Irene Belo: “Falta mais empenho das autoridades para desenvolver nosso turismo”

Irene Belo, empresária do ramo turístico
Irene Belo, empresária do ramo turístico

A falta de estrutura turística em Santarém levou a professora, mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional e empreendedora do setor de Turismo em Alter do Chão, Irene Belo Zampietro, a tecer duras críticas às autoridades competentes. Para ela, falta mais investimento na região para que o turismo possa se desenvolver. Nas últimas semanas várias foram as reclamações de banhistas e turistas sobre a falta de banheiros químicos e do preço exorbitante dos produtos cobrados pelos proprietários de barracas, nas praias de Alter do Chão.
Entre os problemas apresentados pelos turistas estão: falta de limpeza urbana; falta de saneamento básico; banheiros públicos de qualidade; aproveitamento dos galpões dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, após a realização do Festival do Sairé, que acontece em setembro de cada ano; padronização das barracas tanto na Ilha do Amor quanto na Praia do Cajueiro e nas praças da Vila Balneária; divulgação profissional do destino turístico de Alter do Chão; profissionalização dos prestadores de serviços turísticos; implantação da Lei Municipal do Turismo; implementação do Plano Encontro – Cronograma de Ações, além da criação de eventos turísticos para o período de março a junho, considerado de baixa temporada por conta da cheia do rio Tapajós. Entre as sugestões dos turistas estão a criação do Festival do Bolinho de Piracuí, por ser uma iguaria que só existe em Santarém; além do Festival de Cinema de Alter do Chão.
Para Irene Belo, que também já foi Secretária Municipal de Turismo de Santarém, os equipamentos turísticos são de responsabilidade da gestão pública, mas os serviços são prestados pelos empreendedores, que devem, na totalidade, buscar a qualidade crescente pela via da capacitação de seus colaboradores. “Nem sempre, o que está bom para mim, não atende às expectativas do turista”, alertou a empresária. Veja os principais detalhes da entrevista com empresária Irene Belo:
Jornal O Impacto: Como a senhora avalia o Turismo em nosso Município?
Irene: Turismo é um conjunto de atividades, dentro do setor Serviços, que tem a capacidade de gerar emprego, renda e distribuição dessa renda com muita eficiência e eficácia. Santarém, Município indutor do desenvolvimento turístico na região do Tapajós (Pólo Tapajós) tem a sorte de contar com cenários naturais incríveis, além de uma rica e diversa cultura. Aí estão nossos recursos turísticos, alguns necessitam ainda de estruturação para que sejam produtos turísticos, mas estamos caminhando, evoluindo turisticamente.
Jornal O Impacto: Quais os principais entraves para o desenvolvimento do Turismo em Santarém?
Irene: Anualmente, o Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e com o Sebrae, avalia os municípios indutores em 13 dimensões. Com essa avaliação, visa balizar as administrações locais quanto aos seus pontos fortes e fracos. Se me permite, gostaria de me ater aos aspectos em que Santarém obteve as menores notas em 2015.
Jornal O Impacto: E quais são essas dimensões?
Irene: A dimensão ambiental é a mais crítica, abrange atividades poluidoras, rede pública de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação de resíduos, patrimônios naturais e unidades de conservação, estrutura e legislação municipal de meio ambiente. As melhorias necessárias nessa dimensão implicam em altos investimentos, em ações nem sempre simpáticas de educação, consciência e práticas ambientalmente corretas.
Cidade limpa e saudável deve ser uma iniciativa da gestão pública e da sociedade, para que, ao chegar aqui, os turistas sejam informados dos procedimentos esperados deles em relação ao ambiente natural. Normas e fiscalização são imprescindíveis.
Outra dimensão crítica é serviços e equipamentos turísticos, que envolve sinalização turística, centro de atendimento ao turista, espaços para eventos, capacidade dos meios de hospedagem, capacidade dos serviços de receptivo, estrutura de qualificação para o turismo,e capacidade dos restaurantes.
Os equipamentos turísticos são de responsabilidade da gestão pública, mas os serviços são prestados pelos empreendedores, que devem, na totalidade, buscar a qualidade crescente pela via da capacitação de seus colaboradores. Nem sempre, o que está bom para mim, não atende às expectativas do turista.
Jornal O Impacto: E quais são as outras dimensões?
Irene: Economia, Infraestrutura geral, marketing e promoção, cooperação regional, aspectos sociais, atrativos turísticos, aspectos culturais, acesso, políticas publicas, capacidade empresarial e, monitoramento.
Jornal O Impacto: Como está a situação das barracas da Ilha do Amor em de Alter do Chão?
Irene: A ACES (Associação Comercial e Empresarial de Santarém) em parceria com a Prefeitura e com a Associação dos Permissionários daquele espaço, estarão apresentando, nesta sexta-feira, um protótipo para essas barracas. Esperamos que sejam realmente padronizadas, não só na estrutura, mas na qualidade dos serviços. Ouvem-se muitas reclamações dos turistas sobre os serviços prestados nas mais diferentes praias.
Jornal O Impacto: Qual a sua sugestão?
Irene: Que os proprietários de barracas implantem, com a ajuda das entidades competentes, pesquisa de satisfação, para oportunizar aos seus clientes opinar sobre os serviços – uma consultoria gratuita. Temos muito caminho a percorrer, mas já caminhamos um bocado. Essa é uma estrada que se faz ao caminhar.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto

4 comentários em “Irene Belo: “Falta mais empenho das autoridades para desenvolver nosso turismo”

  • 18 de janeiro de 2016 em 08:05
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    ELA RECLAMA PORQUE ACABOU A BOQUITA DA REPUBLICA DO CIPOAL

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  • 18 de janeiro de 2016 em 08:02
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    ESTA SENHORA TEVE A OPORTUNIDADE FOI SECRETARIA DE TURISMO SENDO UMA DAS PIORES QUE SANTAREM JA TEVE PARECE EX,TECNICO DE SELEÇÃO QUE FICA DANDO TECO NA NOVA ESCALAÇÃO

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  • 17 de janeiro de 2016 em 20:43
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    Alter do Chão, para crescer em todos os aspectos tem que se desvincular de Santarém e criar um novo município. Tem que ter vida própria. Com certeza, próximo das próximas eleições os candidatos vem com a mesma mentira de sempre, de que precisamos melhorar, investir, etc. Só papo.

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  • 16 de janeiro de 2016 em 09:36
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    Aproveitando este gancho, A Irenr devia suspender a informação de que o seu Hotel possui Praia particular, uma vez que a praia é área de Marinha, ela pertence a União por conseguinte é pública e não particular conforme o seu hotel anuncia

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