Faleiro rebate crítica e diz que PT implantou Ufopa em Santarém

Deputado faz contraponto a textos divulgados nas redes sociais

Toda polêmica envolvendo o processo de aquisição do Seminário São Pio X pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), trouxe à tona uma série de debates envolvendo grupos diversos, que acabaram por resvalar, inclusive, na atual gestora da Universidade e seu esposo, o deputado estadual Airton Faleiro.

“Diante de publicações dos perfis no Facebook intitulados ‘Denúncia Política’ e ‘Ufopa Livre’ de Santarém, que envolve de forma prejudicial, indevida e infundada, nosso mandato parlamentar, o partido que sou filiado (PT) e a igreja que pertenço, achei por bem tornar pública nossa resposta”, afirmou Faleiro, acrescentando: “Não procede a acusação de uso político indevido de nossa parte em relação à instituição. Sou parlamentar de quatro mandatos e sempre fui eleito de forma limpa e sem uso indevido de qualquer máquina pública, aliás tive dois mandatos antes da existência da Ufopa. O que fiz foi colocar o prestígio destes mandatos na luta para trazer esta instituição para Santarém e a Unifesspa para Marabá, já que era o Partido dos Trabalhadores, que pertenço, que governava o País e teve a sensibilidade de implantar as primeiras Universidades Federais no interior da Amazônia. Sempre participei dos eventos das Universidades Públicas, Federais e Estaduais, como participo de tantos outros eventos, procuro ser um parlamentar presente para poder melhor representar os interesses da população e das instituições. Independente de quem vier ser nomeado na lista tríplice pelo Ministro da Educação para a reitoria, estarei presente em eventos da Ufopa, sendo convidado, ou não, pois esta é minha prática no parlamento. Só que, daqui pra frente, sem minha esposa na reitoria da Ufopa, o que vai me deixar mais à vontade aos olhos de algumas pessoas que confundiam o meu papel pelo fato de ser seu marido. Aproveito a oportunidade para dizer ao próximo Reitor que não seja refém de grupos e de ideias reacionárias e atrasadas, que queiram trazer para dentro da Ufopa disputas políticas e partidárias, pois a nova gestão vai precisar manter relações institucionais com o conjunto de políticos do Estado do Pará na disputa por recursos públicos em nível Federal. Nosso mandato e a Frente Parlamentar em Defesa da Educação Pública Gratuita e de Qualidade, que somos proponentes na Assembleia Legislativa, vão estar à disposição da nova gestão como esteve da atual. Considero, no mínimo, inconveniente e inapropriado a intromissão sobre possíveis destinações dos recursos adquiridos com a venda do Seminário pela Diocese. Isso cabe estritamente à instituição religiosa, mas me permitam comentar que, se o dinheiro fosse aplicado em benefício da Rádio Rural de Santarém, seria um bom uso por tudo que esta emissora, como tantas outras, presta de serviço social e pastoral ao povo de Santarém e região. Nosso mandato se solidariza com a direção da Igreja Católica e seus fiéis, com a direção superior da Ufopa, de profissionais das duas instituições, bem como do Partido dos Trabalhadores, que estão passando por acusações e insinuações infundadas, por grupos de interesse de natureza corporativa”.

ACUSAÇÃO: Um dos textos que mais repercutiu entre a comunidade acadêmica, sob o título “Raimundinha tenta salvar a Rádio Rural comprando Seminário da Igreja Católica”, divulgado no perfil da rede social facebook, denominado “Ufopa Livre”, estabelece que o processo de aquisição do Seminário, seria uma medida para possibilitar à igreja católica um aporte de capital para salvar a Rádio Rural.

“Não é de hoje que o grupo do PT comandado pela Reitora Raimundinha vem sendo arbitrário e utilizando a Ufopa como trampolim político para seu marido o Dep. Estadual Airton Faleiro e contribuindo para que seus aliados se beneficiassem com os cofres do maior investimento público federal do Oeste do Pará. Airton Faleiro representava a Ufopa em vários eventos oficiais, além de ter espaço cativo nos palanques da Ufopa por todo o Oeste do Pará, disso todos sabem e os registros fotográficos no site da Universidade e do próprio deputado podem assegurar. Agora, entender todo o emaranhado que está por trás da aquisição do Seminário Pio X pelo Ufopa precisa de um pouco de paciência e atenção às motivações políticas e históricas da nossa Magnífica Reitora. Vamos aos fatos: 1. A Igreja Católica já pretendia vender o Seminário há bastante tempo, prova disso foi a visita do futuro reitor Seixas Lourenço às suas instalações, que na época declinou da escolha pelos mesmo motivos de hoje;

2. A Diocese de Santarém possui sob sua tutela uma espécie de Holding com várias empresas ligadas, esta holding chama-se “Obras sociais da Diocese de Santarém”. Nela nenhuma empresa encontra-se em situação de saúde financeira, temos a “Gráfica e Editora Tiagão” que virou depósito de quinquilharias em plena Av. São Sebastião; a “Tv Encontro” que desde sua fundação sempre esteve em déficit financeiro e a “Rádio Rural”, esta é a joia da coroa da Holding; 3. Contudo, a Rádio Rural está tecnicamente falida desde 2013 (dito pelo próprio Dom Flávio Giovenale, a partir do min 10: https://www.youtube.com/watch?v=vgwsIGcmWo4 ); 4. Daí entra a figura da Jornalista Rosa Rodrigues, que foi catapultada de Gerente da Rádio Rural para ser assessora direto da Raimundinha, coincidência? Convenhamos que não;
3. Percebam na fala de Dom Flávio que o primeiro contato da Ufopa com a Diocese para a compra do Seminário aconteceu, coincidentemente, após a ida de Rosa Rodrigues para a assessoria da Magnífica reitora; 6. Há uma luta antiga das rádios Am se tornarem Fm, por motivos óbvios: perda de ouvintes. Esta migração não é obrigatória, porém, extremamente necessária. No entanto, nem todas as emissoras possuem capital para investimento nos equipamentos e adequações necessárias. O governo federal chegou a abrir uma linha de crédito especialmente para isso. (ver: http://agenciabrasil.ebc.com.br/…/governo-discute-credito-p…); 7. A Ufopa não teve a capacidade técnica de gastar algo em torno de R$ 96 milhões de capital em obras. Este valor equivale a 16 Restaurantes universitários e 8 blocos para 3 mil pessoas, ou seja, a solução era apenas gastar os recursos disponíveis, sem conchavos, sem acordos ilegais ou coisa do tipo. Diante do exposto, fica claro que ao apagar das luzes, a equipe da reitoria tenta, mais uma vez, beneficiar um grupo de aliados antigos em prol dos penosos cofres da Ufopa. Em nenhum momento a importância da Rádio Rural ou das obras da Igreja está sendo questionada, muito menos a honestidade de Dom Flavio ou do Conselho Presbítero. O que questionamos é a real motivação desta aquisição. Devemos assumir nossa responsabilidade do combate a qualquer tipo de mau uso dos recursos públicos. Esperamos que o Consad e o Conselho Presbítero possam anular tal decisão”, afirma o texto.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto