Casas ameaçam desabar por descaso do Município
Moradores da grande área do Santarenzinho denunciam obra abandonada na rodovia Fernando Guilhon. Quem trafega do centro de Santarém em direção aos balneários da cidade ou ao aeroporto Maestro Wilson Fonseca constata diversos problemas causados pela erosão, às margens da rodovia Fernando Guilhon.
No local, por conta da erosão, o muro de uma empresa ameaça desabar. Mesmo após os funcionários da empresa instalarem bueiros para tentar conter a força das águas pluviais, um enorme buraco se abriu debaixo do muro, o que ocasiona riscos a quem trafega nas proximidades.
Também no local, um prédio onde funciona uma padaria corre o risco de desabar. Proprietários do comércio e consumidores reclamam dos problemas causados pela erosão. Para tentar conter a erosão, os funcionários da padaria instalaram lonas plásticas, onde antes havia uma proteção de tijolos.
Além dos proprietários de comércios, famílias que residem no local reclamam do abandono da obra na Fernando Guilhon e cobram providências por parte do Governo do Pará e da Prefeitura de Santarém. Eles afirmam que durante a campanha política do segundo semestre do ano passado, o Governo ordenou a execução da obra.
Porém, após caçambas de uma empresa terceirizada jogar barro e de máquinas terem espalhado o material às margens da rodovia estadual, nenhum outro trabalho foi feito no local, o que revoltou os comunitários. Em alguns pontos, os moradores colocaram sacos de areia, para tentar conter os problemas ocasionados pela erosão.
A doméstica Laudicéia Silva, moradora do bairro Alvorada, revela que quando chove as pessoas que tentam andar no local, enfrentam muitos problemas com lama e com buracos. “O problema aumenta, porque a gente tem que atravessar pro outro lado da rodovia, pra poder andar, porque desse lado não dá. Aí a gente corre o risco de ser atropelado por um carro”, denuncia.
Ela lembra que no final de 2014, a empresa responsável pela obra fez alguns serviços, mas não chegou a finalizar. “Eles passaram o trator, tiraram os bueiros e deixaram somente os buracos e não voltaram pra terminar a obra. Quando chove o barro fica só uma meladeira e não tem condições da gente sair de casa. A sensação que temos é que moramos em uma comunidade do interior”, diz Laudicéia, acrescentando que a direção do Rio Tapajós Shopping fez um acordo com a Prefeitura de Santarém, no ano passado, para a realização dos trabalhos no referido trecho da Rodovia Fernando Guilhon.
“Até agora o serviço não foi finalizado. Isso é um perigo muito grande porque não fizeram a ciclovia e muitas pessoas acabam caindo da bicicleta nos dias que chove. A empresa que começou a obra disse que ia finalizar, mas por uma questão política tudo está abandonado e os moradores é que ficam padecendo!”, exclamou.
“Nós que moramos nessa área temos medo de que a qualquer hora nossas casas estarão no chão, pois com as constantes chuvas que estão caindo a areia está cedendo por baixo, deixando grandes buracos embaixo das calçadas. Estamos com medo de morrermos soterrados. Alguém tem que tomar alguma atitude urgente, para evitar uma tragédia”, disse o morador Francisco Agamenon.
PROMESSA: Durante visita ao Rio Tapajós Shopping, em setembro de 2014, o prefeito Alexandre Von (PSDB) garantiu que havia definido uma parceria entre a Prefeitura e a empresa Franere, responsável pelo empreendimento, para o serviço de infraestrutura relativo às obras de duplicação da Rodovia Fernando Guilhon, no trecho que inicia na Avenida Maracanã, até a Rua B. As obras contemplariam ciclovia, calçadas com acessibilidade, pavimentação asfáltica, sinalização e faixa para pedestres, além de serviços de drenagem. O projeto tinha como objetivo facilitar a mobilidade e o fluxo de veículos.
A empresa ficaria responsável pelos serviços de terraplenagem e o Município, que havia acabado de licitar e contratar a empresa para execução da obra, ficaria responsável pelo serviço de pavimentação, construção de canteiro central, meio-fio e calçada.
A previsão é que a primeira etapa, com 1.440 metros de extensão, fosse concluída até o final de 2014, mas, de acordo com a Prefeitura, o projeto poderia passar por adequações, após a inauguração do empreendimento, de acordo com a necessidade. Passados oito meses quem chega ao local constata a obra abandonada e dezenas de comércios e casas correndo risco de desabamento.
Outra situação de descaso do poder público é com relação à manutenção da Rodovia Fernando Guilhon, em alguns trechos, principalmente na primeira rotatória de quem vem do aeroporto Maestro Wilson Fonseca. O trecho está cheio de buracos e lama, causando perigo aos motoristas e uma péssima impressão aos nossos visitantes.
Por: Manoel Cardoso