Cabanos x Vikings: comunidades prejudicadas pela Hydro voltam às ruas de Barcarena

A banda de rock A-HA já não faz sucesso há tempos em Barcarena

Em busca de respostas e soluções para os graves crimes ambientais que há anos vem sofrendo – poluição do ar, das florestas, rios e igarapés – e com fortes repercussões na saúde de todos, comunidades de Barcarena voltam às ruas do município nesta manhã de segunda-feira, ocupando a frente das instalações da multinacional norueguesa Norks Hydro e da prefeitura de Barcarena.
Não há dúvida, para a população vítima desses crimes, sobre a existência de um conluio entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), órgão do governo estadual, o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e o prefeito Antônio Carlos Vilaça, que também é grande empresário e vendedor de serviços, para favorecer as multinacionais que há tempos transformaram Barcarena na “Cubatão da Amazônia”. Há suspeita de que Vilaça mexeu no plano diretor de Barcarena para ajudar sua cliente, Hydro.
O papel da Semas é bem claro: ela nada fiscaliza na Hydro e ainda fornece licenças graciosas para dar ares de legalidade a uma empresa que usa e abusa dessas facilidades para atropelar os direitos das comunidades e suas esperanças numa vida melhor. Chega a ser vergonhosa a atitude da Semas, que deveria zelar pelo interesse público, mas se comporta como se fosse um “puxadinho” dos reis da Noruega.
O Iterpa faz igual ou pior. Utiliza o órgão fundiário para ajudar a empresa viking, coagindo famílias que sempre viveram nas terras que a Hydro diz serem suas. Na verdade, quem se dizia a dona de tudo era a Vale – para variar -, mas foi ela quem repassou as terras para a Hydro. Há documentos falsos em que se baseou o órgão para favorecer a multinacional, como o Ver-o-Fato provará em outra matéria.

Além de agentes e empresas públicas que atuam a seu lado, sob o discurso hipócrita e matreiro de que a Hydro traz “progresso e desenvolvimento” para o Pará, gerando emprego e renda com seus impostos – como se isso justificasse a contaminação do ar, dos rios e os olhos vendados da fiscalização e do respeito às leis brasileiras – a gigante norueguesa ainda tem como aliada a banda de rock A-HA, que associou sua imagem à da empresa que pratica crimes ambientais em Barcarena.

O rock da poluição

A-HA aparece numa propaganda bonitinha, mas ordinária, que está no horário nobre das TVs de Belém. Morten surge ao lado de pessoas do povo, andando de barco, cantando as maravilhas da Hydro. A propósito, A-HA em norueguês quer dizer algo que causa espanto, surpresa, estupefação. Muito apropriado para a atuação da Hydro no município.
Enfim, os protestos de hoje das 60 comunidades de Barcarena somam-se à saga de um povo que não suporta mais as humilhações impostas por forasteiros  endinheirados que agem com a arrogância e brutalidade de seus ancestrais vikings. Terão pela frente um páreo duro, de gente movida pelo espírito dos cabanos, como em 1835.
A guerra em Barcarena, infelizmente, terá outros capítulos. Fora dos fóruns judiciais, onde a Hydro já é processada. Mas, tanto nas cortes de justiça, como nas ruas, é uma guerra de Davi contra Golias.
Apenas para ficar na metáfora bíblica.

Fonte: Ver-O-Fato

Um comentário em “Cabanos x Vikings: comunidades prejudicadas pela Hydro voltam às ruas de Barcarena

  • 18 de dezembro de 2017 em 21:54
    Permalink

    Investir no Pará…. tsc.. tsc.. olha o pensamento destes caras. Peixe, rede, bolsas esmolas. São miseráveis também de conhecimento. Quando a Hydro causou algum mal e onde?

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *