Ativistas protestam contra construção de hidrelétricas no rio Tapajós
O Dia Mundial da Água foi marcada com um protesto, na tarde de domingo, 22, organizado por movimentos populares, encabeçada pelo Movimento Tapajós Vivo (MTV) e pela Pastoral Social da Diocese de Santarém. O protesto teve como objetivo chamar a atenção da sociedade em geral e, principalmente das autoridades, para a problemática que os povos da Amazônia, especialmente na região do Tapajós terão pela frente em conseqüência dos empreendimentos hidrelétricos previstos para serem construídos no local, entre eles, a Usina de São Luiz do Tapajós, próximo ao município de Itaituba.
Com o tema intitulado “Quem gosta de nós somos nós, este rio é nossa vida – defender a vida do rio Tapajós é defender nossa própria vida!”, os ativistas se concentraram na Praça Tiradentes. Portando cartazes e faixas, eles saíram em caminhada pela Avenida Tapajós até a Praça do Pescador, chamando atenção para os impactos ambientais que a região vai sofrer com a implantação de hidrelétricas.
Além de Santarém, no dia 22, outras manifestações foram realizadas em outros municípios, entre eles Belterra, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga e Rurópolis. Segundo a organização do evento, em Santarém cerca de mil pessoas participaram do protesto, que contou com discursos de representantes de entidades ligadas ao meio ambiente, teatro, ritual indígena, e ritual das águas.
O ato público denominado “Manifestação popular em defesa do rio Tapajós e de seus povos” foi organizada pelo MTV e contou com o apoio de outras instituições e entidades sociais. “O Rio Tapajós está sendo ameaçado com a construção dessas hidrelétricas então é importante todos os segmentos da sociedade estarem juntos nessa luta. A gente precisa fortalecer essa luta para mostrar que realmente tem pessoas preocupadas com a defesa do ambiente”, ressaltou uma das coordenadoras do movimento, Valéria Bentes.
A organização do manifesto afirmou que a implantação de hidrelétricas no Rio Tapajós vai afetar diretamente seis municípios do oeste do Estado, incluindo Santarém. “A primeira hidrelétrica, que é a de São Luiz do Tapajós vai gerar um lago de 730 quilômetros rio acima e o leito do Tapajós vai baixar aqui. Como no verão acontece aqui, vai ser o ano inteiro onde o Amazonas invade o Tapajós”, destacou o coordenador do movimento, padre Edilberto Sena.
Fonte: RG 15/O Impacto