Produtores de Boa Esperança comemoram bons resultados na plantação de macaxeira
Uma experiência de cultivo de macaxeira em terra firme pode mudar a vida dos produtores da comunidade de Boa Esperança (km 42 da Rodivia Santarém-Curuá-Una PA 370). Eles comemoraram os resultados da colheita na manhã de terça-feira (14/04) que vai servir de parâmetros para aprimoramento dessa cultura que está sendo chamada de macaxeira Ituqui, uma referência à comunidade de várzea que serviu de referência para se estabelecer um parâmetro de produção, em condições desfavoráveis na área do planalto. Para idealizar o experimento, a Secretaria Municipal de Agricultura e Incentivo à Produção Familiar (SEMAP), através da Coordenadoria de Incentivo à Produção Familiar (CPROF), conta com o apoio da UFOPA, EMATER, SIRSAN e Cargill.
Uma área de 100m² foi escolhida para mensurar a produção da macaxeira Ituqui, que também é conhecida popularmente como manteiga ou ainda amarela. Apesar de alguns fatores negativos, como a praga de lagartas conhecida como mandarová, que destruiu toda a folhagem das plantas aos 8 meses de plantadas, mas com recuperação dos brotos em tempo hábil, e a presença em pequenas proporções da furiose, a partir de um fungo chamado de fusário, os resultados da produção foram considerados satisfatórios. Na várzea, a variedade já está consolidada com uma produção de até toneladas por hectare. Hoje as produções das variedades cultivadas na comunidade de Boa Esperança rendem em média de 8 a 12 toneladas por hectare. A variedade Ituqui já chegou a uma produção de 19 toneladas, média superior ao que se produz hoje.
Dona Eugênia Ribeiro da Silva, que é proprietária da terra onde foi feito o plantio experimental, e presidente da Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar de Boa Esperança (COOPBOA), comemora os bons resultados. A COOPBOA já existe há três anos e os 29 cooperados já apostam na construção de uma usina agroindustrial, para atender o aumento da produção.
“A nossa produtividade era baixa e por isso não procuramos os órgãos competentes para nos auxiliarem para aumentar a nossa produção. No ano que vem, nós já não vamos ter um experimento, vamos ter roça”, comemora. Ela lembra que o incentivo da Prefeitura, através da SEMAP/CPROF, com a mecanização, foi indispensável para se ter resultados mais promissores.
O engenheiro agrônomo da UFOPA, Carlos Ivan Aguilar Vildoso, que é especialista em genética de plantas, defende a parir do experimento, que é possível dobrar a produção por hectare, e chegar, facilmente, a 30 ou até 40 toneladas por hectares, em terra firme cuja quantidade de nutrientes é baixa em relação às áreas de várzea. Esta seria uma média recorde para o estado do Pará.
O coordenador da CPROF, Otávio Macêdo, explicou que a escolha da área do experimento não foi por acaso. Ele lembra que Boa Esperança é a comunidade com maior produção no Município de Santarém tanto de macaxeira como de mandioca. De acordo com o coordenador alguns fatores são fundamentais para o processo, dentre eles: o arranque e apanha, a pesagem da massa verde e das raízes, além da avaliação do comportamento da planta nesse período de 1 ano e 2 dias.
Otávio Macêdo também destacou alguns detalhes que fazem a diferença na hora de plantar. “O corte adotado é o chamado reto, diferente na prática comum que os produtores tem de adotar o corte “bisel”, em formato diagonal. No core reto para o plantio diminui a área que é vulnerável ao ataque de fungos, além de proporcionar produção de mais tubérculos”, destacou.
Durante o arranque e pesagem, a equipe de técnicos observou que cada planta produziu até 10 quilos de macaxeira Ituqui.
Fonte: RG 15/O Impacto e CCOM/PMS