Moradores de Fátima de Urucurituba visitam área de assentamento

Famílias da Comunidade Fátima de Urucurituba atingidas pelo fenômeno natural do rio Amazonas “terras caídas”, cadastradas no assentamento construído, na Comunidade de Santa Maria, na Região do Eixo Forte, visitaram a área na manhã desta terça-feira, 20. A comunidade fica à margem do rio Amazonas, no assentamento agroextrativista Urucurituba, município de Santarém.
A visita ficou decidida em reunião realizada no dia 13 deste mês, na superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A demanda de reassentamento surgiu em razão do fenômeno das “terras caídas” no assentamento agroextrativista Urucurituba. O rio Amazonas, em atrito com as margens de comunidades ribeirinhas, provoca deslizamentos do solo.
O presidente da Associação de Moradores de Fátima de Urucurituba, Cristovão dos Santos reforçou que uma equipe do Incra levou todos os comunitários para visitar a área. Ele explica que existem atualmente 35 famílias em Fátima de Urucurituba e, que desde o ano de 2009 lutam por uma área.
“Nos últimos anos já tivemos muitas perdas com a queda de barrancas do Rio Amazonas, como campo de futebol, igreja, sede comunitária e até posto telefônico”, conta.
Para acompanhar a vistoria, o Incra convidou representantes do Ministério Público Federal (MPF); da Defesa Civil; da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma); da Secretaria Municipal de Agricultura (Semab); da Coordenadoria Municipal de Incentivo à Produção Familiar (Cprof); e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Lideranças das comunidades Fátima de Urucurituba e Santa Maria também estiveram presentes.
REMANEJAMENTO: O objetivo do remanejamento é evitar que mais pessoas sejam atingidas pelo fenômeno ‘terras caídas’, que acontece quando a correnteza do rio bate com força nas margens e destrói o solo, provocando o deslizamento de terra. Segundo os moradores, 2009 foi o ano mais difícil na comunidade, porque igreja, escolas e muitas casas foram destruídas.
De acordo com o presidente da Associação Fátima de Urucurituba, Cristovão Santos, os moradores já vinham solicitando a transferência desde 2009. “Agora estamos chegando a um denominador comum. No verão tem como cultivar no novo lugar”, comentou.
Santos ainda ressalta que os moradores têm pressa em realizar o remanejamento, pois 95% das terras da comunidade já foram afetadas. “A situação de Fátima de Urucurituba já está no limite, nós não temos mais onde ficar. Cerca de 95% das famílias foram atingidas, está só uma pequena ilha”.
SOLIDARIEDADE: O vice-presidente da Federação do Eixo Forte, Sebastião Pereira, garantiu que a os moradores do local estão dispostos a ajudar as famílias remanejadas. “Estamos dispostos a acompanhar eles até o fim dessa luta de ter as casas construídas, para sair daquele risco, porque nós temos muita preocupação, porque a gente sabe a situação de risco na hora da enchente”, argumentou.
Segundo o chefe de divisão de desenvolvimento de assistência do Incra, Carlos Carneiro, já foi realizada a demarcação das terras do assentamento e já foi solicitada da Prefeitura um serviço de melhoria dos ramais que dão acesso ao local. “A área está delimitada, já pré determinada pelo Incra. Já fizemos a demarcação tudo direitinho. As famílias já fizeram o reconhecimento da área e já estamos acertando tudo para que eles sejam remanejados. Esperamos que em curto espaço de tempo eles possam já estar bem localizado. Já tivemos também uma conversa com a prefeitura para fazer a abertura e melhoramento dos ramais” .
ASSENTAMENTO: As casas devem ser construídas em uma área de 40 hectares, após a formalização de uma ata que deve apontar a entidade responsável pela construção. “Com relação a construção das residências eles já estão orientados, inclusive pela Federação do Eixo Forte, a fazerem uma ata dizendo a entidade organizadora, que vai se responsabilizar pela construção das casas. O Incra vai aguardar essa ata com a entidade organizadora para poder repassar a relação de beneficiários ou para a Caixa ou Banco do Brasil, com que eles acharem melhor fazer a construção das casas”, informou Carneiro.
Em 2012, o Serviço Geológico do Brasil classificou a área da comunidade de Fátima de Urucurituba como sendo de alto risco e já tinha determinado que as famílias fossem retiradas do local.
Fonte: RG 15/O Impacto