos Leigos teve 152 manifestações favoráveis, 45 contrárias e cinco abstenções. Já na casa dos Bispos, 37 foram a favor, dois contra, e houve uma abstenção. Por fim, houve 162 votos a favor na Casa dos Clérigos, 25 contra e quatro abstenções.
20% DE SARCEDOTISAS
Desde que elas foram autorizadas a ser pastoras na Igreja Anglicana, um em cada cinco sacerdotes é do sexo feminino. Especialistas já preveem que a primeira mulher pode ser nomeada para o bispado até o final deste ano.
Fonte: O Globo