Presidente do ICEPT desabafa e denuncia traidores do estado do Tapajós

Professor Edivaldo Bernardo
Professor Edivaldo Bernardo

Uma carta aberta enviada pela coordenação do Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós (ICPET) à nossa redação denuncia a traição de políticos de Santarém, em relação à criação da nova Unidade Federativa. Após a realização do plebiscito de dezembro de 2011, segundo o ICPET, os políticos que se denominavam a favor da criação do Estado do Tapajós se silenciaram e cruzaram os braços para o projeto.
De acordo com o presidente do ICPET, professor Edivaldo da Silva Bernardo, a luta pela criação do Estado do Tapajós não é um projeto pessoal ou de um grupo, mas o principal objetivo é a liberdade da população da região Oeste do Pará. No plebiscito, realizado no dia 11 de dezembro de 2011, a maioria da população paraense decidiu que não queria dividir o estado do Pará, criando Tapajós e Carajás.
Após a derrota nas urnas, o ICPET iniciou uma campanha para coletar 1,5 milhão de assinaturas pedindo ao Congresso Nacional para que seja realizado um novo plebiscito apenas nas regiões que estão interessadas na emancipação.
A coleta de assinaturas pode ficar mais fácil com uma PEC, aprovada pelo Senado, que altera artigo da Lei nº 9.709, de 1998, reduzindo o número de assinaturas de aproximadamente 1,3 milhão para aproximadamente 650 mil pessoas. Segundo a lei, a apresentação de Plip à Câmara dos Deputados deve ser assinada por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional. Com a redução, seriam necessárias apenas 0,5% de assinaturas. Isso iria exigir menos de 1 milhão de assinaturas para que a proposta fosse enviada ao Congresso Nacional.
Para o novo projeto de criação do estado do Tapajós estão incluídos 23 municípios da região, pois Altamira, Senador José Porfírio, Porto de Moz e Vitória do Xingu foram excluídos porque a maioria da população desses municípios votou contra a divisão do Pará durante o plebiscito de 2011.
PEC: Em março de 2014, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) apresentadas pelos deputados Lira Maia (DEM) e Giovanni Queiroz (PDT) à respeito da divisão territorial do Pará. A intenção é alterar a redação do artigo 18 da Constituição Federal que discorre sobre a divisão territorial para a criação de novas unidades da federação.
A proposta é modificar o trecho que afirma que o desmembramento deve ser feito após plebiscito realizado na área diretamente interessada e estabelecer que a consulta deve ser feita somente na área que quer se emancipar.
O plebiscito realizado em 11 de dezembro de 2011 teve o objetivo de saber a opinião da população sobre a divisão territorial do Pará para a criação dos estados Tapajós e Carajás. Realizado em todo o território paraense, o resultado foi 66,59% de votos contra a criação do Carajás, e 66,08% contra a criação do Tapajós.
Para o professor Edivaldo Bernardo, falta mais empenho da classe política em relação à criação do Estado do Tapajós. Veja a carta na íntegra:
“CARTA ABERTA À POPULAÇÃO, LIDERANÇAS POLÍTICAS E SOCIAIS DO OESTE DO PARÁ REFERENTE À CRIAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS
A luta pela criação do Estado do Tapajós, em 2015, completa 191 anos, lavando-se em consideração o ano de 1824, data da promulgação da primeira Constituição do Brasil. Na ocasião, pela primeira vez, foi mencionada a criação de uma província na região, formada pelos municípios de Parintins (AM), Santarém e Óbidos (PA), com objetivo de reduzir os conflitos existentes entre os atuais Estados do Pará e do Amazonas.
Primeiro, o que nos incomoda é o silêncio de grande parte desses segmentos, especialmente das lideranças políticas, porque como disse Martin Luther King: ‘o que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons’. Ou seja, o silêncio das pessoas boas que não se apresentam para nos ajudar a lutar por uma causa que diz respeito a todos nós. Não calamos antes e não vamos calar agora, vamos encarar um novo momento da nossa história, do nosso tempo da nossa memória. Nosso sonho tem que continuar como sempre continuou no passado.
Mahatma Gandhi disse que ‘se queres mudar o mundo, muda-te a ti mesmo’. Ele provou o que disse, quando libertou o povo indiano da escravidão e do jugo inglês, por meio da não violência, sem disparar um único tiro, numa época em que a Inglaterra dominava o mundo, com o maior arsenal bélico no ar, na terra e no mar.
A luta pela criação do Estado do Tapajós não é um projeto pessoal ou de um grupo. É uma luta pela liberdade da população do oeste do Pará, que sofre historicamente pela ausência do Estado, sem perspectiva a curto, médio ou longo prazo. Por isso, precisamos continuar lutando, porque, de acordo com Bob Marley, ‘é melhor morrer lutando pela liberdade, do que ser um prisioneiro pelo resto da vida’.
A criação do Estado do Tapajós, no entanto, ainda é um sonho, tanto quanto sonhou Nelson Mandela pela liberdade e igualdade entre os sul-africanos. Mandela não se cansou de dizer que: a luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias; Martin Luther King também sonhou com a liberdade e igualdade entre brancos e negros norte-americanos e dizia: eu tenho um sonho… o meu sonho é que um dia viverão numa nação onde eles não serão julgados pela cor da sua pele mas pela essência do seu caráter. E o nosso sonho é que tapajônicos e paraenses um dia vivam como irmãos, beneficiados com os mesmos direitos sociais e não sejamos tachados de esquartejadores, de lado podre e de ladrões do Pará, como as autoridades e políticos da capital nos têm acusado nos últimos anos.
Assim sendo, convidamos V. Sª. / V. Exª. para participar de uma reunião de trabalho que vai tratar sobre a Emancipação do Oeste do Pará, no dia 20 de março de 2015 às 09h, no Salão do Hotel Barrudada. A proposta é que os cidadãos e as lideranças de todos os segmentos políticos do oeste do Pará, respondamos juntos os seguintes questionamentos: vamos continuar lutando pela criação do Estado do Tapajós? Quem se propõe a participar efetivamente? Quais estratégias vamos utilizar para atingir nossos objetivos? Ou vamos parar de sonhar com a emancipação da nossa região? Que novos caminhos seguir? Esses e outros questionamentos deverão ser discutidos e efetivamente tomado decisão a respeito do assunto.
Na certeza de contar com vossa participação, subscrevemo-nos,
Atenciosamente”.
CHAPADINHA DESARQUIVOU PROCESSO: Vale ressaltar, que um dos primeiros atos do deputado federal Francisco Aguiar (Chapadinha) ao assumir seu mandato na Câmara Federal foi desarquivar o Projeto pela criação do Estado do Tapajós. Chapadinha, em contato com nossa reportagem, disse que essa será uma de suas principais bandeiras durante o seu mandato, que é lutar por nossa emancipação.

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “Presidente do ICEPT desabafa e denuncia traidores do estado do Tapajós

  • 8 de março de 2015 em 07:03
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    ESSE COITADO DESSE PROFESSOR AINDA TA FALANDO NISSO? ESQUEÇA ISSO PROFESSOR VA CUIDAR DOS SEUS ALUNOS.

    Resposta

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