Fazendeiro denuncia grilagem de terras no Ituqui
O pecuarista Antonio Orivan de Azevedo, de 65 anos, procurou a reportagem de “O Impacto” para denunciar um caso de grilagem de terras, que está acontecendo na área conhecida como Gleba Santana do Ituqui, na zona ribeirinha de Santarém, no Oeste do Pará. Ele conta que teve parte de sua propriedade vendida pelo empresário identificado por Lucivaldo, para um homem chamado Sérgio.
Segundo Antônio, há muitos anos, existe grilagem de terras, falsificação de documentos e uma quadrilha envolvida nesse esquema, em Santana do Ituqui e, que por conta disso no dia 12 deste mês, às 19h30, sofreu uma tentativa de homicídio quando estava na casa de seu irmão, na Avenida Cuiabá, no bairro do Caranazal, na área urbana de Santarém.
“Fui atacado pelo Lucivaldo, da BMG, que fica na Travessa 15 de Novembro, no centro de Santarém. Ele me atacou com palavrões, me ameaçou de morte e disse que ia mandar a Polícia me prender. O prazo seria na segunda-feira passada”, revela Antonio Orivan.
De acordo com ele, Lucivaldo disse que não tem medo dos processos que estão tramitando na Polícia Federal e no Ministério Público Federal (MPF), porque ele tem um cunhado, que é influente. “Ele chegou a falar que parte da minha propriedade, que fica em Santana do Ituqui, já é dele, porque ele alegou que eu aluguei o capinzal, que é minha propriedade há mais de 40 anos”, relata o pecuarista.
Antonio Orivan afirma que aluga o capinzal todos os anos para outros criadores da região e, que nunca vendeu nada para Lucivaldo. Ele é acusado de envolver os filhos de seu Antonio na confusão, tentando fazer acordo com eles.
“Ele (Lucivaldo) se prontificou, que se meus filhos dessem R$ 5 mil, ele parava com a confusão. Meus filhos se reuniram e levaram o dinheiro pra entregar a ele. Desde esse dia, eu pensei que tudo tinha sido resolvido, mas para minha surpresa, Lucivaldo quer mesmo é acabar com a minha vida”, denuncia.
OUTRO ENVOLVIDO: Segundo Antonio Orivan, o outro envolvido no esquema, identificado por Sérgio, mora na Travessa Rosa Passos, no bairro da Prainha, o qual comprou o lote de forma irregular. Antonio revela que Sérgio chegou a dizer que já pediu o dinheiro de volta, para Lucivaldo, o qual disse que não tem mais a verba.
“Como o Lucivaldo não tinha mais o dinheiro pra lhe devolver, eles dois já tinham brigado. No meio de toda essa confusão, Lucivaldo vendeu o lote, que é de minha propriedade, para o Sérgio, alegando que comprou de um senhor chamado Teófilo Pereira Barros, mas a área me pertence”, garante Antonio Orivan.
Ele afirma que Teófilo Barros, conhecido como “Barrinho”, nunca possuiu nenhum ‘palmo de terra’ em Santana do Tapará e, que o documento que Lucivaldo está de posse é falso. Isso deve ser investigado pela Polícia Federal. “Esse documento é falso e, é preciso que a Polícia Federal investigue a fundo. A planta da área, eu levei para o juiz da 5ª Vara Civil, onde 10 minutos depois da audiência, estava Jorge Augusto Mota Siqueira. Esteve também um engenheiro agrônomo que ganhou R$ 60 mil desse Jorge, para falsificar outros investimentos, como um frigorífico na Vila de Santana do Ituqui. O valor do investimento é de R$ 920 mil, mas não vale nem R$ 50 mil”, desvenda Antonio Orivan.
AMEAÇA DE MORTE: Por conta das ameaças de morte sofridas por parte de Lucivaldo, Antonio Orivan de Azevedo conta que procurou a 16ª Seccional da Polícia Civil, para registrar um Boletim de Ocorrência. “Na tarde de quarta-feira, teve uma audiência com as partes envolvidas no processo, na 16ª Seccional da Polícia Civil e eu vou tomar as providências no Ministério Público e na Polícia Federal”, avisa o pecuarista.
As ameaças também motivaram Antonio Orivan de Azevedo a fixar residência na zona urbana de Santarém. “Eu estou morando agora aqui na cidade, porque eles querem tirar a minha vida, pra tomar posse do meu patrimônio, que vale mais de R$ 500 mil. Tenho um lote de 520 hectares, todo documentado há mais de 40 anos. Eu não tenho mais criação no local, mas alugo o campo para outros criadores”, declarou.
Segundo Antonio, Lucivaldo é empresário, onde mantém o Banco BMG fazendo empréstimos para aposentados, mas também é envolvido na grilagem de terras. “Ele chegou a me falar que o Pedro Aquino, que nessa época era o superintendente do Incra, deu um lote pra ele, no Curuatinga. Ele disse que o Pedro Aquino falou pra ele: ‘escolhe o lote onde tu se agradar, que eu documento pra você’. O Lucivaldo não tem e nunca possuiu lote em Santana do Ituqui. Ele quer se apossar na marra do meu lote pra vender pra outra pessoa. Ele quer proibir de eu alugar o campo e me ameaçou dentro da minha casa”, denuncia Antonio Orivan de Azevedo.
Por: Manoel Cardoso