Número de menores envolvidos com tráfico é assustador
A violência crescente em Santarém, grande parte impulsionada pelo tráfico de drogas, vêm tirando da população um dos bens mais preciosos dos que residem na Pérola do Tapajós, “a segurança e tranquilidade”. Roubos, furtos, assaltos e mortes de inocentes tornam-se rotina. Um sistema falido, onde os verdadeiros punidos são as famílias que perderam familiares para a violência exacerbada.
O crescimento do tráfico de drogas em Santarém não polpa ninguém. Os traficantes há muito tempo viram nos jovens menores de idade uma garantia de perpetuação de suas atividades à margem da lei. Enquanto nossas principais autoridades fingem que essa realidade não existe, os jovens de Santarém e Região são aliciados diariamente para entrarem no mundo das drogas.
Todos os meses, aproximadamente 40 casos de conflitos familiares são registrados no Conselho Tutela II, em Santarém, Oeste do Pará. Na base do conflito, geralmente uma família desestruturada, com adolescente que não mais respeita seus pais, saiu de casa e começa a entrar no mundo das drogas consumindo produtos lícitos (álcool e cigarro). Com o passar do tempo, inicia a conversão para o ilícito e torna-se viciado. Para garantir o consumo, começa a carreira no mundo do crime, com furtos e roubos. Em casos mais extremos, tornam-se assassinos cruéis, que não enxergam nenhum obstáculo entre eles e a droga, mesmo que esse impedimento seja uma vida humana. O triste é que neste momento, a vida humana perde completamente seu valor. Custa no máximo o preço de um papelote cheio de entorpecente.
Para o diretor de imprensa do Conselho Tutelar II, Francisco Ednaldo, na maioria dos casos de criança/adolescente envolvido com drogas, encontra-se a ousadia dos traficantes em ocuparem na vida do jovem, um espaço no qual os pais deveriam se estabelecer, participando com mais frequência. Muitas vezes por necessidades, por causa do trabalho, ou mesmo por negligência acabam perdendo o contato efetivo com os filhos.
“Os pais saem para ir trabalhar, para por a comida dentro de casa, mas deixam seus filhos vulneráveis em suas residências, sem a companhia de um adulto. E assim que acontece o primeiro contato da criança/adolescente com o tráfico de drogas. Quando os pais descobrem, e procuram o Conselho Tutelar, a criança/adolescente já está viciada. O Conselho Tutelar procura fazer esse atendimento, não só na sede, mas, também, na residência das famílias. Inicia o trabalho procurando saber da família, como é a convivência entre as pessoas, relação de pais e seus filhos. Após o levantamento da situação, encaminha para as autoridades competentes, para os profissionais que é de direito para que eles possam fazer um trabalho com essa criança/adolescente, e assim poder resgatá-la do vício. O objetivo de todo trabalho é manter a integridade física e psicológica da criança/adolescente”, informa Francisco Ednaldo.
Quando uma criança/adolescente começa seu envolvimento com as drogas, a família é a primeira a sentir as consequências. Discussões e brigas tornam-se constantes. Para Francisco, a família deve estar atenta aos primeiros sinais. “A partir deste primeiro contato, o jovem começa a reagir totalmente diferente em sua residência, deixando de lado respeito pelo pai, pela mãe, pelos irmãos. Muitas vezes dormindo fora de casa com maior frequência. Nós pedimos para os pais, que quando verificarem que seus filhos estão agindo de forma diferente, diferente da maneira que eles eram, é preciso procurar imediatamente o Conselho Tutelar. Quanto mais rápido for feita a intervenção, melhores serão os resultados. Quando o adolescente tem esse contato com a droga, com certeza, todos esses problemas vão aparecer dentro da família. Esse problema não atinge apenas o adolescente, atingem toda a família”, declarou.
PREVENÇÃO: O Conselho Tutelar acredita que a melhor solução para problemática é prevenir. Os pais devem ficar atentos. Questionar com frequência onde seu filho está neste momento, com quem ele anda, será que ele esta indo para escola. É preciso mais do que nunca, aprender a policiar os filhos, orientar, participar ao máximo da vida deles. Desta forma fica mais difícil para os traficantes e marginais levarem a criança/adolescentes para mundo da criminalidade.
ELEIÇÃO PARA CONSELHEIRO: Já teve início o processo de seleção para eleição de novos conselheiros tutelares para o quadriênio 2016/2019. No último de 26 de julho, aconteceu a segunda etapa do certame. Os 37 candidatos apto na primeira etapa, que consistia em apresentação e análise de documentos participaram de prova objetiva, e tiveram que responder a 20 questões sobre o Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA). Após o resultado, apenas 34 poderão seguir para eleição que acontecerá no dia 04 de outubro de 2015.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto