Giovani: “Vou apurar venda milionária de imóvel”

Revoltado e ao mesmo tempo magoado com as ações, segundo ele ilegais, que levaram ao seu afastamento do cargo de presidente da União das Entidades Comunitárias de Santarém (Unecos), José Giovani dos Santos, em declaração ao jornal O Impacto, falou dos momentos que passou, desde seu afastamento do cargo. ”Na realidade, fui convocado para uma Assembleia que deveria ser em busca de ações para organizar a Unecos, porém, era para me afastar do cargo. Eu não tive sequer direito de defesa”, lamentou o líder comunitário.

Vítima do que ele considera um golpe arquitetado por seu vice, Sávio, que assumiu em seu lugar, Giovani lamenta o fato em ter sido apunhalado pelas costas. “Eu sou membro da Unecos há bastante tempo, além de não ter tido nenhuma chance para defesa, fui discriminado em várias ações da entidade, como se fosse uma pessoa nociva”, citou o presidente afastado da Unecos.

“Durante todo esse tempo, fui dedicado à Unecos e aos movimentos comunitários. Não é possível ter ficado dessa maneira, diante de meus companheiros de luta. Eu fiquei realmente surpreso diante do modo como foi arquitetada minha saída”, desabafou Giovani.

GOLPE DE ESTADO DEVIDAMENTE ARQUITETADO: No entender do líder comunitário e presidente afastado da Unecos, José Giovani dos Santos, tudo foi planejado por um grupo, que há tempos queria tomar o poder dentro da entidade. “Essa turma está na Unecos há mais de vinte anos, desde a fundação da entidade e sente que tem domínio absoluto em algumas ações e pessoas”, citou Giovani.

“Como algumas ações feitas na minha gestão não foram de acordo como eles pretendiam, concordaram em me afastar dessa maneira um tanto rude”, disse o comunitário. Quanto ao seu vice, Sávio, que depois do golpe assumiu ainda que de maneira irregular, Giovani ressalta: “O Sávio, que na minha gestão ocupava o cargo de vice-presidente, foi uma indicação do grupo do vereador Gaúcho”, disse Giovani.

BOLA PRA FRENTE: Mesmo diante das dificuldades impostas por articulações ditas paralelas, José Giovani dos Santos destaca que continua sua missão, em favor da comunidade e da Unecos, como sempre fez ao longo de sua vida pública, sem máculas ou deslizes administrativos, por menores que sejam. “Na verdade, continuamos fazendo nossas atividades, respeitados que somos pela sociedade, pelos poderes constituídos, como legítimos representantes da entidade, até que seja definitivamente oficializada de fato e direito a nossa volta”, falou o líder comunitário. Quanto à atuação de seu vice, que através de manobras escusas chegou ao cargo de líder da Unecos, Giovani desabafa: “O Sávio se acha presidente, mas na verdade nunca foi”, finalizou o presidente comunitário afastado.

SINDICÂNCIA: José Giovani dos Santos, através de seu advogado Hiroito Tabajara, entrou na Justiça para contestar a forma como foi retirado do cargo de presidente da Unecos, que tem mandato até 2017. A Justiça foi correta e o reintegrou ao cargo, faltando somente oficializar a presidência interina para que José Giovani dos Santos reassuma seu cargo de presidente da entidade. “Após tomar posse no cargo de presidente da Unecos, vou rever algumas situações feitas pela direção interina, que acho que não estão corretas. O mais grave de todas, foi a venda do imóvel da Unecos, localizado atrás da FIT, em área nobre de Santarém, que foi adquirido com bastante esforço e assim que a diretoria que me destitui do cargo assumiu, vendeu o imóvel por um valor bastante alto. Vou abrir uma sindicância para apurar o motivo da venda do imóvel e onde está esse dinheiro, já que a atual diretoria comprou outra área um local bastante longe do centro da cidade. Isso não está certo, pois estou na entidade há mais de 20 anos e sei do trabalhamos que tivemos para comprar este imóvel. E agora, após uma armação para me destituir da presidência da Unecos, rapidamente esse imóvel foi vendido. Vamos investigar a fundo essa venda, que eu acho que foi ilegal, pois muitos associados não foram comunicados sobre esse procedimento. Só depois que o “negócio foi feito” é que nós fomos pegos de surpresa. Isso não está certo e assim que reassumir a presidência da entidade vou abrir uma auditoria (sindicância) interna para apurar essa venda”, declarou José Giovani dos Santos.

Por: Carlos Cruz