Informe RC

ATIVISTAS, MILITANTES E CRIMINOSOS- I

Artigo de Carlos Alberto Di Franco, jornalista, professor, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais, diretor da Di Franco e consultor em Estratégia de Mídia.

Prostituir as palavras, deformar a realidade e mentir. A estratégia marxista, flagrada nas ações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e na violência black bloc, grita nas ruas e avenidas de um Brasil acuado pela covardia e leniência dos seus governantes. E nós, jornalistas, corremos o risco de sucumbir ao gingado gramsciano e à instrumentalização semântica. Criminosos que bloqueiam vias públicas, invadem prédios, lançam bombas, matam um cinegrafista de TV – fatos públicos e clamorosos -, vendem a imagem de “ativistas” e “militantes”. Quando presos, depois de uma enxurrada de ataques ao Estado Democrático de Direito, assumem o papel de “presos políticos”. E a imprensa, frequentemente refém de uma pretensa imparcialidade, acaba algemada pela inconsistência de clichês ideológicos. À medida que avançam, protegidos pela covardia das autoridades, grupos com perfil do MTST e dos black blocs vão mostrando a sua verdadeira face: arrogância, violência e espírito totalitário. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, hiperativo em São Paulo, começa a dizer o que realmente pretende. Guilherme Boulos, líder do MTST, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, já não esconde o objetivo de suas ações. O MTST “não é um movimento de moradia”, mas “um projeto de acumulação de forças para mudança social”.

ATIVISTAS, MILITANTES E CRIMINOSOS- II

Resumo da ópera: a proclamada luta por moradia não existe. É só uma fachada marqueteira. A violência é a ditadura das minorias para encurralar a sociedade. O vandalismo do MTST e a violência dos mascarados, não obstante seu discurso pretensamente libertário e confrontador do sistema vigente, é tudo, menos democrático. Os mascarados não representam os brasileiros indignados que ocuparam praças e avenidas em junho passado. No Rio, grupos de encapuzados queimaram a bandeira do Brasil, semearam pânico e destruíram patrimônio público e privado. Em São Paulo, cidade maltratada por uma administração que transforma o trânsito no inferno cotidiano de todas as classes sociais, a delinquência do MTST só aumenta o sofrimento com o bloqueio constante de ruas e avenidas. São, de fato, inimigos dos trabalhadores honrados e lutadores. Eles não têm a cara do nosso país e da nossa gente. Cabe ao jornalismo não apenas fazer o registro e o inventário das ações criminosas. É preciso condená-las com a força da apuração de qualidade. Muitas perguntas essenciais não foram respondidas. Quem está por trás dos bandos? Quem financia a logística? Ocupar terrenos, instalar barracas com a velocidade de uma ocupação militar, transportar companheiros, alimentar a militância custa muito dinheiro. É preciso esclarecer. Não se pode permitir que o autoritarismo ideológico, apoiado em milícias armadas e delinquentes, roube as legítimas bandeiras da cidadania. Se o dinheiro que circula no mercado da corrupção fosse usado para fazer investimentos públicos, mudaria a cara do Brasil e faria, de fato, a almejada justiça social. Mas o MTST, os Black Blocs, Boulos, Sininho e seus seguidores não estão nem aí para isso. O que lhes interessa é o poder e não a democracia.

POR ENQUANTO, SÓ DEUS SABE

Muitas vidas são cortadas por motivos desconhecidos, deixando perplexos os conhecidos das partes envolvidas e, no final das apurações feitas pela Polícia e Justiça, muitas viram estatísticas como crimes não esclarecidos. A OAB do Pará tem exigido do governo e do Judiciário, às vezes de maneira rude, que assassinatos contra advogados sejam desvendados, como ocorreu com um em março do ano passado, na cidade de Tomé Açu, morto por pistoleiros a mando do prefeito que teve o mandato cassado, mas responde pelo crime em liberdade graças a um habeas-corpus concedido por um tribunal superior. Próximo a 10 ex-cultores do Direito que tombaram, ainda continua mistério, com assassinos desconhecidos. Vamos aos finalmentes de um caso ocorrido há 15 dias em Belém: o que pode levar jovem advogada de 27 anos, bem nascida e relacionada, residente num edifício no centro da capital, pertencente à classe média alta, mãe de 2 filhos, esposa de um Procurador do Estado, cometer suicídio se jogando do 7º andar por uma das janelas do banheiro, pelo apartamento ser todo cercado de telas para proteger as crianças? Os vizinhos asseguraram aos policiais que horas depois faziam trabalho de investigação, que a tragédia ocorreu logo após acirrada discussão entre o casal, como era de costume. O processo deve correr em segredo de Justiça, longe dos olhos da imprensa. Que a Justiça e a OAB secção do Pará não deixe a morte da advogada virar estatística dos anais da polícia.

QUEREM FECHAR O TEMPLO DE SALOMÃO

Luxo, ostentação e riqueza, fazendo contraponto à pobreza de milhares de famílias que habitam a seu redor, o Templo de Salomão, (cópia fiel do antigo existente em Jerusalém, datado do séc. XI) de propriedade da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, localizado no bairro do Brás, na cidade de São Paulo, a um custo de 685 milhões de reais, inaugurado em fins de julho com a presença da companheira presidente Dilma, não está sendo bem digerido pelo Ministério Público paulista que, devido às espertezas do bispo em enganar órgãos públicos do município durante os 8 anos de sua construção, o promotor de Habitação e Urbanismo está recomendando à prefeitura cancelar a autorização especial dada à Universal para funcionamento (6 meses) da casa de oração, durante 15 horas por dia, até a igreja, ou o bispo, se ajustar ao que manda a lei. O membro do Ministério Público deixou claro que há indícios de fraude, se o pedido não for acatado, vai recorrer à Justiça, o que não deve ser bom para o bispo.

AÇÃO PRECIPITADA

Petistas de Monte Alegre, ainda ligados ao médico Sérgio Monteiro “PT”, que desde o dia 8, sexta, passou à condição de ex-prefeito do município ao ter renunciado ao mandato, horas antes de uma Comissão Processante (CPI) constituída por vereadores de oposição obedientes à orientação do ex-gestor, Jardel do Carmo Vasconcelos “PMDB”, para apurar irregularidades ocorridas nos 15 meses de sua administração, apresentaram o relatório desfavorável à sua permanência, seguido de cassação, ligeirinho encaminhou ao Poder Legislativo sua renúncia, dando vez ao interino, seu ex-companheiro, denunciante e algoz, o vice-prefeito José Costa “PT”, a titularidade do cargo, assumindo no dia seguinte. O médico renunciante agiu de forma precipitada, já que poderia recorrer da cassação com possibilidades de retornar e não temer os boatos de que poderia ser preso de imediato, fabricado por Jardel que fez pior quando prefeito e está solto. Teve o registro de sua candidatura nas municipais de 2012 negado pelo TRE, com direitos políticos cassados por ter mexido em verbas do SUS. O Agora prefeito, seu comandado, pode ser sua próxima vítima. Aguardar pra ver.

AMNÉSIA

Na 4ª (06), quando a companheira Dilma, na sua campanha pela reeleição, esteve no canteiro de obras da usina de Belo Monte, em “visita” falou aos funcionários da oposição ser pessimista. Depois do aumento próximo a 40% do preço da eletricidade, concedido pela ANEEL com aval do governo às distribuidoras de energia elétrica, não tem como ser otimista, maioria da população começa a não acreditar em dias melhores. Semana antes, a presidente, acompanhada do ex Lula, foi a um comício no interior de Minas, disse da inflação estar sob controle e dos adversários (Aécio “PSDB”, Eduardo “PSB” e Everaldo “PSC”) explorarem o discurso do caos a respeito de seu governo. O companheiro Lula, em seu arroubo oratório, foi mais longe, afirmou: “se juntar todos eles não dá uma pessoa tão honesta como eu”. Como se o povo sofresse de amnésia e não tivesse existido a Gangue dos Vampiros, mortes por transfusões de sangue em hospitais de Pernambuco, e a dos Sanguessugas, compra de ambulâncias com dinheiro do Ministério da Saúde, através de emendas parlamentares, com comissões a deputados e prefeitos que aderiram ao esquema, e a ação penal do Mensalão, com 24 réus condenados cumprindo pena em Penitenciárias e um foragido preso na Itália, fora outros escândalos recentes como o da Petrobrás. Até fins de setembro ainda deve vir muitas novidades por aí.

PEGA MAL

Não deve pegar bem ao Supremo Tribunal Federal, como última instância de leis do país, tomar o tempo precioso de seus ministros (11) para julgar, ainda sem data marcada, um homem já condenado pela Justiça de Minas Gerais a 1 ano de prisão que, por ser reincidente, a punição deveria ser cumprida em regime semiaberto, acusado de furto de um par de chinelos que foi devolvido à vítima. Nada demais, se no interior da Casa de Leis não estivessem armazenados dezenas de processos, onde os réus envolvidos são apontados de terem surrupiado dos cofres públicos bilhões de reais. Ainda em maio deste ano, o Supremo arquivou, baseado no conceito da insignificância, ação penal contra um nacional por ter roubado e comido duas galinhas de um vizinho. Não dá para entender, nem por pessoas de pouco saber, do Supremo se envolver em questões relacionadas a roubo de chinelo de 15 reais e de furto de galinha do quintal do vizinho. Coisas que muitos bate-paus da Polícia decidem antes de chegar às mãos do delegado.

INÍCIO DE VERÃO

Em Santarém, como dezenas de outras cidades do interior do Estado com as águas parando de descer, surgem as praias e se inicia o verão. A Secretaria de Turismo e outros órgãos, como o Meio Ambiente, Policias, Bombeiros, Capitania dos Portos, encarregados de assegurar segurança aos banhistas, devem estar com a agenda lotada de eventos. A mais importante é a festividade do Sairé, na vila de Alter do Chão (de 11 a 15/09), bancada pela prefeitura e empresas particulares, para onde se deslocam turistas de vários pontos do país, atraídos pela beleza das praias e disputa entre os botos Tucuxi e Cor de Rosa. Os responsáveis pelo PROCON, Vigilância Sanitária e Turismo deviam fazer a sua parte solicitando dos barraqueiros da Ilha do Amor, que padronizem a cobertura de palha de “seus restaurantes” e tabelem o preço de venda dos alimentos, para os visitantes que fazem a festa não sejam explorados, como ocorre anualmente.

LEI MARIA DA PENHA

Oito anos depois de criada, a Lei Maria da Penha que pune agressões contra mulheres, quando milhares de ocorrências são registradas diariamente nas delegacias, dados mostram da lei não estar colhendo os efeitos desejados e da maioria das vítimas sofrer violência do marido, companheiro e do “Ricardão”. As escassas punições, geralmente a pessoas pobres, e a morosidade das ações na Justiça, aliadas à impunidade, são apontadas como causas da proliferação de valentões em todas as camadas sociais. O estado tem feito a sua parte, mas as mulheres não contribuem, com medo, principalmente quando ligadas a pessoas influentes. No dia em que o Judiciário fizer um mutirão para julgar processos dos incursos na lei, a violência contra a mulher diminui.

BOCAS DE URNA

Antigamente, era normal em eleições candidatos a cargos eletivos contratarem, mediante compensação financeira, pessoas eleitoras ou não para servirem de boca de urna, distribuindo santinhos e lembretes com nome, número e cargo aos eleitores que chegavam às sessões eleitorais para votar. Agora não. A legislação proíbe e considera propaganda irregular, abuso de poder econômico e intimidação ao eleitor, e pode prejudicar o candidato com impugnação, que vai arcar com ônus da prova. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o Ministério Público Federal, a OAB estadual e a CNBB, que combatem a corrupção, mas não aprimoram a Legislação Eleitoral, vão contar em Santarém, além da Polícia Federal, com abnegados e voluntários fiscais para acompanharem o decorrer da votação da eleição do 1º domingo de outubro. Para quem é candidato, todo cuidado é pouco.

COMO VAI O BRASIL DEPOIS DA COPA?

1ª- Mais da metade da população brasileira, acima de 115 milhões de pessoas, vive sem saneamento básico e 1/3 dos habitantes, próximo a 77 milhões, não tem acesso à água potável. O governo não investe o que devia em infraestrutura sanitária, propiciando doenças que custam caro ao país, inclusive as que matam e causam impacto econômico. 2ª- Mês de julho, no distrito de uma cidade do interior de Santa Catarina, a Polícia prendeu um homem de 45 anos que vivia com a esposa e tinha relações sexuais com duas filhas, desde quando crianças de 10, e hoje com idade de 24 e 22 anos, tendo 3 filhos com cada. A última espera um novo bebê. Eram mantidas em cárcere privado. O marido, pai, avô e réu confesso, foi encaminhado ao Presídio, as vítimas, ao Conselho Tutelar. 3ª- Fatalidade. Um bebê de 9 meses, foi encontrado morto numa creche de um bairro de Belo Horizonte, que não tinha Alvará de Funcionamento e nem autorização da Secretaria de Educação, funcionando de forma clandestina, abrigando 15 crianças de famílias pobres que, segundo os pais, eram tratadas com carinho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *