Pesquisa do Sebrae aponta que consumidor está mais cuidadoso com os gastos de fim de ano
Segundo estudo, consumidores diminuíram a quantidade de presentes de 5 para 4. A população também está esperando a segunda parcela do 13º salário para de fato ir às compras. Especialistas dão dicas de como usar dinheiro.
Uma pesquisa do Sebrae aponta que o comportamento dos consumidores mudou neste Natal. A população está pensando mais na economia neste fim de ano para não começar 2018 com muitas dívidas. A população também está esperando a segunda parcela do 13º salário para de fato ir às compras.
Fernando Braga, por exemplo, explica que pesquisa bastante os valores dos presentes no shopping e que a procura dura mais de um dia. “Eu sempre venho primeiro no shopping dar uma pesquisada. Se no dia seguinte for preciso ir ao comércio pra ver os valores antes e depois fazer as compras, eu vou”, diz.
Segundo a pesquisa, os consumidores estão em busca cada vez mais de palavras específicas como promoção, oferta e desconto. Mas os clientes estão cada vez mais espertos para elas não serem sinônimo de armadilha. “A gente tem que entrar pra ver se realmente tem oferta, porque é só enganação”, diz a consumidora Kamili Vitória.
Outra novidade apontada pelo estudo é que os consumidores diminuíram a quantidade de presentes de 5 para 4. “Eu saí agora de uma loja e encontrei um celular cem reais mais em conta”, diz um consumidor que não quer pagar caro no presente.
MELHOR FORMA DE APLICAR O 13º
Especialistas em economia alertam que é preciso avaliar bem a melhor forma de aplicar esse dinheiro extra. O economista e coordenador do MBA Perícia & Auditoria Econômico-Financeira do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG) Marcus Antônio Teodoro Batista dá algumas dicas valiosas:
1 – É apenas uma vez ao ano!
Marcus faz questão de frisar que essa gratificação só é garantida uma vez ao ano e, por isso, é preciso muita inteligência e consciência para saber investir o dinheiro da melhor forma possível.
2 – Priorize o pagamento de contas altas
Para começar o ano mais tranquilo, é importante utilizar parte do 13º no pagamento de contas de valores altos, bem como de dívidas adquiridas com o cheque-especial, cartão de crédito e empréstimos.
3 – Invista também nas festas de fim de ano!
Pagar dívidas é importante demais, mas convenhamos que investir nas festinhas de fim de ano também tem sua relevância! Seja para comprar um presente de amigo oculto, uma roupa nova ou ajudar naquelas comprinhas para o cardápio da ceia. Destinar uma parte do 13º para esse objetivo é até animador.
4 – Não exclua 2018 do planejamento!
Marcus explica que é importante poupar, pelo menos, 20% do dinheiro para funcionar como uma reserva financeira. Nesse sentido, as chances de entrar no novo ano já com empréstimos ou com a carteira zerada diminuem muito.
5 – E por que não garantir o 14º salário?
Essa dica é valiosa! Pode ser que você nunca tenha pensado nisso, mas se programar durante todo o ano para, ao fim dele, ter a garantia de um 14º salário pode ajudar na sua organização financeira. Segundo Marcus, se o cidadão poupar 8% de seu salário ao mês, durante todo o ano, em dezembro ele terá uma reserva líquida, similar ao benefício pago pelas empresas.
DÚVIDAS RECORRENTES
O especialista explica que o 13º salário foi instituído no ano de 1962 por meio da lei nº 4.090/62, mantida pela constituição Federal de 1988. Apenas os trabalhadores enquadrados no regime celetista, aquele regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), têm direito ao 13º. Marcus também cita os servidores públicos como beneficiários. Aposentados e pensionistas do INSS também recebem.
Esse direito só é garantido a partir de 15 dias de serviço. Neste caso, o dinheiro será proporcional ao tempo trabalhado. Para aqueles que já trabalham há um ano na empresa, o 13º terá valor de um salário.
Para calcular o valor a ser recebido, divide-se o salário integral do trabalhador por doze e, depois, multiplica-se o resultado pelo número de meses trabalhados. É importante lembrar que as horas extras, adicionais noturno e insalubridade e comissões adicionais também entram nesse cálculo.
Ainda segundo o professor, o pagamento é dividido em duas parcelas. A primeira deste ano foi paga no dia 20 de novembro e a segunda deverá ser efetuada até o dia 20 de dezembro. Marcus ainda explica que esse parcelamento é adotado para não pesar a folha de pagamento das empresas. Caso a data máxima caia no fim de semana ou em feriado, o empregador deve antecipar o pagamento para o último dia útil anterior.
Fonte: RG 15/O Impacto e Luiz Cláudio Fernandes/Sebrae