Programa Territórios Sustentáveis realiza formação e reunião sobre Turismo de Base Comunitária nas comunidades quilombolas de Oriximiná.
A formação faz parte de uma série de capacitações que serão realizadas visando à promoção do turismo comunitário a partir das demandas das locais.
No período de 18 a 20 de dezembro, o Programa Territórios Sustentáveis realizou nas comunidades quilombolas da Tapagem, São Joaquim e Pancada, no município de Oriximiná (PA), na Calha Norte, a primeira oficina de formação e reunião de esclarecimento relacionada ao turismo de base comunitária. Na Tapagem, a oficina de formação foi direcionada aos moradores que já participaram da reunião de esclarecimento, realizada em setembro. A oficina de formação é o segundo passo para a preparação da comunidade que aposta já em 2018 poder receber a primeira turma de turistas. Nas comunidades de São Joaquim e Pancada a atividade foi voltada ao esclarecimento sobre este modelo de turismo comunitário.
Atualmente mais de 60 famílias compõem a comunidade da Tapagem, famílias que tem como fonte de renda a agricultura, a pesca, a pecuária e o extrativismo a partir da extração de óleos, como a copaíba. “Com o turismo a gente espera fortalecer a comunidade de modo geral onde os próprios moradores poderão além de trabalhar na comunidade buscar outros meios já que com o certificado há a possibilidade de conseguir um emprego fixo até mesmo fora da comunidade”, relatou o comunitário Aldo Souza Pita que ressaltou a importância dos cursos de piloteiro, culinária e guia em turismo, como novas fontes de conhecimento para todos.
Segundo a turismóloga, Ana Gabriela Fontoura, diretora da Estação Gabiraba, a ideia é a comunidade construir uma proposta de turismo como ferramenta que possibilite melhorias de qualidade de vida para a população local. “É essencial que o movimento parta da comunidade para que o turismo se desenvolva com autonomia e possamos alcançar nossos objetivos, que são: o fortalecimento da organização comunitária, a valorização cultural e ambiental e o incremento da renda com a diversificação das atividades produtivas dos moradores.”
A partir da primeira capacitação será possível conhecer as potencialidades; formatar e consolidar roteiro; realizar cursos voltados ao atendimento ao turista, incluindo a culinária; realizar intercâmbio em comunidades que já estabeleceram o turismo de base comunitária e programar a primeira turma experimental de visitantes, além de promover a integração e interação com outros eventos voltados ao turismo.
Na comunidade da Pancada, no Território Quilombola do Erepecuru, os moradores tanto da Pancada quanto de São Joaquim, participaram de uma reunião explicativa sobre o turismo de base comunitária, uma atividade que eles já possuem conhecimento devido um dos seus maiores atrativos naturais, a Cachoeira da Pancada. “O turismo comunitário pode ser mais uma alternativa de renda para a comunidade, uma vez que possibilita a participação direta e indireta de todos os moradores, e o mais importante, o envolvimento de toda a comunidade”, frisou Eli Franco, coordenador de campo do Programa Territórios Sustentáveis no eixo Desenvolvimento Econômico.
O Programa Territórios Sustentáveis é uma iniciativa da Agenda Pública, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com apoio financeiro da Mineração Rio do Norte (MRN) que tem por objetivo contribuir para a consolidação de um desenvolvimento sustentável dentro dos territórios de Faro, Terra Santa e Oriximiná por meio dos eixos, Desenvolvimento Econômico, Gestão Ambiental, Gestão Pública, Capital Social e Quilombolas.
Fonte: RG 156/O Impacto e Martha Costa