Embarcação encalhada vira hotel na orla de Santarém
O problema da falta de moradia nas principais cidades do Brasil reflete em Santarém, no oeste do Pará. Quem caminha sobre o cais de arrimo constata a presença de um barco encalhado na orla da cidade, o qual nas últimas semanas virou abrigo para várias pessoas. Redes, alimentos e até jogos de azar foram levados ao local pelos ocupantes.
As famílias reunidas no local são oriundas, segundo o movimento, de áreas de risco, como encostas e locais que alagam no inverno amazônico. Também há crianças entre as cerca de 30 pessoas instaladas no barco. O objetivo do ato, que ocorre pela primeira vez em Santarém, é chamar atenção para a falta de oferta de moradia.
Além da invasão do barco, cerca de 650 famílias continuam ocupando um terreno na rodovia Fernando Guilhon, supostamente de propriedade da empresa Sisa/Salvação. Entre os meses de janeiro e outubro deste ano, outros imóveis foram ocupados por diversas famílias no subúrbio de Santarém.
A Informação da invasão da embarcação chegou aos ouvidos das autoridades, no início desta semana. Segundo a vereadora Marcela Tolentino (SDD), hoje, Santarém tem um déficit habitacional de mais de 30 mil moradias. Ela diz que um fato que lhe indigna, são as mais de três mil casas do projeto “Minha Casa Minha Vida”, que estão por ser concluídas e há anos as obras se arrastam. “Isso é dinheiro público desperdiçado e mais de três mil famílias poderiam estar sendo beneficiadas”, cita Marcela.
A Vereadora lamentou que na Rodovia Fernando Guilhon (estrada de acesso ao aeroporto Wilson Fonseca), estão 650 famílias, que de acordo com ela estão vivendo de forma sub-humana.
Para Marcela Tolentino, o problema do déficit habitacional em Santarém é sério e pediu que a Câmara não feche os olhos para tal situação. Segundo ela, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara ficou de verificar a situação e propor alternativas às famílias.
Tolentino disse que o processo de discussão vai continuar na busca de solução para o problema da habitação, que passa segundo ela, por um possível financiamento da Caixa Econômica Federal ao Município, destinado a construção de casas populares.
FAMÍLIAS FORAM EXPULSAS DAS CASAS DO PAC URUARÁ: A Polícia Militar, Grupamento Tático Operacional, Ministério Público, Oficial de Justiça e outros órgãos estiveram no bairro do Uruará, em Santarém, para cumprir decisão da Justiça e fazer a reintegração de posse das casas do PAC Uruará que foram invadidas. O fato causou grande revolta entre os moradores, que não queriam sair das casas, que foram construídas de madeira em uma área do projeto. Homens da Celpa também estiveram no local para fazer o desligamento dos famosos “gatos” na rede elétrica feitos pelos moradores. O Oficial de Justiça encarregado de fazer a reintegração de posse, disse que estava no local para cumprir a ordem da Justiça.
Fonte: RG 15/O Impacto