“Buzinaço” cobra melhorias na saúde pública de Santarém
Em protesto realizado por volta de 09h, desta quinta-feira, 07, na Travessa 7 de Setembro, no bairro Santa Clara, em Santarém, servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) cobraram melhorias do atendimento, nos hospitais e nas unidades de saúde, da cidade.
Portando faixas, cartazes e com auxilio de um carro som, os manifestantes reivindicaram mais atenção por parte dos governos municipal, estadual e federal ao SUS. Em um cartaz, os manifestantes expressaram a seguinte revolta: “Lute para salvar o SUS. Não deixe o SUS morrer!”
A concentração dos manifestantes aconteceu em frente a sede da Semsa, na Travessa 7 de Setembro, onde dezenas de pessoas em carros e motocicletas realizaram um “buzinaço”. No local, por alguns minutos o trânsito foi interrompido. Em seguida, funcionários da Semsa e usuários do SUS caminharam até a Prefeitura Municipal de Santarém, na Rua Anysio Chaves, onde fizeram um ato público.
Entre as principais queixas de usuários do SUS estão: dificuldades de acesso aos serviços de saúde e de um atendimento que não contempla as reais necessidades dos pacientes; falta de remédios nas unidades de saúde, falta de médicos e enfermeiros nos hospitais, além da superlotação no complexo do Hospital Municipal de Santarém (HMS) e Pronto Socorro Municipal (PSM).
Em entrevista a imprensa de Santarém, o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), médico Júnior Aguiar revelou que a saúde pública em Santarém passa por um momento complicado, sendo uma dificuldade maior que envolve as esferas estadual e nacional. “Em se tratando de Santarém, a gente entende que esse é um município que enfrenta dificuldade a começar pela distancia que se encontra em relação a capital do Estado. Tem sua complexidade regional e, é polo para uma região muito grande tanto geograficamente quanto do ponto de vista da densidade populacional. Então os problemas não são só municipais, são regionais também”, revela o médico.
Segundo o Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA), os médicos e pacientes do Hospital Municipal de Santarém têm sofrido com o descaso da saúde pública no município. O SIMDMEPA denuncia a superlotação do HMS, que tem ocasionado sérios problemas no local.
Os médicos revelam que, em uma das alas que atende pacientes graves com capacidade para acomodar até seis enfermos encontram-se 15 pessoas amontoadas em macas, uma ao lado da outra. De acordo com os médicos, pacientes têm morrido nesta sala, pois não há respirador para todos os que estão internados nesta sala.
Outro problema vivenciado pelos médicos que trabalham no Hospital Municipal de Santarém é a falta de vínculo trabalhista. O SINDMEPA informou que cerca de 90% dos profissionais da medicina que trabalham no local são contratados como pessoa jurídica que acaba não gerando vínculo algum com o hospital e causando grande instabilidade para os médicos e problemas para a gestão.
O SINDMEPA acrescenta que o contrato feito aos médicos do Hospital Municipal de Santarém claramente burla os direitos trabalhistas destes profissionais, fazendo com que eles não tenham direito à férias, 13º salário, licença maternidade, entre outros.
Fonte: RG 15/O Impacto