Professores chamam secretário de mentiroso

Márcio Pinto diz que Helenilson está mentindo sobre propostas feitas à classe
Márcio Pinto diz que Helenilson está mentindo sobre propostas feitas à classe

Um show musical realizado na noite de sexta-feira, 8, na orla de Santarém, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), em cumprimento a agenda de greve, atraiu centenas de pessoas para o local. O show cultural intitulado “Chega de Mentiras”, reuniu dezenas de profissionais na orla da cidade.

Música, teatro, danças, fizeram parte do cardápio cultural, que alegrou os trabalhadores da rede estadual de ensino e seus familiares que compareceram à orla fluvial para prestigiar o evento.

Os professores afirmam que Helenilson Pontes e Simão Jatene estão mentindo em relação às propostas feitas a classe. Uma faixa colocada sobre o palco na orla da cidade expressou a revolta dos professores em relação ao secretário de Educação, Helenilson Pontes. A faixa mostrou a seguinte frase: “Fora Helenilson, inimigo da educação”.

Na manhã de sexta-feira, 8, mobilizados pela qualidade na Educação e em exercício de greve, os trabalhadores da rede estadual de ensino de Santarém informaram que não se curvaram ao assédio moral, promovido pelo governo do Estado, que não cumpre a lei e tenta intimidar os trabalhadores com o corte de ponto entre outras ameaças e decidiram permanecer em greve.

Cartaz durante show na orla mostra que Helenilson Pontes é inimigo da educação
Cartaz durante show na orla mostra que Helenilson Pontes é inimigo da educação

Para o Sintepp, a categoria está de parabéns por enfrentar Jatene e Helenilson, e todo o aparato do Estado, com milhões destinados às empresas de comunicação do Pará, na perspectiva de jogar a comunidade contra os trabalhadores durante todo esse período. Para os servidores, a educação precisa de uma revolução.

“A educação de fato precisa de uma revolução. Em um momento de enfrentamento como este pelo qual passamos com a greve, a regra é de que tanto do lado daqui, quanto do lado de lá, no front de batalha, estejam os mais bem preparados, seja para o discurso, seja para a negociação, seja para a guerra”, declarou o coordenador do Sintepp de Santarém, professor Márcio Pinto.

Para ele, quem está na ponta da lança geralmente é bem valorizado economicamente. “Por isso, assume sua tarefa com gana, fiel a quem lhe colocou naquela posição. Não é o que ocorre na educação. Em Santarém, naturalmente, esperava-se que esta tarefa fosse ocupada pela direção da URE, Mas, pasmem! Não é o que acontece. Por aqui tem uma pessoa que, desnecessariamente, faz questão de assumir o papel de malévola. E qualquer tentativa de compreensão para tal atitude não encontra assento na lógica. A cidadã não apenas é desprestigiada pela categoria, sua postura só faz com que isso se eleve a quinta potência, como também é desprestigiada pelo seu patrão, a quem é tão fiel. Não tenho notícias de que ocupe cargo dentro do governo municipal ou estadual. Como no meu coração só há espaço para a paz e o amor, desejo sinceramente que ela seja feliz, apesar de duvidar que isso seja possível”, complementou Márcio Pinto.

No último ato realizado na Alepa no dia 06 deste mês, segundo o Sintepp, os profissionais conseguiram reunir com os parlamentares Márcio Miranda, Lélio Costa, Eliel Faustino, Iran Lima e Dirceu Ten Caten, que se comprometeram em tentar abrir um canal de debate com o governo.

Durante o encontro na Alepa, os parlamentares informaram aos professores que após conversar com o Governador, ele lhes informou que o governo havia chegado ao seu limite com as propostas apresentadas, na última audiência, ocorrida no dia 28 de abril, quando Jatene e Helenilson de forma autoritária e intransigente encerraram as negociações.

“O fato é que estes senhores além de darem as costas para a educação no Estado, seguem emperrando o processo de finalização da greve ao cortar o ponto dos grevistas de forma aleatória e punitiva, com características raivosas e irresponsáveis para com o movimento.
Precisamos seguir na luta e mais do que nunca denunciar Jatene e Helenilson como nefastos para a educação neste Estado, mostrando principalmente para a sociedade as péssimas condições das escolas públicas”, disse, em nota, o Sintepp.

Na manhã de segunda-feira, 11, algumas escolas estaduais voltaram às atividades normais em Santarém. De acordo com os professores, no decorrer da semana as atividades foram gradativamente se normalizando, principalmente com relação ao calendário e reposição de aulas. Das 33 escolas que aderiram a greve geral no Pará, 11 voltaram às atividades normais na segunda-feira.

Entre as escolas que retornaram às atividades estão: Aluísio Martins; São Felipe; São Francisco; São Raimundo Nonato; Frei Othmar; Jader Barbalho; Almirante Soares Dutra; Rodrigues dos Santos; Júlia Gonçalves Passarinho; Gonçalves Dias e Felisbelo Jaguar Sussuarana.

De acordo com o diretor da 5ª Unidade Regional de Ensino (URE), Dirceu Amoedo, as demais escolas continuam com as atividades paralisadas e a contratação de professores temporários é uma saída para não continuar prejudicando os alunos. “É uma saída que a Seduc está encontrando para manter o direito constitucional dos alunos de terem aula. A gente respeita a decisão dos servidores que querem retornar, assim como a gente também respeita os que não querem. Com isso não resta outra opção para a Seduc, a não ser fazer a contratação de professores temporários para essas escolas, para que as aulas não sejam mais prejudicadas.

Veja um comparativo das propostas dos profissionais de educação e do secretário Helenilson Pontes:

Aulas Suplementares
Proposta da categoria: Garantir na lotação de 2015, limitando a extrapolação em até 260h em regência, o que gera na remuneração 136 aulas suplementares.

Resposta do governo: Garante o limite de 220 horas de regência, sendo no máximo 84 aulas suplementares, de acordo com o contracheque pago em abril.

Jornada de 1/3 de hora atividade
Proposta da categoria: Que seja aplicada a jornada de 1/3 em 2016, assegurando até 240 horas de regência.

Resposta do governo: Diz se comprometer com a jornada de 1/3 de hora atividade de 2016, tendo como teto 220h de regência.

Eleições para direção de escola
Proposta da categoria: Que seja construído um cronograma estabelecendo prazos para a realização das eleições, com a participação do Sintepp.

Resposta do governo: Acordo

Retroativo do Piso de 2015
Proposta da categoria: Pagamento em 03 parcelas (Maio, junho e julho).

Resposta do governo: Propõem pagar em 4 parcelas fixas. Duas agora em 2015 (Agosto e novembro) e duas em 2016 (Maio e agosto).

Fonte: RG 15/O Impacto

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