Delegado se destaca no combate à criminalidade na região da Calha Norte
Delegado Jaime Paixão está atuando nos municípios de Faro, Terra Santa e Juruti
Três anos e seis meses de árduo trabalho dentro de uma região cercada por desafios, onde se localizam rios, lagos, furos, igarapés e vasta floresta, levaram o delegado Jaime Paixão a se destacar, na Polícia Civil, na Calha Norte. Ele atua nos municípios de Faro, Terra Santa e Juruti, onde a falta de logística, segundo ele, dificulta o trabalho de atuação dos órgãos de segurança, porém, com eficiência e apoio da Polícia Militar, o Delegado afirma que conseguiu reduzir a criminalidade, na Calha Norte.
“Temos trabalhado em parceria com nossos irmãos da Polícia Militar e conseguimos uma efetividade muito grande. Reduzimos o número de crimes que ocorriam nesses municípios, principalmente furtos. Fizemos um trabalho efetivo em cima dessas pessoas que estavam contumazes em cometer furtos e, isso deu um resultado bastante positivo”, afirma o delegado Jaime Paixão.
Prisões e apreensões também estão acontecendo na Calha Norte. O Delegado lembra que em abril deste ano foi feita uma grande operação de combate ao tráfico de drogas, em Terra Santa. Durante a operação foram presos um homem e uma mulher, de 32 e 26 anos, no bairro Cidade Nova. Com eles os policiais encontraram papelotes de droga dentro de um macaco de pelúcia. A Polícia também apreendeu na casa onde estava o casal, trouxinhas de cocaína e maconha, arma de fogo, frascos de morfina (substância com alto teor analgésico), além de celulares, quantia de R$ 1.296 e três motocicletas, que possivelmente foram usadas no tráfico de drogas.
Logo em seguida, de acordo com o delegado Jaime Paixão, ocorreu outra operação que resultou na prisão de 8 pessoas envolvidas com furtos e receptação. “Isso aí deu uma grande redução nesses crimes nessa região imensa. Essa imensidade dificulta um pouco o nosso trabalho, por não termos apoio logístico daquilo que seria necessário, uma vez que contamos com apenas uma viatura neste local, mesmo assim, nos desdobramos nesse combate à criminalidade”, confirma a autoridade policial.
POLÍTICA DE COMBATE À CRIMINALIDADE: Contando com vasta experiência na área de segurança pública, o delegado Jaime Paixão revela que “tem observado uma questão interessante, que a política de combate à criminalidade tem sido mais uma política de governo e não uma política voltada à criminalidade, uma vez que as polícias estão integradas ao Poder Executivo”.
Para ele, isso deverá ser repensado. “Uma vez que a Polícia Investigativa, que é a Polícia Judiciária, deveria ter uma maior independência, para poder investigar efetivamente esses crimes. Os policiais militares, que são aqueles que estão na linha de frente no combate aos crimes, deveriam ter prerrogativas, que não os fizessem reféns dos criminosos, mas que pudessem combater de cabeça erguida esses criminosos”, diz o delegado Jaime Paixão.
LOGÍSTICA: Para melhorar a logística de trabalho, o delegado Jaime Paixão sugere que deve ser feito um trabalho de base, sistemático, com uma política criminal e não uma política de governo. “Algumas pessoas têm a falsa impressão que contratando mais policiais e construindo mais delegacias e presídios a criminalidade tende a diminuir, porém, nesse caso vamos aumentar o índice de prisões e a criminalidade não vai diminuir”, observa.
Segundo o delegado Jaime Paixão, para que possa ter um trabalho efetivo de combate à criminalidade tem de haver integração entre as ações de segurança pública, esporte, lazer e saúde. “Deve ser feito um trabalho preventivo, uma vez que a repressão tem falhado muito, principalmente quando verificamos o nosso sistema penal, que é extremamente deficitário”, analisa.
RESSOCIALIZAÇÃO: Quando há prisões nos municípios da Calha Norte, de acordo com o delegado Jaime Paixão, os presos ficam um determinado tempo nas delegacias locais, onde tão logo haja vaga no Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura (CRASHM), eles são transferidos para Santarém, onde a casa penal se encontra superlotada.
“Então, sabemos que para a ressocialização do preso fica muito complicada. Isso faz com que o índice de criminalidade não diminua, independente da contratação de mais profissionais e a construção de prédios. O Presídio de Santarém já está superlotado e, isso afeta na problemática da ressocialização dos detentos”, adverte.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto