A 131ª Pesquisa CNT/MDA, realizada de 2 a 5 de junho de 2016 e divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra a avaliação dos índices de popularidade do governo e pessoal do presidente interino, Michel Temer.
Aborda, também, a expectativa da população sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança pública. Os entrevistados foram questionados sobre o que esperam do governo de Michel Temer, o processo de impeachment, corrupção, operação Lava Jato e reformas previdenciária e trabalhista.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.
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CONCLUSÃO
Os resultados da 131ª Pesquisa CNT/MDA mostram melhor avaliação do governo Michel Temer na comparação com o de Dilma Rousseff. Entretanto, ainda há elevado percentual de indecisos na percepção sobre o atual governo.
Em relação ao impeachment de Dilma Rousseff, a maioria considera o processo legítimo e concorda com o seu afastamento.
As expectativas para os próximos seis meses são de moderado otimismo quando se pergunta sobre a geração de emprego e saúde, além de pequena melhora para educação, segurança e renda mensal.
As duas principais demandas atuais da população são geração de empregos e melhorias no sistema de saúde. Sobre o tema Previdência Social, percebe-se grande desconhecimento em relação às regras de aposentadoria. Já no que se refere a uma eventual reforma trabalhista, há ampla concordância com necessidade de se atualizar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Sobre as eleições presidenciais, se elas fossem hoje, é importante destacar que, num cenário com mais candidatos, Lula lidera todas as intenções de voto no primeiro turno. Já nas simulações de segundo turno, ele perde para Marina Silva e obtém empate técnico com Aécio Neves e Michel Temer.
• Avaliação do governo
• Desempenho pessoal do presidente
Federal: A avaliação do governo do presidente interino Michel Temer é positiva para 11,3% dos entrevistados, contra 28,0% de avaliação negativa. Para 30,2%, a avaliação é regular e 30,5% não souberam opinar. A aprovação do desempenho pessoal do presidente atinge 33,8% contra 40,4% de desaprovação. E 25,8% não souberam opinar.
Estadual: 3,6% avaliam o governador de seu Estado como ótimo. 22,9% como bom; 34,7% como regular; 17,2% como ruim e 17,7% como péssimo.
Municipal: 4,2% avaliam o prefeito de sua cidade como ótimo. 22,4% como bom, 25,8% como regular, 15,4% como ruim e 29,8% como péssimo.
• Expectativa (para os próximos 6 meses)
Emprego: vai melhorar: 27,2%, vai piorar: 33,4%, vai ficar igual: 37,5%
Renda mensal: vai aumentar: 19,8%, vai diminuir: 26,4%, vai ficar igual: 51,1%
Saúde: vai melhorar: 20,4%, vai piorar: 36,6%, vai ficar igual: 41,3%
Educação: vai melhorar: 20,7%, vai piorar: 32,5%, vai ficar igual: 45,0%
Segurança pública: vai melhorar: 19,3%, vai piorar: 38,8%, vai ficar igual: 40,2%
CONJUNTURAIS
• Eleição presidencial 2018
1º turno: Intenção de voto espontânea
Lula: 8,6%
Aécio Neves: 5,7%
Marina Silva: 3,8%
Dilma Rousseff: 2,3%
Michel Temer: 2,1%
Jair Bolsonaro: 2,1%
Ciro Gomes: 1,2%
Geraldo Alckmin: 0,6%
Joaquim Barbosa: 0,6%
José Serra: 0,3%
Outros: 1,7%
Branco/Nulo: 16,7%
Indecisos: 54,1%
1º turno: Intenção de voto estimulada
CENÁRIO 1: Lula 22,0%, Aécio Neves 15,9%, Marina Silva 14,8%, Ciro Gomes 6,0%, Jair Bolsonaro 5,8%, Michel Temer 5,4%, Branco/Nulo: 21,2%, Indecisos: 8,9%
CENÁRIO 2: Lula 22,3%, Marina Silva 16,6%, Geraldo Alckmin 9,6%, Ciro Gomes 6,3%, Michel Temer 6,2%, Jair Bolsonaro 6,2%, Branco/Nulo: 24,0%, Indecisos: 8,8%
2º turno: Intenção de voto estimulada
CENÁRIO 1: Aécio Neves 34,3%, Lula 29,9%, Branco/Nulo: 28,8%,
Indecisos: 7,0%
CENÁRIO 2: Aécio Neves 32,3%, Michel Temer 15,8%, Branco/Nulo: 42,2%,
Indecisos: 9,7%
CENÁRIO 3: Aécio Neves 29,7%, Marina Silva, 28,0%, Branco/Nulo: 34,6%,
Indecisos: 7,7%
CENÁRIO 4: Lula 31,7%, Michel Temer 27,3%, Branco/Nulo: 33,4%,
Indecisos: 7,6%
CENÁRIO 5: Marina Silva 33,7%, Michel Temer 20,9%, Branco/Nulo: 37,0%,
Indecisos: 8,4%
CENÁRIO 6: Marina Silva, 35,0%, Lula 28,9%, Branco/Nulo: 30,0%,
• Governo Michel Temer
Comparação governos Temer e Dilma
54,8% disseram que o governo de Michel Temer está igual ao de Dilma Rousseff e que não se percebe nenhuma mudança no país. Para 20,1%, está melhor, por já perceberem mudanças positivas no país. Outros 14,9% acreditam que está pior e que as mudanças feitas pioraram as condições do Brasil. Além disso, para 46,6%, a corrupção no governo Michel Temer será igual ao do governo Dilma Rousseff. 28,3% acreditam que será menor e 18,6% consideram que será maior.
Ações prioritárias (medidas que devem ser adotadas)
Gerar emprego: 57,0%
Melhorar a saúde: 41,4%
Combater a corrupção: 30,6%
Melhorar os resultados da economia: 24,7%
Reduzir gastos do governo: 15,5%
Melhorar a segurança: 14,8%
Fazer reformas: 6,8%
Reformas mais importantes para o Brasil
Trabalhista: 35,0%
Política: 31,7%
Tributária: 9,4%
Judiciária: 8,5%
Previdenciária: 8,4%
• Impeachment
62,4% defendem que foi correta a decisão pelo afastamento de Dilma Rousseff do cargo, tomada pelo Congresso Nacional. 33,0% acreditam que a decisão foi errada e que ela não precisava ter sido afastada.
Para 61,5%, o processo de impeachment foi legítimo, contra 33,3% que avaliam que não foi. Ao final do julgamento de Dilma Rousseff, 68,2% acreditam que ela será cassada e Michel Temer permanecerá na presidência. Já 25,3% pensam que Dilma reassumirá o cargo de presidente.
45,6% dos entrevistados consideram que o processo de impeachment fortalece a democracia brasileira, contra 34,3% que avaliam que enfraquece.
Causas para o impeachment: Sobre as causas que motivaram o processo, 44,1% citam a corrupção no governo federal. 37,3% atribuem à tentativa de obstrução da operação Lava Jato e 33,2% opinam que foram as pedaladas fiscais.
Antecipação das eleições: Para 50,3%, a eleição para presidente marcada para 2018 deveria ser antecipada para este ano. 46,1% consideram que a eleição não deve ser antecipada.
• Lava Jato e corrupção
89,3% têm acompanhado ou ouviram falar das investigações no âmbito da operação Lava Jato e que envolvem a Petrobras. Nesse grupo, 66,9% consideram que a presidente Dilma Rousseff é culpada pela corrupção que está sendo investigada e 71,4% acham que o ex-presidente Lula é culpado.
Sobre o futuro da operação Lava Jato, 36,2% acreditam que ela nem será fortalecida, nem será enfraquecida no governo Michel Temer, permanecendo como está. Para 29,3%, a Lava Jato será fortalecida e 26,0% consideram que será enfraquecida.
• Desemprego
53,2% dos entrevistados estão empregados no momento. 33,4% não estão empregados e não estão procurando emprego. 13,2% não estão empregados, mas estão procurando emprego. Entre os que estão trabalhando, 59,8% temem perder o emprego por causa da crise.
Do total de entrevistados, 52,6% gostariam de abrir um negócio próprio e 85,8% conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses. Além disso, 30,4% disseram que alguém do domicílio perdeu a vaga de trabalho no último ano, sendo que, dentro desse grupo, 75,2% buscaram emprego, mas ainda não conseguiram se recolocar no mercado. Outros 17,9% já conseguiram emprego e 5,4% buscaram cursos de capacitação ou voltaram a estudar.
• Previdência
15,0% dos entrevistados são aposentados, sendo que, dentro desse grupo, 38,0% continuam trabalhando. Para os 85,0% que afirmaram não estar aposentados, 48,8% têm pouco ou nenhum conhecimento sobre as regras de aposentadoria ou sobre quando irão se aposentar. 30,1% têm conhecimento parcial sobre o tema e 15,9% sabem as regras e quando terão concedida a aposentadoria.
Sobre uma possível reforma da previdência, 64,7% são contrários a qualquer alteração nas regras, mas 61,3% acham que é necessário estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria. E 56,9% acreditam que essa idade deve ser a mesma para homens e mulheres.
• Reforma Trabalhista
64,5% acreditam que a legislação trabalhista brasileira deve ser atualizada. Para 36,7%, uma reforma trabalhista precisa garantir todos os direitos atuais aos trabalhadores. 32,6% consideram que é preciso que se facilite a negociação entre trabalhadores e empregadores. Enquanto isso, 21,8% concordam com a flexibilização de alguns direitos, para melhorar as chances de contratação.
33,6% pensam que a atual legislação dificulta a realização de acordos que atendam aos interesses de empregadores e empregados e 46,6% são favoráveis à terceirização de qualquer atividade nas empresas.
Fonte: Agência CNT de Notícias