Lixo toma conta da orla em frente ao Mercadão 2000
A vazante do rio Tapajós trouxe à tona um problema antigo de poluição, na orla de Santarém. Lixo dos mais variados tipos pode ser observado por quem trafega sobre o cais de arrimo, em frente ao Mercadão 2000 e o mau cheiro incomoda quem passa pelo local. São sacos plásticos, garrafas pet, copos descartáveis, pneus, latinhas de cerveja e refrigerante, além de lixo orgânico produzido pela Feira do Tablado, o complexo do Mercadão 2000 e embarcações.
Além da grande quantidade de lixo, a população que utiliza o cais da orla de Santarém, reclama constantemente das precárias condições da estrutura do local. As rachaduras são cada vez mais freqüentes, proporcionando insegurança a quem passa pelo local.
“Quando o pessoal vem, diz que Santarém é tão bonita, mas é uma porcaria fedorenta, que não se pode nem parar nessa beirada, com tanta imundice”, declarou a aposentada Cleia Pereira.
O estivador Raimundo Sena, que trabalha há 38 anos no local, aponta que a falta de estrutura é inapropriada para quem chega e sai da cidade. As rachaduras estão por toda a extensão. “Já caí descendo as escadas e machuquei meu joelho e, até hoje, sinto dificuldades para trabalhar. Os políticos prometem e nunca cumprem e a situação é a das piores possíveis”, disparou.
De acordo com a enfermeira Silvia Vasconcelos, a situação está precária. “Todos os dias chegam diversas pessoas de regiões próximas à cidade e elas não têm estrutura adequada, está cada vez mais difícil passar por aqui. Estamos precisando de uma reforma em toda o orla com urgência”, cobrou.
O pescador Jurandi Almeida reclama que precisa subir e descer a orla todos os dias, porém, com os problemas na estrutura do cais, os riscos são constantes de sofrer um acidente, no expediente de trabalho. “É preciso ter muito equilíbrio para passar pelo local, principalmente para subir e descer as escadas, porque está muito difícil a situação de quem passa por aqui. Não há outro meio de acesso e pedimos para o prefeito olhar com mais atenção para essa situação, pois há muito lixo aqui causando transtorno para a população”, rezingou.
CONTAMINAÇÃO: Por conta da estiagem, as praias também começaram a surgir, porém, sem o mesmo encanto de épocas passadas quando esses locais ainda eram apropriados para o banho e convidavam para um mergulho nas águas limpas e cristalinas. Hoje, isso não é mais possível. As praias que se estendem pela orla de Santarém estão, possivelmente, contaminadas por coliformes fecais dos resíduos que deságuam dos esgotos, e também pelo lixo. Quem trafega no local constata sobre a areia e também debaixo dela, neste período de seca muito lixo, como latas, garrafas pet, embalagens de papel e plástico, pneus, madeira, peças de motos e carros, peixes mortos, cascas de frutas e verduras, mato e uma série de outros objetos que transformam o local num imenso lixão a céu aberto.
São materiais que durante a maior parte do ano ficam submersos, vindo à tona somente na vazante dos rios. Outro detalhe importante a ser observado é que os maiores poluidores dos rios são os passageiros, comandantes e funcionários das embarcações, que ancoram ao longo da orla. Todo o lixo produzido no interior dos barcos é despejado diretamente nas águas do rio Tapajós.
Fonte: RG 15/O Impacto
É bem provável que coloquem a culpa no porto da Cargill. Essa imundície toda nada mais é o que vêm sendo produzido pela feira do tablado, feira do peixe, Mercadão 2000, porto da praça Tiradentes e muitos daqueles que tanto criticam as empresas que se instalaram nas imediações. Cadê os ambientalistas de plantão? Assim como a administração municipal, isso aí deveria incomodá-los também.