Informe RC
O CÉU É O LIMITE- I
Trecho do jornalista Bernardo Mello Franco, da Folha de São Paulo. Leia abaixo:
Ao assumir o Ministério do Esporte, o pastor George Hilton disse entender os atletas que se decepcionaram com sua escolha. Se eles tivessem assistido a sua cerimônia de posse, na sexta-feira, o Brasil correria o risco de perder as próximas Olimpíadas por WO. O novo auxiliar de Dilma Rousseff estreou com uma confissão: não tem a menor intimidade com os temas de sua pasta. “Posso não entender profundamente de esporte, mas entendo de gente”, afirmou. “Alguém disse que o ministério tem que ser ocupado por um técnico. Mas o que mais temos aqui são bons técnicos”, prosseguiu, para constrangimento de servidores que assistiam à solenidade. No primeiro mandato de Dilma, o ministério se notabilizou por repassar dinheiro público a ONGs ligadas ao PCdoB. No segundo, será chefiado pelo PRB, sigla controlada pela Igreja Universal. Antes de nomear sua nova equipe, a presidente disse que consultaria o Ministério Público para evitar novos escândalos.
O CÉU É O LIMITE- II
Se tivesse usado o Google, não teria instalado uma bomba-relógio no governo às vésperas da Rio-2016. Há nove anos, Hilton foi detido em um aeroporto mineiro com 11 caixas de dinheiro vivo, somando R$ 600 mil. O episódio provocou sua expulsão do antigo PFL, que não se notabilizava pelo rigor ético com os filiados. Ao transmitir o cargo, o comunista Aldo Rebelo recebeu o pastor com uma citação bíblica. Entre todos os textos sagrados, escolheu uma parábola sobre a multiplicação das moedas. “Creio que Vossa Excelência entregará 10 moedas a partir das 5 que está recebendo”, disse. Hilton arqueou as sobrancelhas e sorriu para a plateia, que retribuiu com uma gargalhada. No fim do discurso, o novo ministro jurou não se abater com as críticas. “Pelo contrário, elas me impulsionam cada vez mais a desafiar a mim mesmo e tornar possível realizar proezas”, disse. Para quem já conseguiu ser expulso do PFL e vaiado na posse da nova chefe, o céu é o limite.
PETROBRÁS NA JUSTIÇA
Responder processo na Justiça americana deve ser várias vezes pior que na do Brasil. Na Constituição dos Estados Unidos, não existe foro privilegiado, todos são tratados diante das leis com igualdade. Presidente, governadores, senadores, deputados e prefeitos, quando erram, se nivelam a qualquer cidadão comum. Diferente daqui, onde as ações contra políticos com mandatos ficam armazenadas no Supremo Tribunal Federal e podem demorar décadas para serem apreciadas, quando não ganham prescrição. Vamos ao que interessa e de interesse do país. Corre na Justiça americana vários processos contra a Petrobrás e duas concessionárias no exterior, envolvendo um ex-presidente, Sérgio Gabrielle e a atual, Graça Foster, ex-diretores da estatal, ex-membros do Conselho de Administração e Bancos responsáveis pela emissão de papéis da companhia, todos incluídos como réus, devido as denúncias de corrupção e propinas, feitas em depoimentos à Operação Lava Jato, o que levou a milhares de investidores americanos a serem lesados, uma espécie de propaganda enganosa, podendo a petrolífera brasileira ser condenada a pagar centenas de milhares de dólares às vítimas. É como diz o deputado Tiririca: pior do que está não fica.
QUESTIONAMENTO DE GIGANTES
O ex-ministro chefe da Controladoria Geral da União, às vésperas da abertura, em São Paulo, do Dia Internacional de Combate à Corrupção, comunicou que estava pedindo demissão, depois de 12 anos de contribuição no combate à fraude e à corrupção, além de defender o Patrimônio Público. Na segunda quinzena do mês anterior, declarou que a compra da usina de Pasadena, pela Petrobrás, nos Estados Unidos, que causou prejuízo de 659 milhões de dólares aos cofres da União, não foi mau negócio, nem erro de gestão, foi má fé mesmo. Às vésperas de ano, o Tribunal de Contas da União questionou a CGU sobre o prejuízo causado pela compra da Usina, cujo valor real chega a 792 milhões de dólares, e quer saber o por quê e como a CGU chegou a 143 milhões a menos, por ser importante determinar quanto, e devolver aos cofres públicos. Dinheiro do povo no Brasil entra e sai do mesmo saco.
DEPUTADO BOM DE RESPOSTA
O capitão da reserva do Exército Brasileiro, deputado Jair Bolsonaro (PP), mais votado no estado do Rio de Janeiro e 4º no Brasil, retorna pela 6ª vez à Câmara Federal onde tem boa atuação, embora tenha respondido no Conselho de Ética da casa, acima de 20 representações por quebra de decoro, nas quais se saiu bem. No fundo, o pecado do ex milico e defensor intransigente dos governos militares (1964–1985) é ser contra a todas as medidas legais conquistadas por grupos defensores do LGBT. No término da atual legislatura, que se encerra fins de janeiro, ganhou do PT, com participação do PCdoB, PSB e PSOL, mais uma representação no Conselho de Ética, por falta de decoro, acusado de ofender duas colegas “xiitas”, uma do PCdoB, outra do PT. O deputado, chamado de estuprador por ambas, revidou: não sou estuprador, mas se fosse vocês não entravam na minha lista. Cassar não conseguem, simplesmente vão torná-lo mais popular, o que ganha votos.
RETRATO DO DESCASO
Recente, o representante deste jornal em Alenquer, em sua coluna semanal, mostrava o retrato do dinheiro público jogado fora, o Porto Hidroviário, em frente à cidade, construído e inaugurado quando prefeito (2008), Cleóstenes Farias (PR), e condenado pouco depois pela Defesa Civil do Estado e do Município, sem que os restos mortais do sonho de quase 6 décadas do povo ximango, tenham sido removidos. Às vésperas de Natal e Ano, professores do município e servidores da Secretaria de Educação e outras, fizeram um panelaço pelas ruas da cidade (sinal de fome) e muitos “elogios” à genitora do prefeito por estarem com salários atrasados. Na segunda (5), três alenquerenses esclarecidos, sendo um advogado, em Santarém, afirmavam do prefeito, Flávio Marreiro (PSC), portar, quase ano, para se manter no cargo, liminar do TSE (Brasília) contra decisão do TRE, que lhe cassou o mandato, que pelo tempo de uso é a mais cara da história do município, já que mensalmente tem apreciação do mérito adiada no TSE, o que obriga Marreiro, acompanhado de advogado e assessores, às custas do município, se deslocar à capital federal. Um dia a casa cai. Para um vidente, Alenquer só tem um jeito, mudar de nome.
CONTINUA ATIRANDO
A atual senadora Marta Suplicy (PT-SP), que já foi prefeita de São Paulo e ministra da Cultura, ao pedir demissão do cargo em novembro, em carta desejou à presidente Dilma que fosse mais feliz no segundo mandato e se cercasse de pessoas sérias, comprovadamente competentes, e resgatasse a confiança e a credibilidade do governo, em baixa no Brasil e no exterior. A senadora petista, conhecida no PT pela sua lealdade ao ex Lula da Silva, dono do partido, pelos seus atos e gestos, embora venha a conservar a amizade, tem tudo para mudar de lado, já que dispõe de 4 anos de mandato e não deseja encerrar sua ainda curta permanência na política, quando ainda tem milhões de votos em São Paulo. Na terça (30), a companheira Dilma, ao anunciar o sociólogo Juca Ferreira (PT) para o Ministério da Cultura, a senadora foi mais contundente, desqualificando a escolha, declarou: a população brasileira não faz ideia dos desmandos que esse senhor promoveu à frente da Cultura brasileira (foi ministro no primeiro governo Lula). O povo da Cultura, que tão bem o conhece, saberá dizer o que isso representa. Pelo andar da carruagem, ainda vem muito tiro pela frente.
ONDE PASSA DEIXA MARCA
Por onde passa, deixa marcas de seu vasto conhecimento, através do trabalho. O advogado Helenilson Pontes, sem desmérito a outros, pode ser apontado como o melhor vice-governador dos últimos 50 anos pela sua atuação destacada quando vice do governador Simão Jatene (reeleito), em defesa dos interesses do Pará, ajudando o ex-parceiro a governar o Estado. Não nasceu para ser político militante (portar mandatos), mas um dia, com a escassez de valores, vai ter seus méritos reconhecidos. É jovem, pode esperar. Como novo secretário do Estado de Educação, deve sair de letra, e Santarém e o Oeste paraense têm muito a ganhar com o sucesso do Helenilson.
NÃO SAI DO LUGAR
A construção do Terminal de Cargas e Passageiros do Aeroporto Wilson Fonseca, administrado pela Infraero, um dos mais importantes do interior do estado, deve ser uma das mais demoradas em execução no país. Entre pedras fundamentais, coquetéis, discursos, começa, para e recomeça, deve ter completado mais de 20 anos, quase metade do tempo da Santarém/Cuiabá, nos trechos do Pará. O de Mato Grosso está todo concluído. Parte dos mil quilômetros já está duplicada. Ambas as obras, uma coisa têm em comum: ninguém sabe quando termina, apesar dos anúncios constantes de “em breve”. O que encabula aos que vão e vêm do aeroporto, a impressão que dá é das obras estarem paradas. O que a falta de uma representação política para Santarém não faz? Só o Chapadinha, na Câmara Federal, como andorinha, não vai fazer verão.
ENCHENDO O BOLSO E A PANÇA
Decisões do Tribunal Regional do Estado (TRE), que tem tirado prefeitos do poder por atos desonestos e desrespeito à Legislação Eleitoral, qualquer dia pode não ser levado a sério, já que o TSE, em Brasília, concede liminar desqualificando julgamentos do TRE, baseado em provas. É o caso ocorrido com a prefeita de Belterra, Dilma Serrão (PT), que dois dias depois de cassada voltou, desafiando ação da Justiça. Na região Oeste, concessão de liminar pelo TSE virou coisa corriqueira, pela maioria dos gestores se beneficiarem do falso “remédio legal”, que pode ter efeito curto ou o tempo necessário para terminar o mandato, não importando que o paciente seja desonesto e a prefeitura esteja sendo, financeiramente, surrupiada ou não. A esperança é do Ministério Público do Estado acionar a Justiça com Ações Civis Públicas, para que o povo não sirva de joguete e do dinheiro não ficar em mãos de prefeitos desonestos, que não trabalham, enchem os bolsos e a pança à custa da população ludibriada, como a de Belterra.
ALÔ CAPITANIA DOS PORTOS
Palavras textuais de um empresário do ramo hoteleiro em Alter do Chão, dada ao blogueiro Nelson Vinencci: “os filhos nativos de Alter do Chão não podem permitir que usem lanchas motorizadas para transportar pessoas da vila à Ilha do Amor. Não devemos perder a magia e o encanto das catraias à remo”. O empresário está coberto de razões, por tratar-se de áreas destinadas a banhistas, e cabe à Capitania dos Portos proibir essa futura discrepância que começa a dar os primeiros passos no caminho da realidade. Trocar as catraias por bajaras movidas a óleo diesel, além de oferecer perigo aos banhistas, notadamente crianças, polui o meio ambiente e fere as regras do bom senso. Ironia do destino: o empresário, que bem intencionado alerta as autoridades, é esposo da secretária de Turismo do Município. Alô, Capitania dos Portos.
RECADO
A Promotora de Justiça, Maria Raimunda, em recente reunião no auditório do Theatro Victória, disse aos empresários do ramo rodoviário que devem se adequar para oferecerem melhor serviço à população. A Promotora se dirigia aos usuários dos transportes (ônibus e pau de arara) para o planalto e municípios como Belterra e Mojui dos Campos. Indiretamente, a competente serventuária da Justiça deu um recado à secretária de Mobilidade e Trânsito, presente no encontro, e aos detentores provisórios de linhas em áreas urbanas da cidade que não renovam as frotas, prestando um desserviço aos usuários, obrigados a embarcar em ônibus, maioria sucateada, sem condições alguma de circularem no trânsito, por oferecerem perigo a vidas humanas.
ATOS E FATOS:
1ª- BRONCA – Delegada dá bronca, algema, prende e encaminha à Penitenciária uma professora de 39 anos flagrada roubando em frente a uma escola, na cidade de Santana, no estado do Amapá. Por que a senhora fez isso, sendo uma professora formada? Perguntou a policial surpreendida pelo ocorrido. A mestra era parceira de manjado marginal de 23, que fazia parelha com o bandido, que de motocicleta, fazendo vítimas, roubava dinheiro e celulares. 2ª- SEGURO DEFESO – No final do primeiro mandato, a presidente Dilma tomou conhecimento pela mídia de que no Rio de Janeiro residem 25 mil pescadores piratas maranhenses recebendo Seguro Defeso. Quantos não devem ter em Brasília e em São Paulo? 3ª- HOMEM DE PRESTÍGIO – Valdemar Costa Neto, ex-federal, dono do PR, figura manjada no mundo da corrupção, mensaleiro, condenado no processo do Mensalão a mais de 7 anos de prisão, ex-hóspede da Penitenciária da Papuda em Brasília, hoje cumprindo pena em regime domiciliar, tem muito prestígio com a companheira Dilma, indicou o novo ministro dos Transportes. 4ª- CRESCIMENTO ZERO – No mundo todo, os países cresceram, até o Haiti. As nações companheiras, Brasil, Bolívia, Argentina, Equador, Venezuela e Cuba, terminaram 2014 com crescimento econômico zero. A presidente justifica o fracasso do seu governo à crise mundial que não existe.