Crise em Itaituba – Fábrica de cimento dá férias coletivas
Para o vereador Peninha, estas férias coletivas para os funcionários da CAIMA, como é conhecida a fábrica, representa retrocesso para o Município
O anuncio de férias coletivas dos funcionários da fábrica de cimento Nassau, Grupo João Santos, em Itaituba, pegou de surpresa a todos. Que a fábrica vem enfrentando dificuldades para se manter funcionando já se sabe anos atrás, porém, as férias coletivas chamaram a atenção das autoridades de Itaituba.
O vereador Peninha foi o primeiro a se manifestar. Preocupado com a crise que vem se arrastando desde 2015 naquela fábrica, o edil entrou em contato com representante do Grupo em Belém, mas não obteve as informações necessárias para saber a atual situação da empresa.
Em coletiva à imprensa de Itaituba, o Vereador revelou que só o fato da fábrica dar férias coletiva, já está causando crise na economia do Município, principalmente no setor da construção civil, pois o preço da saca de cimento disparou e os comerciantes se aproveitando do problema, aumentaram em mais de 100% o preço da saca de cimento. Disse que antes do anúncio das férias coletivas dos funcionários da fábrica, a saca de cimento era vendida no comércio de Itaituba ao preço de R$ 19,00. Agora, com a paralisação da fábrica, a saca já está sendo vendida ao preço de R$ 40,00 em algumas lojas. “Temos hoje centenas de obras em nosso município, e a suspensão da fabricação de cimento em Itaituba vai parar estas obras, causando desemprego no Município. O prejuízo é incalculável”, destacou Peninha.
O vereador Peninha, que no final do ano passado intermediou uma greve dos funcionários da fábrica, está preocupado com o fechamento da empresa, pois além do preço do cimento ter disparado, tem a questão dos funcionários que vão ficar desempregados e indagou: “Será se a fábrica vai voltar a funcionar e quando?”. São respostas que o Vereador está buscando junto à direção da empresa, mas que até agora não obteve êxito.
Segundo Peninha, a empresa está no vermelho. Desde o ano de 2011, a fábrica deve para o Estado do Pará mais de R$ 79.000.000,00 (setenta e nove milhões de reais) somente de ICMS. O edil não entende como o Estado permitiu que uma fábrica fique todos estes anos devendo valores altíssimos de impostos sem que seja incomodada. A falta do recolhimento do ICMS ao Estado não trás prejuízos financeiros apenas para o Governo Estadual, mas ao município de Itaituba, que deste montante teria direito pelo menos 25%. Também o edil revelou que a fábrica, o último recolhimento que fez de CEFEM foi em janeiro de 2017, em torno de R$ 7.000,00 sobre a extração de calcário. E outro débito que a fábrica tem a acertar com o fisco.
Para Peninha, estas férias coletivas para os funcionários da CAIMA, como é conhecida a fábrica, representa retrocesso para o Município que abraçou a sua implantação. Inclusive o Município concedeu através de Lei Municipal uma isenção por 25 anos para a fábrica. O edil, caso a fábrica não retome suas atividades imediatamente, promete entrar na Câmara com Projeto de Lei cassando este benefício, já que a empresa não cumpriu com as exigências da lei que lhe isentou dos impostos municipais.
Quanto ao valor do cimento vendido, o Vereador prometeu ir no PROCON pedir providências para que o comércio não se beneficie da crise na fábrica explorando a população como já está ocorrendo.
Fonte: RG 15/O Impacto