Jacaré Açu é resgatado em Curuá e levado para o Zoofit
Na Sexta-feira (26), a equipe de técnicos do Zoológico das Faculdades Integradas do Tapajós (Zoofit) realizou o resgate de um Jacaré Açu macho, com 4,10 metros de comprimento e 256 quilos. Vindo do município de Curuá, o animal foi encontrado por ribeirinhos e resgatado pela Secretaria de Meio Ambiente da cidade vizinha que providenciou o transporte até Santarém
O resgate atraiu a atenção de muitos curiosos que se aglomeraram na avenida Tapajós e no Cais de Arrimo em busca de um registro ou simplesmente avistar o animal, que seguiu de caminhão até as dependências do zoológico. Após dar entrada no Zoofit, o jacaré recebeu os primeiros atendimentos médicos e foi constatado que ele apresenta um ferimento profundo no dorso, mas que já está sendo tratado.
O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é uma espécie comum nos rios da Bacia Amazônica sendo um predador de topo da cadeia alimentar. Exemplares adultos de grandes dimensões podem se alimentar de qualquer animal de seu hábitat, mas, naturalmente, se alimentam de outros animais, como tartarugas, peixes, capivaras e veados.
O Açu é a maior espécie de jacaré, podendo atingir até 4,5 metros de comprimento e mais de trezentos quilos. Porém, já foram encontrados exemplares com mais de 5,5 metros de comprimento e possivelmente meia tonelada de peso. Esteve à beira da extinção, devido ao valor comercial do seu couro e da sua carne. Atualmente, encontra-se protegido, com população estável no Brasil.
“É um animal que está na natureza desde o período dos dinossauros e tem uma estratégia interessante de sobrevivência, principalmente na questão de alimentar. No período de cheia dos rios ele se alimenta regularmente acumulando reserva de nutrientes para suprir a escassez do período da vazante dos rios. Ele não costuma ter o homem na sua dieta, mas, acidentes são registrados, principalmente nas regiões ribeirinhas com indivíduos adultos da espécie” – declara Jairo Moura, veterinário do Zoofit.
A equipe do Zoofit estuda o melhor destino para o animal. Entre as opções estão a transferência para um outro local que possa dar assistência especializada ou até mesmo a soltura na natureza em algum local de conservação ambiental. Por enquanto, ele permanece em observação aos cuidados do Zoológico.
“É animal que sofre muito com a caça, pelo seu valor comercial, além da questão do medo que se tem devido ao seu porte e potencial agressivo. Termos este animal aqui já é algo extraordinário e a equipe do zoológico ainda estuda qual será melhor o destino para ele, pensando sempre no seu bem-estar”- conclui Sidcley Matos, coordenador do Zoofit.
Fonte: RG 15/O Impacto e Weldon Luciano/Ascom FIT