Açougues vendem picadinho adulterado
A qualidade da carne que abastece o município de Santarém tem sido alvo de um intenso trabalho das autoridades sanitárias locais. A preocupação quanto ao abate tem sido aprimorado por conta da implantação do Serviço de Inspeção municipal, além do apoio efetivo dos Serviços de Inspeção Estadual e Federal. Mas, infelizmente, a carne que é servida na mesa dos santarenos ainda corre algum tipo de risco. Por isso, a Divisão de Vigilância Sanitária em Santarém (DVS) tem voltado suas ações para atuar dentro dos açougues, fiscalizando principalmente, o acondicionamento da carne, incluindo as medidas que visem que ela esteja protegida de roedores ou insetos e que não fique em temperatura ambiente, verificando as condições e a forma como essa carne é manipulada, além de conferir a existência do Alvará Sanitário para estes estabelecimentos e demais normas para que eles possam atuar dentro da legalidade.
Diariamente, são inúmeras denúncias que chegam aos fiscais da DVS e em recente levantamento feito pelo órgão, aproximadamente 50% dos estabelecimentos do Município apresentam algum tipo de incompatibilidade com o que manda a lei. De acordo com a coordenação, além da carne de origem clandestina, os fiscais estão dando atenção para o beneficiamento e até mesmo em casos, como o de comerciantes que vendem carne imprópria para o consumo, como se fosse carne de primeira qualidade. Nesta lista, podem ser incluídas as linguiças e a carne moída, conhecida popularmente, como picadinho. Existe açougue vendendo picadinho ‘popular’ como se fosse ‘especial’ e o consumidor precisa estar atento.
“É preferível que o picadinho seja moído na frente do consumidor, uma vez que você não acompanha este processo e não tem como garantir que ele esteja adequado. O consumidor não vê como é feito e o que é colocado no produto. Além de ser uma carne de qualidade inferior, como os chamados de picadinho popular, alguns açougues adicionam ‘sebo’ ou ‘pelhancas’ a esta carne para dar mais volume e utilizam o sufito, que garante a cor avermelhada, sendo prejudicial à saúde por ser cancerígeno. O que às vezes, você paga como um picadinho especial, de uma carne que era pra ser selecionada, acaba sendo feito de uma carne inferior e até mesmo imprópria. Você pode comprar a carne e pedir para comerciante moer na sua frente e aí sim você pode conferir e ter a oportunidade de avaliar a procedência do que vai consumir”, explica Walter matos, coordenador da Divisão de Vigilância Sanitária em Santarém.
Para os donos e funcionários de açougues, a Vigilância Sanitária recomenda que estejam sempre em alerta, procurando aprimorar a qualidade dos serviços e do produto comercializado. Eles precisam de um curso de boas maneiras para evitar que o manipulador não só deixe de contaminar o alimento, mas que ele também não seja contaminado por este alimento. É preciso observar a composição dos equipamentos de proteção, como as luvas de aço, que evitam acidentes que envolvam a amputação de membros durante o corte e também quanto ao uso das câmaras frigorificas, procurando sempre manter a transparência para que o consumidor possa ter a certeza de que está tendo acesso a uma carne de qualidade.
“Alertamos os açougues para que não comprem de frigoríficos que não possuem serviço de inspeção, que não tenham nota ou que não tenha pessoas habilitadas para a manipulação da carne, porque a Vigilância vai apreender e isto se estende também aos restaurantes. O vendedor tem que comprovar esta origem da carne, porque o consumidor tem o direito de saber a procedência da carne também no restaurante. Outro ponto que deve ser fiscalizado são as embarcações que fazem linha para Santarém. Muitas delas, principalmente as que fazem linha para a região de lagos, podem estar transportando este tipo de mercadoria sem as devidas autorizações”, conclui Walter Matos.
Da Redação