Vitória do Xingu prioriza o turismo para enfrentar o período pós-Belo Monte
Um teleférico ligando o centro da cidade a um monte próximo. Turistas sendo transportados para observar o rio Xingu, a cidade e, por meio de lunetas, o tabuleiro de Umbaubal, o maior criatório de quelônios da América Latina. Esse era um cenário impossível de ser concebido há alguns anos pelos moradores de Vitória do Xingu, município que concentra 90% das obras da usina hidrelétrica Belo Monte, a 46 KM de Altamira, no Sudoeste do Pará.
Ele faz parte de um conjunto de projetos turísticos em elaboração pela administração municipal, que pretende, ainda, levantar uma estátua no alto do monte (possivelmente de uma índia guerreira em homenagem aos primeiros moradores do município), além de criar uma estrutura de restaurantes e trilhas ecológicas. Está também nos planos do prefeito Erivando Amaral, a construção de um planetário, que seria o primeiro da região Oeste do Pará.
Para aproveitar o potencial turístico do segundo maior empreendimento hidrelétrico do mundo, está em andamento um projeto para construção de um centro de convenções com vista para a usina, além de passarelas que irão facilitar o acesso de visitantes até o local de geração elétrica. “São projetos audaciosos”, concorda o prefeito Vando Amaral, mas justifica que o município precisa de uma base econômica que possa mantê-lo após o término das obras de Belo Monte. O turismo será a grande saída. “Após Belo Monte, nós precisamos preparar nosso povo para que esteja qualificado para a área de turismo, que tem várias frentes anexadas, como a educação, a saúde, a agricultura, a cultura”.
De acordo com o prefeito, o primeiro passo é a qualificação profissional. “Temos um consórcio de projetos nessa área, mas sem pecuária, agricultura, cultura e produção, o turismo não funciona. Nosso município é muito bonito, com belas cachoeiras, um grande tabuleiro de quelônios, uma piscicultura considerada das melhores no Pará. O rio Xingu, canais e diques da usina Belo Monte, a usina, os eventos anuais realizados no município, como Vitsol e outros. Vamos construir o Centro de Convenções da Transamazônica. Teremos o único planetário desta região, com um grande auditório”.
A preocupação do prefeito se justifica pelo grande fluxo de pessoas atraídas para a cidade por conta do incremento econômico gerado na região a partir da construção da UHE Belo Monte. Com mais de 70% das obras concluídas, o projeto hidrelétrico já injetou uma grande quantidade de recursos na região, tanto na construção do empreendimento, quanto em ações mitigadoras dos impactos que a obra vai causar.
Em 2010 o IBGE apurou que o município contava com pouco mais de 13 mil habitantes e chegaria a 14.200 logo no ano seguinte. Com a propaganda de empregos e geração de renda na cidade, um fluxo muito grande de pessoas começou a procurar Vitória do Xingu. Essa previsão do IBGE já foi ultrapassada, de acordo com o prefeito Vando Amaral. Para ele, a população de Vitória do Xingu, hoje, passa dos 20 mil habitantes.
Foto: RG 15/O Impacto e Agência Podium