KINGSMAN: O CÍRCULO DOURADO – CRÍTICA

KINGSMAN: O CÍRCULO DOURADO

(Kingsman: The Golden Circle)

 

Para produzir a continuação de um filme e sucesso, existem vários caminhos que devemos seguir, mas apenas três são indispensáveis, independente de seu gênero. Primeiramente deve-se fazer algo diferente do primeiro filme, para permanência do elemento “surpresa” algo que pode dar certo, como Rua, Cloverfield 10 (2016). A segunda opção é se manter fiel ao espírito original, mas ao mesmo tempo expandir, acrescentando novos elementos como por exemplo Batman, o Retorno (1992) e O Cavaleiro das Trevas (2008). A terceira forma e fazer uma cópia quase que exata do original. Neste quesito está enquadrado essa continuação.
Eu disse quase! Kingsman: O Círculo Dourado trás a tona todos os elementos que deram certo no filme anterior, na maioria das cenas até soa como uma reedição, principalmente quando falamos em vilões, neste caso vilã e seu plano, extraindo uma subtrama para dar lugar a outra, mas repetindo sua veracidade e até mesmo em cenas completas. É a conhecida estratégia de evitar perder um fã sequer, ao mesmo tempo perdendo a oportunidade de adquirir novos.

Neste filme, assim como o primeiro não encontramos momentos com cenas mais calmas que poderiam até proporcionar o desenvolvimento e evolução de personagens, nos jogando de cara na ação desenfreada logo nos primeiros segundos do filme, Eggsy (Taron Egerton) é um agente da Kingsman em plena atividade. Se no primeiro as engrenagens giravam com a típica história de origem, na qual o jovem delinquente era treinado durante toda a projeção para se tornar um exímio agente secreto, nesta sequência, ele é o protagonista e um espião completo.

Na trama, o mundo foi apresentado a Kingsman – uma agência independente de inteligência internacional operando no mais alto nível de discrição, cujo objetivo final é manter o mundo seguro. Em “Kingsman: O Círculo Dourado”, nossos heróis enfrentam um novo desafio. Quando seu quartel-general é destruído e o mundo é mantido como refém, sua jornada os leva à descoberta de uma aliada organização de espionagem nos Estados Unidos chamada Statesman, apresentando o dia em que ambos foram fundados. Em uma nova aventura que testa a força e inteligência de seus agentes até o limite, essas duas organizações secretas de elite se unem para derrotar um implacável inimigo comum, a fim de salvar o mundo, algo que está se tornando um hábito para o Eggsy. Assim, Eggsy precisa seguir pistas que o levarão direto para a trilha de Poppy, a nova vilã do pedaço, interpretada pela vencedora do Oscar Julianne Moore (Para Sempre Alice), CEO (e psicopata, os dois termos se mesclam numa das piadas do longa) da empresa Círculo Dourado, número 1 no mundo em sua especialidade, venda de todo tipo de droga. Da mesma forma que Samuel L. Jackson possuía um defeito de fala, vestimentas próprias e uma segurança com pernas cortantes, a vilã de Moore tem suas particularidades, como cães robôs, e um apreço quase fetichista pelos anos 1950, o que inclui sua atitude de dona de casa da época.

Para chegar até a vilã, no entanto, Eggsy e Merlin (Mark Strong) precisarão da ajuda dos primos norte-americanos do Statesman, um grupo de caubóis durões, cuja fachada é uma fábrica de bebidas alcoólicas (ao contrário da loja de alta costura britânica), e possui como principais integrantes o líder Champanhe (ou Champ), Whiskey, Tequila e a própria Q deste universo, Ginger Ale, todos nomes de bebidas, interpretados respectivamente por Jeff Bridges, Pedro Pascal, Channing Tatum e Halle Berry. O melhor dos filmes Kingsman são sempre os planos dos vilões, nos quais o diretor Matthew Vaughn exagera preocupações mundiais e as trata como crítica, vide superpopulação ou a guerra contra drogas.

Kingsman: O Círculo Dourado mistura filmes de super-heróis com o cinema de espiões, resultando num produto talvez acelerado demais para os mais velhos. O filme pega um pouco mais leve na ultraviolência que permeou o primeiro, mas continua a exibir cenas ousadas.
O Círculo Dourado perde parte do frescor de sua novidade, apostando em certa repetição para tornar o produto reconhecível aos fãs. Por fim, tudo isto faz da continuação uma obra voltada exclusivamente para o entretenimento. Eu gostei, é diversão garantida. Minha nota 7,0!

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DICAS NETFLIX

FOME DE PODER

(The Founder)

Ray Kroc (Michael Keaton, de “Birdman“) é um vendedor que tenta de tudo para colocar seus produtos na praça, desde camas dobráveis a multiprocessadores de milk shakes. Em uma de suas tentativas, começa a negociar com dois irmãos, Mac (John Carroll Lynch, “Jackie“) e Dick (Nick Offerman, da série “Fargo“), os verdadeiros criadores do McDonald’s e de toda a logística da empresa que dura até hoje. Encantado com o achado, Kroc passa a entrar cada vez mais no negócio a ponto de torná-lo mais dele do que dos próprios criadores, pouco a pouco eliminando os dois da rede, transforma a marca em um gigantesco império alimentício. Minha nota 7,5.

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