Raquel Dodge toma posse na Procuradoria-geral da República, no lugar de Rodrigo Janot

Harmonia entre poderes é requisito para estabilidade da nação, afirma Raquel

A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, tomou posse nesta segunda-feira, 18, e afirmou que a ‘harmonia entre os poderes é um requisito para a estabilidade da nação’. Raquel assume em um momento de conflito entre o presidente Michel Temer (PMDB) e seu antecessor Rodrigo Janot.
O presidente participou da cerimônia. Estiveram na solenidade a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O discurso de Raquel Dodge durou cerca de 10 minutos. Ela assume a cadeira que foi de Janot por quatro anos.

Em discurso sóbrio, Dodge defende harmonia entre Poderes

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez um discurso sóbrio em que destacou tanto o combate à corrupção como as demais atribuições do Ministério Público, como a questão indígena e de direitos de minorias e o meio ambiente. Ela destacou a “harmonia entre os Poderes” como requisito para a estabilidade da nação.
“O papa Francisco nos ensina que a corrupção é uma condição, um estado social e pessoal no qual a pessoa se acostuma a viver. O corrupto não se deixa questionar por nada nem ninguém. Passa a vida buscando atalhos do oportunismo ao preço da sua dignidade e dos outros. A corrupção faz perder o pudor. Zelar pelo bem comum é uma tarefa grandiosa.
É uma tarefa necessária que exige de nós coragem. O país passa por um momento de depuração. Os órgãos do sistema de Justiça têm na harmonia entre as instituições a pedra angular para fazer justiça no caso concreto.”
“O Ministério Público zela pelos direitos de índios e minorias, pela liberdade de religião e de credo. A cada dois anos nos reunimos nesta casa e reafirmamos a esperança de dias melhores e o nosso compromisso de agirmos com unidade de propósito de cumprir o nosso dever constitucional”, disse Raquel Dodge, em seu discurso de posse.
“A harmonia entre os Poderes é requisito para a estabilidade da nação […] Os valores que defenderemos e definirão nossas ações estão na Constituição. Muito trabalho, honestidade, observância do devido processo legal são os atributos da cidadania”, declarou.

Autoridade não está nas pessoas, mas nas leis, diz Temer

“Foi com prazer extraordinário que ouvi que a autoridade suprema não esta nas autoridades constituídas, mas nas leis. Toda vez que há ultrapasse da constituição e da lei, verifica-se o abuso da autoridade. A lei e a maior autoridade do nosso sistemas. A Constituição estabelece que o poder não é nosso, mas do povo”, diz Temer. Para ele, o MP entra “nesse capítulo” que é a “harmonia entre os poderes”
Denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por obstrução judicial e organização criminosa, Michel Temer fez um elogio ao Ministério Público Federal e disse que são “muitos os atributos” da nova procuradora-geral, indicada por ele para o cargo.
“São muitos os atributos que enaltecem a PGR, na medida o que vossa excelência ao lado de seus antecessores fizeram pelo país”, afirmou.

Fonte: Ércio Bemerguy

 

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