Base Candiru será reativada em Óbidos
A Polícia Federal não tem efetivo suficiente para garantir o controle e a segurança em toda a extensão da área de fronteiras do Pará com outros países. Essa fragilidade se reflete nos principais problemas: tráfico de drogas, de pessoas e de armas. A Bolívia, o Peru e a Colômbia, maiores produtores mundiais de cocaína, são vizinhos do Brasil, rota do tráfico e grande consumidor de droga, explicou o delegado da PF Uállame Machado, esta semana, em reunião-almoço promovida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Márcio Miranda, para ouvir os representantes do Exército e da Polícia Federal sobre a questão, alvo de requerimento do deputado Carlos Bordalo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa.
O general Oswaldo Ferreira, comandante militar do Norte, fez uma apresentação sobre a atuação do Exército na região, com um efetivo de 9 mil homens. “Cerca de 300 trabalham nas áreas de fronteiras. Não é um número alto, mas o Pará é um Estado que tem fronteiras tranquilas. Não existe tráfico de armas e de drogas entrando no País por meio terrestre na área do Comando Regional do Norte”, afirmou, enfático, informando que o tráfico utiliza os rios e o ar, com embarcadouros e campos de pouso clandestinos.
Os municípios mais afetados pelo tráfico no Pará são Abaetetuba, Vigia, Oriximiná, Placas, Redenção e Itaituba, além do arquipélago do Marajó. Uma boa notícia que foi dada durante a reunião é que, para combater o crime organizado, deverá ser reativada no início do ano que vem a Base Candiru, no Estreito de Óbidos, reunindo Polícia Federal, Ibama, Sefa, Receita Federal, Polícias Civil e Militar.
Estão sendo gestadas pela Segup ações dentro do Enafron – Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras e Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras. Entre elas, um Batalhão fluvial, integrado por órgãos estaduais e federais, com lanchas rápidas e de pequeno porte, capazes de navegar pelos furos e igarapés.
O deputado Carlos Bordalo vai propor uma emenda parlamentar coletiva na Alepa a fim de arrecadar fundos a serem destinados a custear equipamentos para uma unidade a ser instalada em Abaetetuba, nos moldes da Candiru, em Óbidos.
O deputado Raimundo Santos que, além de Ouvidor da Casa e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, preside a Frente Parlamentar da Mineração no Pará, pretende fazer gestões junto aos municípios mineradores e de entorno, envolvendo as grandes empresas com atuação no território parauara no sentido de viabilizarem o funcionamento de várias bases de vigilância e fiscalização, de modo a combater o avanço do tráfico e, consequentemente da violência.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Márcio Miranda, elogiou a integração entre as forças de segurança. “Temos uma relação antiga com essas forças e descobrimos que o Pará é ponta do consumo de drogas, e não rota de exportação. A Assembleia Legislativa, que contribui em todas as demandas da sociedade paraense, está atenta à questão e vai ajudar em tudo o que for possível”.
Participaram da reunião os deputados Raimundo Santos, Hilton Aguiar, Sidney Rosa, Ozório Juvenil, Celso Sabino, Ana Cunha, Neil Duarte, Thiago Araújo, Eliel Faustino, Carlos Bordalo, Dirceu Ten Caten e Tércio Nogueira.
Fonte: RG 15/O Impacto e Franssinete Florenzano