Pará é o 2º Estado que mais mata policiais no Brasil

Agentes da segurança pública também estão vulneráveis à criminalidade

Levantamento feito pelo DIÁRIO DO PARÁ mostra que o Estado está na segunda posição entre os que mais matam Policiais Militares no país, com 29 mortes até os primeiros dias de agosto, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, onde o número de PMs que perderam a vida chega a 97. Mas a situação no Pará fica ainda pior quando entra na conta as mortes de policiais civis, guardas municipais e agentes prisionais: o número salta para 40 mortos.

Muitas delas quando os policiais estavam de folga, com suas famílias ou a caminho do trabalho. Oficialmente, a Secretaria de Segurança Pública informou em uma reportagem publicada na semana passada no jornal O Globo, que o número de policiais militares que perderam a vida no Pará chegava 15. Mas a realidade mostra que a ausência do estado na Segurança Pública mata e fere também aqueles que são recrutados para garantir o bem estar da população paraense.

Vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militar do Pará, o Cabo Manoel Campelo afirma que o governo Jatene “virou as costas para o Estado do Pará”.“Estamos há anos registrando em documentos a situação da segurança pública no estado, A falta de investimento do governador (Simão Jatene) na segurança pública é preocupante. Temos mais de 8 milhões de habitantes e um efetivo nas ruas que chega a 10 mil policiais militares. Sobe para 14 mil, pelos números oficiais do Estado, contando os que atuam na área administrativa. Temos uma lei que garante o aumento do efetivo para até 31 mil policiais. Mas o governo não cumpre. Enquanto isso o crime organizado se estabelece no estado e a polícia morre”, diz ele.

Associação cobra a vinda da Força Nacional

O vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados ainda ressalta que se o estado tivesse interesse em investir na segurança pública de fato, não seria necessário pensar na chegada da Força Nacional no estado. Mas, hoje, essa seria uma forma encontrada para ajudar a conter a onde de crimes no Estado. “A Força Nacional talvez não fosse necessária, mas diante do fatos o governador poderia deixar a vaidade e solicitar ajuda. Mas isso depende de uma decisão dele. Por enquanto o marketing dele vai ser esse concurso público”, afirma o Cabo Campelo.

Pablo Farah , vice presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará e investigador da Polícia Civil, alerta que o efeitivo da Polícia Civil, hoje de 2.300 policiais não consegue ter um trabalho de inteligência como deve ser feito. Até agosto, três policiais civis foram mortos no estado.

“Não adianta comprar helicóptero viatura nova lancha, se não tem o principal que é efetivo policial sem contar que estamos com uma polícia envelhecida e doente por falta de concurso público regular que preencha nossa necessidade mínima. Temos hoje 2.300 policiais civis e com esse efetivo não conseguimos investigar nada, sem contar no desvio de função. Onde nossos agentes policiais civis acabam fazendo serviço de carcereiro. Portanto precisamos de pelo menos o dobro do efetivo”, diz ele.

Fonte: Erika Ribeiro/Diário do Pará

 

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