Descaso – Obras de creches foram abandonadas por Von
Em Janeiro de 2015, a prefeitura de Santarém divulgou para população que o Município iria construir 21 creches. De lá para cá, pouco se viu em termos de obras. A unidade tida como prioridade da gestão de Von, era a construção da creche do bairro do Santana.
A obra situada na Rua Planalto iniciou com todas as pompas, e os moradores acreditaram que finalmente a demanda antiga seria atendida. Hoje, infelizmente, quem passa pelo local se depara com uma triste realidade. O projeto orçado em mais de um milhão de reais, está completamente abanado e entregue às traças. Com a grande parte da estrutura física concluída, a unidade que deveria abrigar crianças, está servindo de antro de perdição e quartel de pessoas mal intencionadas.
“Estudo de noite, e para chegar em minha casa, tenho que passar em frente à obra. Por muitas vezes tive que dar uma volta no quarteirão, pois o local está completamente entregue aos marginais. Tenho muito medo. Então, eu peço para as autoridades de nosso Município, que tomem uma iniciativa antes que algo de mais grave aconteça”, desabafa a estudante Jaqueline Santos.
Os moradores contam, ainda, que no local utilizado para construção era uma importante área de lazer para eles. “Aqui existia um campinho de futebol, onde os moradores, e principalmente as crianças do bairro podiam brincar sem correr risco de serem atropelados. É claro que abrimos mão devido à importância da educação. Porém, estamos completamente decepcionados com essa situação. O dinheiro público indo pelo ralo, e os moradores sem o campinho e sem a creche”, diz o trabalhador autônomo João Assis.
Outra obra que se arrasta há pelo menos quatro anos, é a construção da creche do bairro da Matinha, orçada em mais R$ 600 mil. No espaço, centenas de crianças deveriam ser atendidas. Hoje, o serviço da creche no bairro é oferecido em um prédio alugado pela Prefeitura.
Os moradores relatam, que desde o início da obra, por várias vezes ela foi paralisada e retomada. “Enquanto essa obra está enrolada, nossas crianças são obrigadas a frequentar um ambiente improvisado, sem espaço adequado. Crianças dessa idade aprendem com lúdico, e por mais que os professores se esforcem, o processo fica deficiente. Queremos a creche funcionando no espaço que está sendo construída. É nosso dinheiro que está lá”, afirma a mãe de uma criança atendida na creche improvisada.
PROMESSAS E MAIS PROMESSAS: Em janeiro de 2015, a prefeitura de Santarém divulgou que a cidade ganharia 21 novas creches para beneficiar a área urbana e a zona rural do Município. Na época, o prefeito Alexandre Von, acompanhado da secretária de Educação Irene Escher e do secretário de Infraestrutura Edilson Pimentel, visitou a creche, padrão MEC, que está sendo construída no bairro do Amparo, na grande área do Santarenzinho. Incluindo o bairro do Amparo. “Nós já estamos executando três obras nos bairros Santo André, Matinha e na vila de Alter do Chão, que pretendemos concluí-las e equipá-las para abrir as suas portas ainda durante o primeiro semestre desse ano. No final do ano passado, nós assinamos um contrato para a construção de mais 18 creches, não só na área urbana, mas em sedes de distritos densamente povoados como: Curuai, Parauá, Cipoal e Boa Esperança”, informou na época o prefeito Alexandre Von. Segundo a nota divulgada pela Prefeitura, o Município havia iniciado a construção de seis das 18 novas creches contratadas nos bairros de São Cristóvão, Santana, Jutaí, Área Verde, Ipanema e no bairro do Amparo, que é a obra mais adiantada, com um estágio de 46% de sua estrutura concluída. “Nesta área onde está construída a creche do Amparo funcionou por muito tempo uma Usina de Asfalto e desde sua desativação, a área estava sem uso. A própria comunidade reservou o espaço e deu uma excelente destinação”, observou Von. A área construída da creche no bairro do Amparo, tipo B, é de quase 1000 m². Ela contempla 8 salas pedagógicas, bloco administrativo, refeitório, banheiros e área para lazer. O investimento total é de R$ 1.871.374,01, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Por: Edmundo Baía Junior