Ministro da Fazenda descarta volta da CPMF
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, descartou na sexta-feira, durante evento da 43ª reunião do Conselho Consultivo do World Trade Center, em São Paulo, a volta da Contribuição sobre Movimentações Financeiras (CPMF). Segundo ele, não há perspectiva da volta do imposto. Nem governo nem PT se entendem internamente sobre a CMPF. A principal chapa do partido, da qual faz parte o ex-presidente Lula, decidiu retirar na tarde desta sexta-feira trecho da “Carta de Salvador” que pedia a volta do imposto para custeio da saúde. O documento já havia sido aprovado pelos delegados do 5º congresso do PT, na quinta-feira, com a defesa do imposto. O trecho polêmico será retirado no sábado, última dia do congresso em Salvador. Segundo o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), o texto será modificado porque “não há acúmulo suficiente no PT sobre a questão”.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta sexta-feira, durante o 5º Congresso do PT em Salvador, que tem negociado com governadores a criação de um novo imposto para aumentar os recursos para o setor. Mais tarde, porém, Chioro foi desmentido por nota do próprio Ministério da Saúde. Questionado se a ideia teria partido do próprio Ministério da Fazenda ou se teria sido cogitado por ele, Levy negou.
— Não há perspectiva da volta da CPMF, pelo menos que eu esteja vendo. Eu não estou cogitando — afirmou Levy.
O ministro falou por mais de 40 minutos para uma plateia de empresários e defendeu o ajuste fiscal que está sendo implementado pelo governo. Segundo ele, é preciso reorientar a economia brasileira a partir de uma nova realidade mundial que chegou com o fim com do super ciclo das commodities. De acordo com o ministro, o ajuste quer preservar o equilíbrio fiscal e as contas externas para garantir a manutenção do grau de investimento do país.
Levy disse ainda que o ajuste também vai proteger as ‘conquistas sociais’ obtidas pelo governo. Em 2015, disse o ministro, a economia entrou encolhendo e com um enorme gasto público. Para o ministro, o momento é de reequilíbrio, que vai causar um desconforto natural.
— Temos que sair da retórica e enfrentar a realidade – afirmou.
Levy disse que no curto período que está à frente do Ministério da Fazenda já obteve algumas vitórias, entre elas, a reversão do quadro negativo do início com o ajuste fiscal ‘bem modesto’ e a aprovação das medidas provisórias, entre elas a que restringe o acesso ao seguro desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso..
— São pequenas vitórias que estamos acumulando, mas temos ainda muitos desafios e sabemos que estas vitórias têm que ser consolidadas – afirmou.
O ministro conclamou os empresários a ajudarem no ajuste fiscal, apoiando as medidas do governo e evitando a elevação de preços.
— A participação do setor privado é fundamental – afirmou o ministro.
Fonte: O Globo