Polícia Federal fecha garimpo clandestino em tribo indígena em Óbidos
Em operação realizada na última quinta-feira, 31, em um garimpo próximo a reserva indígena Zo’é, no município de Óbidos, oeste do Pará, agentes da Polícia Federal de Santarém prenderam em flagrante três pessoas retirando ouro ilegalmente. Com eles foram apreendidos equipamentos utilizados na extração de minérios e três motobombas. Os equipamentos foram destruídos por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Eles foram conduzidos para a sede da PF, em Santarém, onde prestaram depoimento e foram autuados por crime ambiental.
Ainda na tarde de quinta-feira, os garimpeiros foram encaminhados para o Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), na Comunidade de Cucurunã, em Santarém.
De acordo com delegado da PF, Olavo Augusto Athayde Pimentel, a operação denominada “DAKJI”, teve como objetivo reprimir a atividade clandestina de garimpo no entorno da terra indígena Zo’é. A operação contou com apoio do Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do índio (Funai), Ibama e Departamento de Saúde Especial Indígena (DSEI). As incursões perto da reserva dos Zo’é foram realizadas com apoio de helicópteros e um avião da Coordenação de Aviação Operacional da Polícia Federal (Caop).
Durante a operação foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, dois mandados de condução coercitiva, e um mandado de prisão temporária nos municípios de Santarém e Itaituba, expedidos pelo juiz titular da 2ª Vara da Justiça Federal em Santarém, em desfavor das pessoas envolvidas com a atividade garimpeira nas proximidades da área indígena.
Segundo a Polícia Federal, em Santarém foram apreendidas diversas armas de fogo, acessórios e munições, durante os mandados de busca e apreensão, o que resultou em duas prisões em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
O delegado Olavo Pimentel informou que operação ainda está em andamento, com possibilidades de novas prisões e outras medidas a serem adotadas pela Polícia Federal e IBAMA.
DENOMINAÇÃO: DAKJI, nome da operação, significa “sem medo” na língua Zo’é e faz referência à constatação de que a atividade ilegal ora reprimida estava causando, além de impactos ambientais, bastante temor nos indígenas, poluição dos rios, prejuízos à cultura indígena, transmissão de doenças e fundado receio da prática de violência contra este povo indígena que são conhecidos como um dos povos mais isolados e preservados da Amazônia.
A aldeia do povo Zoé fica localizada entre os rios Cuminapanema e Erepecuru, entre os municípios de Oriximiná e Óbidos. A terra indígena foi classificada pelo Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) do Estado do Pará como área de florestas estaduais, e inserida em diversas categorias de proteção ambiental.
Por: Manoel Cardoso
RG 15 / O Impacto