Juiz deixa Comarca, após relevantes serviços à Justiça santarena

Dr. Waltencir Alves Gonçalves deixará Comarca de Santarém
Dr. Waltencir Alves Gonçalves deixará Comarca de Santarém

Que fatores que contribuem para uma justiça eficiente? Quais os desafios do Judiciário na atualidade? A chamada “judicialização da política” prejudica o equilíbrio entre os três poderes constituídos?

Esses foram os principais temas abordados por nossa reportagem, na entrevista exclusiva, concedida ao Jornal O Impacto, pelo Titular da 2ª Vara Cível e Empresarial de Santarém do TJPA, Dr. Waltencir Alves Gonçalves, na quarta-feira (25), no seu último dia de trabalho na Pérola do Tapajós.

Para o magistrado, “o direito é bom senso e lógica; bom senso na sua compreensão, e lógica na sua aplicação”. Foi desta forma, que o Juiz atuou por quase seis anos na Comarca de Santarém, garantindo um trabalho eficiente à comunidade.

“Foram pouco mais de cinco anos e meio de muito trabalho, muitos desafios e que ao final deste período de forma extensa, nós colhemos resultados muito gratificantes. Em proveito nosso, dos magistrados, dos servidores, do Fórum, da Comarca e do Poder Judiciário, mas, sobretudo, para o cidadão. Nós buscamos sempre um aperfeiçoamento. Em trabalho muito intenso, muito disciplinado, na composição de uma equipe muito afinada com o propósito de prestar um serviço público de melhor qualidade. Nós conseguimos uma evolução muito grande, diante do quadro que nós encontramos aqui. Ao assumir a 2ª Vara Cível e Empresarial de Santarém, eu encontrei um acervo de oito mil processos. Deixo aqui, entrego com menos de quatro mil processos, ou seja, menos da metade que recebi”, informa Dr. Waltencir Gonçalves.

O trabalho do magistrado é reconhecido por toda sociedade santarena. Dr. Waltencir também se destacou na jurisdição do Juizado Criminal, Juiz Eleitoral, Corregedoria de Cartórios, entre outros. “Em todas essas unidades nós conseguimos trabalhos que nos gratificaram ao final deste período”, acrescenta o Juiz.

Para a autoridade do Direito, uma justiça eficiente é aquela que apesar dos desafios, é capaz de fazer com que os resultados sejam alcançados de forma satisfatória.

“E necessário, sobretudo, muita dedicação, muito compromisso dos servidores. Nós trabalhamos com uma série de dificuldades, como: orçamentárias, materiais e humanas. Há necessidade sempre presente de servidores, porque a demanda é muito grande, o acréscimo da demanda não é acompanhado pelo ganho de recursos por parte do serviço público. Então, nós temos que fazer valer esses desafios, diariamente, e isso não se dá, senão mediante a muito empenho e muito compromisso. Nós precisamos de pessoas compromissadas, que realmente tenham consciência do que é ser servidor público, de servir a comunidade e ao povo. Também precisamos trabalhar de forma sistematizada, organizada, coordenada às demais funções, que são essenciais para Justiça, a exemplo do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Advocacia Pública, da Advocacia Privada, com OAB, e contar em parte com compreensão, mas, com colaboração dos jurisdicionado”, explica o Meritíssimo Juiz de Direito.

Sobre a situação que nos últimos anos o Brasil vem enfrentando, quanto à chamada “Judicialização da Política”, Dr. Waltencir Gonçalves externa:

“Embora não seja desejável, porque nós temos que observar sempre a tripartição, a harmonia entre os poderes, mas infelizmente, a Justiça acaba sendo o último recurso do cidadão. Quando não há mais outro meio, ele busca a Justiça. E isso, está se dando inclusive no âmbito político. A judicialização excessiva e inclusiva. Eu vejo isso com certa reserva, porque, acho que muito se falta recorrer ao bom senso, desde questões mínimas, como as questões maiores. Devemos recorrer às negociações, ao bom senso, uma saída consensual, naquilo que for possível. Naquilo que puder dispor. Agora, quando não é possível, quando não se pode dispor de determinado direito, a Justiça realmente tem que ser o último recurso, o último socorro daquelas pessoas, e daquelas partes que de alguma forma sentem-se prejudicadas. Antes de mais nada, o direito é bom senso e lógica; bom senso na sua compreensão, e lógica na sua aplicação”, conclui o Magistrado. [Veja a entrevista na íntegra acessando nosso site www.oimpacto.com.br].

Por: Edmundo Baía Junior

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “Juiz deixa Comarca, após relevantes serviços à Justiça santarena

  • 26 de maio de 2016 em 21:42
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    Entrevista brilhante de OImpacto!! Este grande ser humano já deixa saudade pois além de ser um excelente juiz é também muito humano , tem coração de ouro. Desejo que o sucesso lhe acompanhe e que retorne à Santarém sempre que possível para rever amigos que aqui conquistou !!

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