Investigador é assassinado durante assalto em Belém
Um investigador da Polícia Civil foi assassinado com um tiro ontem à noite em uma praça no bairro de Val-de-Cães, em Belém. Mário Soares da Rocha, de 51 anos, foi vítima de um assalto e baleado em seguida pelos criminosos. Atingido na cabeça, o investigador morreu na hora. A pistola dele foi roubada pelo trio de acusados, que fugiu logo após o baleamento. Autoridades já tinham pistas dos responsáveis pelo crime e as diligências continuaram durante toda a noite.
O assassinato foi testemunhado por várias pessoas que estavam na praça, sempre bastante movimentada. De acordo com dados do Sindicato da Polícia Civil do Estado do Pará (Sindpol), Mário foi o 10º agente de segurança pública assassinado este ano, número que engloba oito policiais militares e dois policiais civis.
O latrocínio (roubo que tem como consequência a morte) ocorreu pouco depois das 20 horas na praça do Marex, localizada na avenida Júlio César. Mário, que era lotado na Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), estava na praça assistindo a um jogo de futebol de areia ao lado da quadra, quando foi atacado por dois criminosos. Segundo informações de testemunhas, a dupla tentou roubar a pistola do investigador, porém ele reagiu e se atracou com a dupla, a fim de tentar evitar que sua arma fosse levada. Enquanto o embate acontecia, um terceiro comparsa se aproximou e atirou uma vez, atingindo a cabeça do policial. Ele não resistiu ao ferimento e morreu, enquanto os assaltantes pegaram a pistola ponto 40 da vítima e fugiram.
Várias guarnições policiais estiveram no local após o fato e começaram a receber informações sobre quem seriam os criminosos. Com pistas de pelo menos dois deles, começaram as diligência para tentar encontrá-los. Equipes das polícias Civil, Militar, Tática e até um helicóptero foram empenhados nas buscas. Os nomes e apelidos dos suspeitos não serão divulgados para não atrapalhar as investigações. A suspeita da polícia é que o trio estivesse na área da praça para praticar assaltos. Quando eles avistaram o policial e desconfiaram que ele estava com uma arma na cintura, resolveram atacá-lo.
Bandidos roubaram arma, e ignoraram outros objetos
De acordo com o tenente Holanda, da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), a vítima estava com outros pertences, que não foram roubados. “A princípio, apenas a pistola foi roubada”, disse. Ainda segundo o tenente, o crime aconteceu em uma praça muito movimentada. “Sempre tem muita gente aqui nessa praça. E isso não intimidou os criminosos”, complementou. Uma equipe da Divisão de Homicídios deu início às investigações. O assassinato foi testemunhado por várias pessoas e a intenção das autoridades é chamar algumas destas testemunhas para prestarem depoimento sobre o que viram ou ouviram. Segundo o tenente Batista, do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), a polícia irá dar uma resposta no sentido de encontrar os criminosos envolvidos no homicídio e prendê-los. “Iniciamos uma operação saturação, que irá fazer buscas aos acusados até que sejam detidos. Este crime não pode ficar impune”, afirmou.
Presidente do Sindpol cita a vulnerabilidade de policiais
O presidente do Sindpol, José Pimentel, falou sobre a falta de segurança para os policiais. “Infelizmente esta é nossa realidade, é a prova que o comando da segurança pública no Pará não está fazendo um trabalho eficiente. Muito pelo contrário, nossos policiais estão sendo mortos. É revoltante isso”, lamentou.
Pablo Farah, vice-presidente do sindicato, também lamentou a morte do investigador. “Estou falando aqui como policial civil, como pai de família, não como representante do sindicato. Isso que estamos vivendo é uma vergonha. Nossa polícia não tem comando, não tem gestores para resolver o problema da segurança pública. Quantos mais pais de família terão que morrer para que ocorra uma mudança no comando da Polícia Civil e Polícia Militar?”, questionou.
Farah disse ainda que o investigador era um policial exemplar. “Ele era atuante, estava sempre na linha de frente da polícia. Lamentamos muito a morte do nosso amigo”, complementou. Mário estava na polícia há aproximadamente 25 anos, segundo informações preliminares. Quem tiver alguma informação que possa ajudar a polícia e prender os criminosos, pode entrar em contato através do Disque-Denúncia (181). A ligação é gratuita e não é necessário se identificar.
Fonte: Amazônia