Jogos Mortais – Jigsaw – Crítica
Jogos Mortais – Jigsaw
(Jigsaw)
No ano de 2004, foi lançado o primeiro “Jogos Mortais”, que entregou uma trama inovadora e pra lá de mirabolante para o gênero, foi considerado por muitos um genuíno clássico de terror moderno. Mesmo utilizando poucos elementos e recursos financeiros, conseguiu chocar o público com cenas marcantes e agonizantes, sem falar da reviravolta final assustadora e surpreendente que até hoje, quando escuto a trilha sonora tocada no momento ápice, ainda me dá calafrios. Trata-se da primeira grande produção e direção do visionário diretor James Wan, que a partir daí se tornou um mestre do terror nos entregando franquias como “Invocação do Mal” e “Sobrenatural”.
Filmes de sucesso de bilheteria e de crítica costumam render continuações e pelo fato da Lionsgate, produtora do filme ter arrecadado milhões ao redor do mundo através de um filme que custou tão pouco, foi dado o gride de largada para sequências sendo que no ano seguinte aconteceu a estreia de “Jogos Mortais 2” trazendo mais personagens, mais mortes, mais sangue, lamentavelmente com menos genialidade. A premissa sempre foi interessante, “na trama de John Kramer, o paciente terminal que decide fazer as pessoas valorizarem a própria vida através de um jogo mortal”, história que foi destrinchada através de sete filmes que arrecadaram impressionantes US$ 820 milhões em bilheterias no mundo todo que inclusive está presente no Guinness Book como a “Franquia de terror de maior sucesso” de todos os tempos.
À medida em que cada filme era lançado, era nítida e notória a queda na qualidade da franquia, aliás para mim só funcionou mesmo até o terceiro filme sendo que o primeiro é incontestavelmente o melhor, então começou a apresentar sinais de decadência, sendo “finalizada” com o fraquíssimo “Jogos Mortais – O Final”.
Depois de sete anos, a Lionsgate traz à tona o oitavo filme da franquia “Jogos Mortais – Jigsaw”, colocando o projeto nas mãos dos irmãos Michael e Peter Spierig que dirigiram o ótimo “O Predestinado” (Predestination, 2014) com a responsabilidade de dirigir o novo filme e trazer um novo gás à franquia. Na trama de “Jogos Mortais – Jigsaw”, vários corpos surgem, cada um tendo encontrado uma morte unicamente horrível. À medida que as investigações começam, todas as evidências apontam para um homem: John Kramer o famoso JIGSAW. Mas como isso poderia acontecer? O homem conhecido como Jigsaw está morto há mais de uma década! Teria um aprendiz assumido o manto do Jigsaw, ou alguém que está comandando as investigações? O elenco conta com Matt Passmore, Hannah Emily Anderson, Laura Vandervoort (Supergirl) e Paul Braunstein, as novas vítimas das armadilhas do Jigsaw. O ínicio se desenrola muito bem, apresentando novas vítimas sendo assassinadas de maneiras brutais dentro de um covil, com cenas extremamente sangrentas que vão alegrar aos fãs dos filmes de terror. Algumas das armadilhas são geniais, e conseguem trazer a angústia e desespero dos três primeiros filmes da saga por isso a classificação indicativa desse filme é para maiores de 18 anos.
Em fim, “Jogos Mortais – Jigsaw” promete agradar aos fãs da franquia pela nostalgia, e aos fãs do gênero terror pelas cenas brutais e violentas, mas para ser sincero, não vi nada de diferente, os textos são básicos e preguiçosos, história batida, acredito que se fosse melhor abordada tinha condições de alcançar o patamar do primeiro, mas infelizmente não se destaca entre os outros filmes da franquia. Minha nota: 5,0!
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DICAS NETFLIX
SEM RETORNO
(Selfless)
Um milionário com uma doença terminal é submetido a uma operação para transferir sua consciência ao corpo de um homem jovem e sadio. Com o passar do tempo, o jovem descobrirá a origem de seu novo corpo e da organização que tornou isso possível. Estrelado por Ryan Reynolds (Deadpool, A Proposta), o ganhador do Oscar Ben Kingsley (A Lista de Schindler) e Mattew Goode (O Jogo da Imitação; Watchmen: O Filme).
O tema de troca de corpos de vez em quando dá as caras pelos filmes e não é de hoje, mas o diretor Tarsem Singh (“Espelho Espelho Meu”) traz uma abordagem inovadora sobre uma conspiração envolvendo esse tipo de ciência. O melhor é que ao invés de já mergulhar na ação, o roteiro dá tempo para o espectador ter afinidade com o personagem e entender todo o contexto que os envolve, o que cria uma preocupação tanto com o protagonista Damian quanto o “habitante” original do seu novo corpo. Além disso, a história vai deixando claro que algum tipo de decisão terá que ser tomada e alguém sacrificado, tornando o protagonista uma espécie de anti-herói em seu próprio corpo. “Sem Retorno” não tem e nem precisa de um desfecho fora do normal para ser considerado um ótimo exemplar de ação que pega uma premissa batida e a coloca em um novo nível. Minha Nota 8,5!
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Os diretores Michael e Peter Spierig trazem um toque diferente para o mise-en-scène, tirando a paleta azul e escura dos filmes anteriores da franquia e criando cenas assustadoras à luz do dia, algo inovador e bastante interessante. Os filmes de terror evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram, e em O Conto acho que conseguem muito bem. O filme foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de horror que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente.