Cel. Tomaso: “Polícia não defende bandido, mas sim a sociedade”
Comandante do CRP-I fala sobre a atuação da Polícia Militar
Depois da grande repercussão sobre a operação policial no município de Pau D’Arco, região sudeste do Estado, onde 10 pessoas morreram, nossa reportagem entrevistou o Coronel da Polícia Militar, Héldson Tomaso, comandante do Comando de Policiamento Regional I (CPR-I), que avaliou o ocorrido.
Para ele, antes de qualquer posicionamento, é necessário aguardar as investigações. Porém, critica aqueles que se aproveitam da ocasião para denegrir a imagem das forças de segurança.
“Antes de tudo, vale ressaltar que era uma missão legal, cumprimento de mandados, uma missão integrada entre Polícia Civil e Polícia Militar como geralmente são feitas. Em nossa região nós fazemos inúmeras dessas, então, é uma missão legal, é a investigação que vai dizer como de fato ocorreu. As pessoas que estavam lá estavam armadas, muitos daqueles armamentos são fuzis 762, que era muito utilizado por nós, trata-se de um fuzil de um impacto tremendo, realizado por nós inclusive em defesa de roubos a bancos, existem filmagens de pessoas armadas, ameaçando pessoas com pistolas. Então, tudo tem de ser levantado para ver como as coisas aconteceram, mas de fato as informações que temos é que eram pessoas armadas que estavam lá, houve uma reação e a reação desencadeou toda essa situação. Lógico, como falei anteriormente, a Polícia Militar está se preparando cada vez mais para o futuro, para uma criminalidade que está evidente em todo o País, não só o nosso Estado, mas o País inteiro. Nós treinamos os policiais para que eles tenham mais segurança ao fazerem uso da sua arma, para que tenham melhores condições de atuar diante do cidadão, junto à comunidade, mas nós esperamos sempre que não haja reação. Quando há reação sempre pode acontecer transtornos como esses, e só as investigações vão poder dizer como de fato as coisas ocorreram em Pau D’Arco”, diz o comandante.
Questionado sobre a sua visão em relação aos julgamentos antecipados, em especial de grupo de direitos humanos, que se utiliza de termos, tais como: massacre, chacina e etc., e desta forma criminalizam a Polícia, a real defensora da sociedade, ele afirma:
“Trabalhamos muito nas questões de ruas, sabemos que os fatos se desenrolam em questão de segundos e em segundos a situação se transforma. O policial sai diariamente de sua casa, deixa sua família, para combater a criminalidade. E por vezes, essa árdua missão é colocada em xeque. Portanto, somos totalmente contrários a esse tipo de manifestação, porque nenhuma pessoa dessas tem o direito de julgar o que aconteceu ali. A Polícia Militar para se ter uma ideia, só em 2017, já cumpriu 11 mandados de reintegração de posse, em todos eles com o maior profissionalismo possível. Realizamos inúmeras operações junto à Polícia Civil em mandados de busca e apreensão como esses que foram feitos lá, alguns deles nós tivemos reação, em outros tivemos baixas do outro lado, mas imputar responsabilidades ao dizer que uma chacina por não ter ocorrido nenhuma baixa com relação à Polícia Militar, este tipo de colocação é um absurdo. Somos pais de família, estamos dentro da sociedade. Nós não treinamos um policial militar para ir em uma investida como essa, onde estamos passíveis de qualquer reação, para levar tiros. Não podemos afirmar que em toda operação teremos baixa de policiais, isso é um absurdo. Muito pelo contrário, temos que nos preparar para resguardar a vida do cidadão. A Polícia Militar é defensora da sociedade, estamos ali para defender o direito que foi legalmente colocado pelo Poder Judiciário, então, não existe a possibilidade de querer colocar as instituições, tanto Civil, como Militar numa situação difícil. Muito pelo contrário, estamos na ativa todos os dias, quando qualquer pessoa precisa da gente, seja um defensor dos direitos humanos ou um cidadão comum, o mais humilde que seja, quando precisa da gente, a Polícia Militar está ali para defendê-lo. Quem está lá não é o invasor ou um meliante, quem está ali para defender é o policial militar e quantas inúmeras ações nós fazemos em benefício desse cidadão, e querer nos julgar, quando só quem vai realmente ditar como as coisas aconteceram será a investigação. Agora o que não pode acontecer diante disso é manchar o nome de uma instituição e pessoas sem saber como de fato as coisas aconteceram. Nós pensamos às vezes, como seria a reação de uma que faz esse tipo de colocações, caso estivesse nesse tipo de situação, o que dirá a pessoa que está ali recebendo tiro, o que ela poderá fazer em uma situação como essa. Existem vários exemplos citados em estudos, pesquisas e livros que mostram que não é bem assim, cada ação corresponde a uma reação. Volto a dizer, somos uma instituição secular, estamos prestes a completar 200 anos com inúmeras ações positivas para sociedade, é inadmissível que uma pessoa venha de qualquer lugar, sem nunca conhecer uma realidade ou que está acontecendo naquele meio e afirmarem que foram ações erradas. Vamos apurar os fatos através das investigações, as polícias Militar e Civil estarão sempre a postos para sociedade”, expôs Coronel Tomaso.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto