Conselho Tutelar combate exploração sexual infantil em Alter do Chão
José Quaresma, conselheiro tutelar na vila balneária, diz que trabalho será intensificado nas férias.
Com aproximação do período de férias, onde o fluxo de visitantes costumam aumentar na Vila de Alter de Chão, o trabalho preventivo do Conselho Tutelar 3 terá um papel mais importante ainda, porém, a falta de recursos acaba sendo um dos principais obstáculos para o desenvolvimento das atividades.
De acordo com conselheiro tutelar José Quaresma, os casos de conflitos familiares têm índices elevados. Tais ocorrências são a base para outras, como abandono e fuga do lar.
“Para ter uma ideia, com o orçamento de 2016, nós do Conselho Tutelar de Alter do Chão, há pelo menos dois meses não estamos podendo atender a demanda. Hoje noventa por cento é da região de rios, Tapajós, Arapiuns e Arapixuna, nós não estamos averiguando denúncias que estão acumulando, porque, a Setrans suspendeu o transporte de lancha para que pudéssemos ir aos locais. Ultimamente estão acontecendo muitos conflitos familiares. Adolescentes em fuga, adolescentes que vão para a praia consumir bebidas alcoólicas, alguns utilizam substâncias entorpecentes, e em consequência disto vem a questão da prostituição, que não tem como acontecer, quando o adolescente se expõe a esse risco. Nós estamos sempre realizando serviços de prevenção, pedindo apoio dos pais, porque a responsabilidade é deles. Às vezes, o adolescente sai de casa, os pais não sabem nem para onde vão. Então, a gente cobra muito essa responsabilidade dos pais. Quando nós recebemos uma denúncia, a gente chama a Polícia Militar, que sempre tem nos dado apoio, para verificarmos a situação.
DROGA & PROSTITUIÇÃO: Sem estatística oficial, moradores da Vila Balneária acompanham com bastante preocupação o aumento da vulnerabilidade de crianças e adolescentes. Alguns residem na comunidade, mas outras moram em Santarém, e se deslocam para Alter do Chão.
“Nós temos informações, em relação à questão da bebida alcoólica na praia. Os adolescentes vão e levam bebida para consumir lá. No Conselho Tutelar, nós não temos recebido denúncias de prostituição ou outra coisa relacionada. Mas sabemos que isso acontece, seriamos ingênuos em pensar que não acontece, que no meio de grupos de adolescentes sempre tem aqueles que se envolvem com a prostituição” informa o conselheiro.
PRESENÇA DE ESTRANGEIROS: Outra preocupação dos comunitários é a presença cada vez mais frequente de estrangeiros vindo de várias partes do mundo. Influenciados por essas pessoas, as crianças e adolescentes da vila acabam ficando mais expostas ao perigo. A época dos cruzeiros internacionais também é motivo de alerta.
“Essa época em Alter do Chão existe a temporada de navios, dos cruzeiros internacionais. Nós temos o apoio da comunidade, mantemos contatos com eles, solicitando que eles possam coibir essa prática, ou seja, não permitir que adolescentes se exponham indo até os navios. Por enquanto não temos nenhuma denúncia, mas se vier acontecer, nós iremos proceder dentro das nossas atribuições”, explica José Quaresma.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto