Brasil é campeão olímpico no vôlei, com vitória por 3 a 0 sobre a Itália

Lucarelli abraça o levantador Bruninho - os dois tiveram grandes atuações na final do ouro contra a Itália
Lucarelli abraça o levantador Bruninho – os dois tiveram grandes atuações na final do ouro contra a Itália

Foram 12 anos de jejum olímpico. Após bater na trave, nas duas últimas edições, a seleção brasileira masculina de vôlei acertou a meta. Prata em Pequim-2008 e Londres-2012, o ouro chegou em casa, no templo do voleibol, o Maracanãzinho. E depois de uma arrancada espetacular, em que o time verde e amarelo quase ficou pelo caminho. Neste domingo, o Brasil venceu a Itália por 3 a 0 (25/22, 28/26 e 26/24) e conquistou a terceira medalha dourada em Jogos Olímpicos.

É a sétima medalha olímpica de Bernardinho, que tem sequência incrível de pódios desde 1996, nos tempos de jogador, com dois ouros, duas pratas e dois bronzes (com o feminino). O último título relevante havia sido o do Mundial de 2010, na Itália, quando a seleção ficou marcada pelo “jogo da vergonha” e entregou partida na fase de classificação para facilitar o caminho ao ouro.

Os italianos continuam sem o título desta competição, já que em Atenas-2004 também perderam para os brasileiros. O bronze ficou com os Estados Unidos, que venceram a Rússia de virada, por 3 a 2 (23/25, 21/25, 25/29, 25/29 e 15/13), com destaque para Anderson, que fez 21 pontos (terminou a competição com 128 pontos).

Serginho, ouro em Atenas-2004 e Rio-2016 e prata em 2008 e 2012, se despediu da seleção como o jogador do Brasil com mais metais olímpicos em esporte coletivo. Ele disse que agora só queria ficar ao lado dos filhos e curtir seus cavalos, sua paixão.

Wallace brilhou mais uma vez e terminou como o maior pontuador do jogo, com 20 pontos, e da competição, com 147 pontos.

‘O CAMPEÃO VOLTOU’, E NEYMAR

O Maracanãzinho foi abaixo, gritou que “o campeão voltou!!”. A torcida já estava de pé nos últimos pontos. Os jogadores se atiraram ao chão. A Itália havia pedido um desafio no último ponto, mas a torcida já comemorava. Bruninho abraçou Neymar na plateia. O craque da seleção de futebol, ouro numa conquista também épica, no vizinho Maracanã, torceu no ginásio pela seleção brasileira de vôlei. Com cabelo descolorido, para festejar sua medalha da véspera, sentou-se no gargarejo, ao lado de amigos, como o pagodeiro Thiaguinho.

Lipe e Lucarelli, que ainda sentiam dores nas costas e coxa, respectivamente, foram titulares. E, mesmo assim, Lucarelli não aliviou no saque: fez, inclusive, ace no início e no final do set. Com contra-ataques de Wallace e Lipe, o Brasil chegou a 13 a 12. Os jogadores mostraram vibração desde o início, chamaram a torcida, e o ginásio correspondeu. A estratégia do Brasil era ganhar fôlego no decorrer do jogo. Isso porque a Itália estava forçando o saque e, em partidas anteriores, obtinha larga vantagem nesse fundamento, principalmente nos finais das parciais. Com 10 erros da Itália, o Brasil fechou em 25/22.

Na parcial seguinte, o Brasil começou atrás no marcador (1 a 4). Os italianos pontuavam com Juantorena e com Zaytsev. O Brasil passou a errar mais, os italianos ganharam volume de jogo e passaram a pontuar nos contra-ataques. Com um ace de Zaytsev, em bola que confundiu o Brasil, o placar foi a 20-21. O final do set foi tenso. Num contragolpe de Zaytsev para fora, sem toque no bloqueio, o Brasil voltou a empatar. A torcida levantou, Wallace fez 23 a 22 e Maurício Souza fechou no saque em 28/26.

A Itália, que tinha feito competição sem percalços e havia avançado à fase de mata-mata em primeiro do grupo, não desistiu. Ambas equipes mantiveram o saque forte. Bruninho e Lipe foram bem na defesa. Wallace manteve o bom desempenho no ataque. Os italianos se atrapalharam na metade do set, cometeram erros bobos, e o levantador Giannelli, que completou 20 anos durante os Jogos, não brilhou como nas partidas anteriores.

BERNARDINHO, COLECIONADOR DE TÍTULOS

Com Bernardinho, o Brasil ganhou ainda três Mundias (2002, 2006 e 2010) e oito Ligas Mundiais (todas as edições entre 2001 a 2010, com exceção de 2002 – foi prata – e 2008 – fora do pódio). Mas não chegava ao lugar mais alto do pódio desde 2010. No comando da seleção desde 2001, o Brasil de Bernardinho nunca ficou fora do pódio em Mundiais e Olimpíadas.

Bernardinho jogou duas Olimpíadas como jogador, ficou em quinto em Moscou-1980 e foi prata em Los-Angeles-1984. Depois, comandou a seleção feminina nos Jogos de Atlanta-1996 e Sydney-2000 (com dois bronzes). Com a seleção masculina, Bernardinho foi campeão olímpico em Atenas-2004, prata em Pequim-2008 e Londres-2012.

Fonte: O Globo

 

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