Yamada expõe situação delicada em editais que convocam assembleias gerais
Parece mesmo que chegou a hora da verdade para o Grupo Yamada, até poucos anos atrás um dos mais pujantes e sólidos de toda a Região Norte do País – sobretudo no setor supermercadista.
Mas a crise não o poupou de consequências duras, para não dizer duríssimas. Daí a frequência com que, ultimamente, começaram a circular informações de que o Yamada transferiria seus supermercados para o Grupo Carrefour, um dos que, dentre outros, estariam interessados em abocanhar esse pedaço precioso da empresa.
De especulação em especulação, a situação vai ficando mais clara quando, por força de lei, precisa de alguma forma tornar-se de fato mais transparente, não apenas para os acionistas como também para os consumidores, que têm percebido os negócios do grupo encolherem a olhos vistos.
O Diário Oficial do Estado de quarta-feira (22) publica editais convocando duas assembleias gerais extraordinárias, ambas para o dia 30 de junho, quinta-feira próxima, uma às 8h30, outras às 15h.
Os temas em pauta são relevantes.
Um deles: deliberar sobre a contratação de empresa de notória capacidade técnica e reputação, “para que realize profunda auditoria contábil, financeira e patrimonial na Companhia.”
No caso da AG da holding, o único tema em deliberação é ainda mais delicado: decidir sobre a propositura de ação de responsabilidade civil contra administradores, em atendimento ao previsto nos artigos 158 e 159 da Lei no 6.404/76.
A lei em referência dispõe sobre as sociedades por ações.
Os artigos 158 e 159 tratam, em resumo, da responsabilização civil do administrador – ou administradores – em virtude de eventuais prejuízos decorrentes de culpa ou dolo.
Conclusão óbvia: as turbulências econômicas que o Grupo Yamada enfrenta não decorrem apenas de conjunturas adversas, mas de culpas e/ou dolos de seus administradores.
Presume-se isso, com um alto grau de convicção, pelo que se extrai dos próprios editais.
A história do Grupo Yamada é a tradução da tenacidade dos japoneses que imigraram para o Estado do Pará na década de 1950. Entre eles Yoshio Yamada , sua esposa Aki e seu filho Junichiro Yamada, que a Y.Yamada & Cia. na sala de nº 7 do Hotel Suisso, situado no Largo da Pólvora (hoje Praça da República).
Vendiam desde máquinas de costura Mitsubishi a defensivos agrícoloas, além de ferragens em geral, motores marítimos e industriais, sementes e adubos químicos e orgânicos, sementes.
A primeira loja foi inaugurada em 1955, na Rua Senador Manoel Barata, onde até hoje funciona a Loja Matriz.
Em seus bons tempos, o Yamada chegou à condição de maior rede de supermercados e magazine da Região Norte do Brasil.
O grupo, em dado momento, era formado por 35 lojas no Pará e uma no Amapá, empregando mais de 8 mil pessoas.
Seu cartel de clientes chegou a contar com 2 milhões de cadastrados no Cartão Yamada.
Fonte: Espaço Aberto
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