Professores decidem entrar em greve na quinta-feira
Em assembléia geral realizada na manhã de segunda-feira, 10, professores da rede estadual de ensino de Santarém decidiram paralisar as atividades, na próxima quinta-feira, 13. O movimento grevista iniciou após os professores constatarem os descontos em folha de até R$ 3 mil e também de terem até 62 faltas contabilizadas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), durante a greve que aconteceu no primeiro semestre deste ano, em todo o Pará.
Na rede estadual, o calendário foi readequado para não prejudicar mais os alunos após greve ocorrida este ano. Devido ao anuncio da paralisação, os alunos temem perder conteúdo para se preparar para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que acontece neste semestre.
Os professores estaduais entraram em greve no dia 25 de março e voltaram aos trabalhos no dia 10 de junho. Porém, não quiseram repor o conteúdo perdido dando aulas durante as férias de julho.
Entre as reivindicações da classe estão: Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) unificado; melhorias na estrutura das escolas; estabilidade na lotação dos professores; reajuste no piso salarial de 2015, entre outros itens. Os profissionais voltaram as salas de aula após a promessa do Governo do Estado em negociar com eles. Os profissionais de educação reclamam que o Governo está fazendo descontos abusivos nos salários dos servidores que participaram da greve. Os professores que não participaram da greve também denunciam que estão tendo descontos nos salários.
AÇÃO CONTRA PRIVATIZAÇÃO: O Jurídico do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) informou que até esta quarta-feira, 12, ajuizará ação em questionamento a tentativa do Estado de privatização da educação, por meio de contratação da empresa BR7 Editora e Ensino LTDa.
A categoria delibera manutenção de estado de greve e aprova paralisação estadual para esta quinta-feira, 13, e assembléia geral para a terça-feira, 18.
O Sintepp novamente cobrou do governo os muitos problemas que se acumulam na lotação deste ano. Muitas turmas continuam sem professores, e o limite em 220h tem prejudicado milhares de alunos e professores.
Apesar da lei e da Portaria de lotação prever que, excepcionalmente, a extrapolação da jornada poderia ultrapassar o limite de 220h, de acordo com o Sintepp, até agora isso não foi liberado pelo “sistema” de lotação.
Além disso, as folhas de pagamento dos meses de maio e junho foram geradas pelo governo com a referência em 220h para todos que possuíam carga horária superior a isso, como forma de evitar os inúmeros erros e problemas ocorridos na folha de abril.
Ocorre que na folha de julho, o governo passou a descontar as diferenças de carga horária proporcionalmente a cada vantagem, nos casos dos professores que ficaram em junho com a carga horária abaixo das 220h.
O governo garantiu reconheceu estes erros e se comprometeu a auditá-los até esta quarta-feira, 12, devolvendo em folha suplementar no dia 18 de agosto a diferença aos que fizerem jus.
Fonte: RG 15/O Impacto