Celular, mais sujo que banheiro
Apertar a descarga de um banheiro masculino ou segurar o seu próprio celular. Qual das ações vai colocar a pessoa em contato com a maior quantidade de bactérias perigosas? Segundo estudo da Universidade de Surrey, Inglaterra, a resposta são os smartphones, que contêm até 18 vezes mais micro-organismos causadores de doenças do que as descargas.
A pesquisa, realizada por estudantes de Bacteriologia com seus próprios aparelhos, revelou altas taxas de Staphylococcus aureus, bactéria capaz de provocar infecções generalizadas. Também foram observados Bacillus mycoides, organismo inofensivo ao corpo. Outro trabalho constatou que um em cada cinco telefones possui bactérias com potencial de provocar distúrbios.
Para Carolina Cipriano, médica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Badim, a causa principal do número elevado de bactérias nos celulares é a constante manipulação. “As mãos são cheias de bactérias e, como quem tem smartphone está sempre com ele na mão, acaba passando os organismos para o aparelho”, afirma ela. Apoiar o aparelho no chão, pias e outras superfícies sujas também aumenta a presença de bactérias.
Apesar de 20% da população mundial carregá-la por muitos anos no corpo sem danos à saúde, a Staphylococcus aureus pode provocar infecções no corpo, aponta Carolina. “Os maiores problemas são infecções na pele”, diz. Normalmente, o micro-organismo se infiltra na corrente sanguínea através de ferimentos e cicatrizes. As doenças provocadas variam do impetigo, muito comum em crianças e contagiosa, a septicemia, infecção generalizada mais grave.
Para não ter um celular repleto de bactérias, o segredo é um velho conhecido de todos: lavar as mãos com frequência. “As dicas são as de sempre. Lavar as mãos antes e depois de todas as refeições, ao chegar em casa e após usar o banheiro”, aconselha a especialista.
Fonte: O Dia