ICMBIO apreende madeira clandestina na Resex Tapajós-Arapiuns
Em operação realizada no último fim de semana na Comunidade de Pascoal, no rio Arapiuns, na zona ribeirinha de Santarém, no oeste do Pará, fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apreenderam grande quantidade de madeira extraída de forma irregular da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex).
Durante a ação, diversas embarcações foram apreendidas. Dentro de algumas delas, foram encontradas toras de madeira e ripões, o que segundo os fiscais, caracterizou crime ambiental. Multas foram aplicadas aos donos de embarcações que cometeram infração.
Segundo os fiscais do ICMBio, alguns dos proprietários que transportavam madeira ilegal são moradores de comunidades localizadas dentro da Resex. Após os proprietários pagarem multa, as embarcações foram liberadas. Já a madeira apreendida foi doada para as comunidades ribeirinhas.
O ICMBio informou que para extrair e transportar a madeira, depois de ser beneficiada, os proprietários de embarcações devem tirar a licença ambiental no órgão, localizado na Avenida Tapajós, em Santarém. Já os comunitários são autorizados a extrair madeira para benefício da coletividade, como para a fabricação de canoas e remos.
Também nesta época do ano, quando as chuvas são intensas, os moradores utilizam a madeira para fazer marombas, para evitar que as águas invadam suas casas, haja vista que o rio enche rapidamente e muitos estão prevendo que a enchente deste ano será bastante grande.
A Resex Tapajós-Arapiuns é uma unidade de conservação gerida pelo ICMBio. Porém, um acordo entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério do Meio Ambiente permite que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheça as populações tradicionais que moram no local como clientes da reforma agrária. Com isso, as famílias têm acesso a linhas de créditos e assistência técnica.
Atualmente, 3.562 famílias que moram na reserva são atendidas com assistência técnica, graças a contratos com o Incra.
A reserva extrativista Tapajós-Arapiuns é uma das poucas unidades de uso sustentável que tem plano de manejo consolidado e grande atuação das comunidades dentro e no entorno da unidade, desenvolvendo projetos ligados à educação ambiental, melhoria de infra-estrutura básica (saneamento, saúde e educação) e projetos ligados ao manejo sustentável dos recursos naturais, basicamente, borracha, castanha e açaí.
POPULAÇÃO: As 18.291 pessoas pertencem a 3.076 famílias, que se concentram ao longo das margens dos dois principais rios, distribuídas em 64 pequenas vilas, cada uma dessas comunidades tem em média 32, 7 famílias com cerca de 5,9 pessoas por casa. A arquitetura harmoniosa dessas vilas reflete a cultura indígena na utilização de materiais da floresta e da terra. As 64 comunidades estão organizadas em 37 associações comunitárias.
Fonte: RG 15/O Impacto