Operação Pacoval apreende carro, armas, equipamentos e madeira
Uma Força Tarefa formada por policiais civis e militares desbaratou um esquema de extração ilegal de madeira, no município de Juruti, Oeste do Pará. A operação comandada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Juruti (Semma), com apoio das polícias Militar e Civil, foi realizada na quarta-feira, 26, na região do Mosquito, entre a guarita e a Gleba Curumucuri.
A operação denominada “Pacoval” teve como objetivo combater o desmatamento ilegal de madeira em Juruti e punir os responsáveis por essa ação nociva ao meio ambiente.
Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente de Juruti, Amarildo Nascimento, foram apreendidos 1 carro de marca Toyota, 1 motosserra, 2 espingardas, 2 tambores com combustível, material de anotações, como uma prancheta e uma planilha contendo nomes de compradores e fornecedores de madeira ilegal.
As autoridades ambientais e policiais acreditam que pela placa do veículo e pelos nomes que estão na planilha possam chegar aos responsáveis pela retirada ilegal de madeira no município de Juruti.
Durante a operação ninguém foi preso, mas deixaram para trás documentos e materiais que podem revelar várias informações. O veículo e os demais equipamentos apreendidos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Juruti, onde foi registrado Boletim de Ocorrência para que sejam feitas as investigações.
OPERAÇÃO AMAZÔNIA LEGAL: A Polícia Civil e a SEMAS (Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Sustentabilidade) deslancharam, no último sábado, 22, a operação “Amazônia Legal”, que visa desarticular um esquema de fraudes na compra e venda de créditos florestais de empresas cadastradas no Sisflora – Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e no Sisdof (Sistema de Controle Florestal) do Ibama. Ao todo, 12 pessoas foram presas, nas cidades de Belém, Santarém, Redenção, Tucuruí, Uruará e Novo Progresso, no Pará; Maceió em Alagoas e Itinga no Maranhão. Além dos mandados de prisão preventiva, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão em domicílios nessas cidades.
A delegada Juliana Cavalcante, da Divisão Especializada em Meio-Ambiente (DEMA), responsável pela investigação, conta que o trabalho investigativo teve início após o homicídio de Ananias Alex Silva dos Santos, na cidade de Uruará, em 27 de fevereiro deste ano, por volta de 15h30.A vítima era um empresário do ramo madeireiro e atuava como “papeleiro”, responsável em realizar transações ilegais com diversos outros “papeleiros” que também vendiam créditos para “esquentar” madeira obtida de áreas que não podem ser defloradas. Foram presos Itamar Gomes de Vasconcelos, em Maceió; Paulo Sérgio da Silva, de apelido “Paçoca”, em Redenção; Willian Augusto Ribeiro de Andrade, em Tucuruí; Almir de Sousa Gomes, em Itinga (MA); Wellington de Oliveira Silva, em Itinga (MA); Marcello Gomes Tartaglia, em Tucuruí; Enio Jouguet Barbosa, em Belém; Charles Andrey Mezetti, de apelido “Cabeção”, em Santarém; César de Paula Cordeiro, de apelido “Koko”, em Novo Progresso; Sidnei Gomes, de apelido “Animal”, em Belém; Eudemberto Sampaio de Souza, de apelido “Beto”, em Uruará, e Elton Junior Santos de Castro, em Uruará. Estão foragidos Dionízio Pereira Filho Viana e Josiel Borgui Paulo.
Com a apreensão do aparelho telefônico de Ananias, foi possível identificar que a vítima agia para identificar empresas bloqueadas no Sisdof (Sistema de Documento Florestal) administrado pelo Ibama e no Sisflora, administrado pela Semas, com grande volume de créditos florestais disponíveis. As investigações mostravam que Alex providenciava o desbloqueio das empresas de forma fraudulenta através de Josiel Borghi Paulo, morador em Goianésia do Pará. As investigações mostram que Josiel foi o responsável em contratar um “Cracker” para invadir e clonar as senhas de superintendentes regionais do Ibama em Belém e em Marabá, e outro no Rio Grande do Sul. Segundo a delegada Juliana, com as senhas “raqueadas”, foi possível o desbloqueio de empresas para acesso aos sistemas.
Ananias Alex tinha como sócios, nas madeireiras desbloqueadas, Elton Junior e Dionízio Pereira Filho Viana, de Tailândia. Tanto Elton quanto Dionizio atuavam na venda de créditos para outras empresas que necessitavam de guias florestais para acobertam madeira extraída de locais proibidos por lei. As investigações mostraram ainda que a associação criminosa é formada por Ananias e os demais acusados, além de outros até o momento não identificados. Após o desbloqueio das empresas, a organização criminosa, cada qual através de sua respectiva empresa madeireira, vendeu créditos para diversas empresas, tendo sido possível identificar apenas alguns dos compradores.
Ao todo, foram 23 empresas desbloqueadas acarretando a movimentação ilegal de 28.365,06 metros cúbicos e um total de R$ 10.736.715,66. A organização criminosa investigada possui atuação inclusive no Estado do Mato Grosso, Maranhão e Alagoas, cujos integrantes estão estruturados ordenadamente, voltados à prática do crime de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, lavagem de dinheiro, transporte ilegal de madeira, associação criminosa, entre outros crimes. As investigações prosseguem para chegar aos demais envolvidos no esquema criminoso.
INTEGRAÇÃO: Para Luiz Fernandes Rocha, titular da Semas, o sucesso da operação se deu por conta da integração entre a Polícia Civil e o órgão ambiental. “Foi uma ação conjunta, desenvolvemos um trabalho qualificado para que tenhamos no Estado um meio ambiente sustentável, trabalhando a questão da educação ambiental e as políticas públicas para que possamos diminuir mais o desmatamento na região”. Além da Operação Amazônia Legal, detalha o secretário, a Semas está intensificando o trabalho de fiscalização nos empreendimentos madeireiros em todo o Estado.
Durante os dias 20 de julho e 19 de agosto, uma equipe da Gerência de Fiscalização Florestal (Geflor) e da Gerência de Monitoramento Ambiental (Geman) da Semas, realizaram ações nos municípios de Santarém e Juruti, no Oeste do Estado. Durante a fiscalização a equipe foi até cinco empreendimentos licenciados pelo órgão ambiental, para verificar se todos os requisitos legais estavam sendo atendidos dentro do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS).
Os agentes encontraram três empreendimentos com irregularidades ambientais, que serão autuados administrativamente por prestação de informações falsas a Semas; comércio irregular de produtos florestais; inventário fraudulento; não atendimento das normas regulamentares estabelecidas pela secretaria; má execução do PMFS e por dificultar a fiscalização da equipe.
Os empreendimentos estão com os Cadastros Consumidores de Produtos Florestais (CEPROF) suspensos preventivamente. Os outros dois empreendimentos fiscalizados estavam atuando de forma legal, cumprido todos os requisitos.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto