MILTON CORRÊA

79% DOS CONSUMIDORES COSTUMAM PARCELAR SUAS COMPRAS, MOSTRA PESQUISA SPC BRASIL

Seis em cada dez entrevistados possuem parcelas pendentes e levarão em média nove meses para quitá-las. Situação atual da economia dificulta o pagamento de dívidas

Na hora das compras, o consumidor tem às mãos ferramentas que podem tanto beneficiar quanto causar sérios problemas ao seu bolso. É o caso das compras a prazo, que dividem o valor total em parcelas, com ou sem juros. Uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz investigou o comportamento dos brasileiros relacionado ao parcelamento de compras e identificou que 79% costumam utilizar essa forma de pagamento.

Entre os produtos mais comprados dessa maneira estão as roupas (32%) e os eletrônicos (28%). De acordo com os resultados do estudo, o número médio de parcelas é 6,3 e é definido pelo número máximo que o lojista permite sem a taxa de juros. Um dado importante observado é que quase metade dos entrevistados (46%) não tem medo de longos parcelamentos, inclusive consideram uma vantagem, e que 21% não compram nada parcelado, principalmente pessoas de menor escolaridade e das classes C, D e E – possivelmente devido às restrições às linhas de crédito.

CRÉDITO PODE LEVAR ÀS COMPRAS POR IMPULSO

A pesquisa mostra que o crédito é um poderoso aliado do consumidor brasileiro. Um em cada quatro consumidores ouvidos na pesquisa (28%) considera ruim a hipótese de não ter a possibilidade de parcelar suas compras. Destes, 64% afirmam que o crédito é a única forma de comprar os bens que desejam, e 29% acreditam que não conseguiriam mais fechar as contas do mês, pois sempre recorrem ao parcelamento ou a empréstimos para conseguir comprar tudo e pagar as contas que precisam.

Porém, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, alerta que nem sempre o consumidor é capaz de pensar nos desdobramentos em longo prazo e que podem resultar em mais juros a pagar. “O crédito pode tornar-se um problema, devido à perda da noção dos gastos e compras por impulso, e até mesmo gerar um descontrole das compras e uma consequente inadimplência”, diz.

64% Dos Consumidores Têm Compras Parceladas Em Aberto

Dos entrevistados que costumam comprar a prazo, 58% pagaram alguma prestação de compra no mês anterior à pesquisa. Foi identificado no estudo que seis em cada dez consumidores (64%) com o hábito de parcelar compras ainda possuem prestações a serem pagas. Em média, eles levarão quase nove meses para quitar os compromissos assumidos.

Mais da metade dos consumidores (56%) define o número de parcelas procurando o maior número de prestações sem juros. Cerca de 46% garante gostar de uma modalidade de pagamento que envolva um número elevado de parcelas, pois assim o valor da prestação é baixo e há possibilidade de comprar mais o que se quer.

Segundo a especialista, o consumidor geralmente está em busca da parcela que cabe no bolso, e nem sempre é capaz de avaliar o peso dos juros no contexto geral. “Prova desse comportamento é o fato de que foram feitas simulações de compras de diversos produtos de valores diferentes na pesquisa e os entrevistados deveriam escolher o pagamento à vista ou parcelado. Entre os consumidores que preferem o parcelamento, o que pesa na hora da escolha é o valor das prestações, e não o valor final do produto.”

13% Tiveram O Crédito Negado Nos Últimos Três Meses

Foi identificado na pesquisa que 13% dos entrevistados tiveram o acesso ao crédito negado em alguma loja em que já haviam comprado antes nos últimos três meses, principalmente por estarem inadimplentes ou com o nome incluído em serviços de proteção ao crédito (67%). Outras razões para a restrição incluem o fato de não ter conta em banco (13%), a falta de comprovação de renda (11%) e os ganhos insuficientes (9%).

“Com a economia em um ritmo mais lento, maior risco de desemprego e com o poder de compra diminuído pela alta inflação, os bancos começaram a aumentar a restrição ao crédito para o consumidor a fim de evitar perdas”, explica Kawauti. “Com isso, as pessoas ficam com um recurso financeiro a menos, acabam deixando de lado suas contas e entram no ciclo das dívidas pendentes.”

PLEBISCITO: INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO PARA SER POSTO EM PRÁTICA

No regime democrático, como é o caso do Brasil, através do plebiscito o povo é convocado para emitir a sua opinião escolhendo “sim” ou “não” à execução de determinada decisão política ou governamental.

Esse instrumento é utilizado numa fase anterior à elaboração de qualquer lei acerca da proposta. Caso a maioria escolha “Sim”, então é dada continuidade ao processo de elaboração de toda a legislação, caso contrário o processo é interrompido.

Um fato recente sobre plebiscito ocorreu em 2011, quando a maioria da população do Pará votou contrária a criação dos estados de Tapajós e Carajás. O que nos encoraja ainda mais, para continuarmos na luta pela nossa autonomia política do Pará de Belém.

Mas esse foi um fato isolado. Hoje o Congresso Nacional discute assuntos polêmicos como a proposta da menor idade penal de 18 para 16 anos; a reforma política; previdenciária, tributária, penal e a população não é consultada, quando deveria ser justamente através do plebiscito, de acordo com o que prevê a democracia.

Senadores e deputados federais decidem questões polêmicas de interesse da população brasileira na maioria dos casos com interesses políticos partidários e até pessoais e a nação, constituída de cidadãos e cidadãs deste país não é ouvida.

Consequência dessas decisões quem sofre é a própria população que arca com o ônus das situações diversas. Se o plebiscito é um instrumento legal, então que seja posto em prática, para que tenhamos de fato a democracia plena e participativa. Afinal, o que está faltando para que o plebiscito seja de fato e de direito exercitado?

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